A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems) reforçaram nesta segunda-feira, 13/05, a necessidade dos municípios do Norte de Minas em intensificar as ações de controle do Aedes aegypti, com o objetivo de evitar o agravamento da transmissão de dengue, febre Chikungunya e Zika vírus. O assunto foi um dos temas das reuniões da Comissão Intergestora Regional (CIR) e da Comissão Intergestora da Região Ampliada de Saúde (CIRA) realizadas no plenário da Câmara de Vereadores de Montes Claros.

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Ao apresentar a situação epidemiológica do Norte de Minas em relação às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Regional de Saúde de Montes Claros (SRS), Agna Soares da Silva Menezes ressaltou a necessidade dos municípios reforçarem o trabalho implementado pelos agentes comunitários de endemias. “Apesar de já termos passado o período chuvoso, dos 53 municípios que compõem a área de atuação da Regional de Saúde de Montes Claros, 18 localidades apresentam alta ou muito alta incidência de transmissão de dengue (acima de 300 casos por 100 mil habitantes). Quando comparamos os dados que os municípios estão registrando no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), mantido pelo Ministério da Saúde, com planilha paralela do plano de contingência dos municípios, verifica-se que o número de localidades com alta ou muito alta incidência de transmissão de dengue sobe para 26”, alertou Agna Menezes.

A coordenadora chamou atenção para a necessidade dos municípios notificarem no Sinan, no menor espaço de tempo possível, os casos de dengue e de outras doenças transmitidas pelo Aedes para que de que o Ministério da Saúde e a SES-MG tenham condições de acompanhar a evolução da situação e, em caso de necessidade, tomar outras providências de apoio aos municípios.

Agna Menezes lembra que é com base nos dados do Sinan que a SES-MG tem publicado resoluções repassando recursos financeiros adicionais para os municípios que estão em situação de alta ou muito alta incidência de transmissão de dengue. Em abril, 18 municípios norte-mineiros foram contemplados com o recebimento de recursos financeiros adicionais. “Por isso é importante que tanto os serviços de saúde dos municípios como os hospitais notifiquem os casos de pacientes com suspeita de terem contraído dengue ou outras arboviroses, a fim de que seja possível o Estado viabilizar novas ações de apoio às localidades que estejam em pior situação”, concluiu a coordenadora.

Por sua vez, o coordenador do Núcleo de Atenção Primária à Saúde da SES-MG, João Alves Pereira lembrou da importância de haver integração do trabalho dos agentes de controle de endemias com os agentes comunitários de saúde, para que a população seja mobilizada no sentido de eliminar os focos de proliferação do Aedes aegypti. “Precisamos que os agentes de saúde também sejam orientados no sentido de identificar os pacientes com suspeitas de dengue. Isso porque, o diagnóstico tardio tem causado o agravamento da situação de saúde de muitos pacientes que procuram atendimento médico”, salientou o coordenador.

O superintendente regional de saúde de Montes Claros, Denílson Paranhos Costa também entende que “o reforço das ações dos municípios é fundamental num momento em que está ocorrendo aumento dos casos de arboviroses em Minas Gerais. Nesse contexto, a intensificação das ações de atendimento da população nas unidades de saúde é importante para evitar o crescimento de registro de óbitos”, destaca o superintendente.

O presidente estadual do Cosems e secretário municipal de saúde de Taiobeiras, Eduardo Luiz da Silva também salientou a importância dos municípios intensificarem as ações de controle do Aedes aegypti. “Apesar de já termos chegado ao mês de maio, o número de notificações de dengue só tem aumentado em Minas Gerais. Precisamos que todos os municípios reforcem as ações de prevenção e de mobilização da população e intensifiquem as ações dos serviços de vigilância epidemiológica e de saúde, a fim de que no próximo verão não tenhamos o agravamento da situação no Estado”, concluiu Eduardo Silva.

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Durante a reunião da CIRA, os gestores de saúde do Norte de Minas marcaram para o dia 30 de maio a realização de encontro do Comitê Gestor de Urgência e Emergência do Norte de Minas. Na oportunidade, será avaliada a viabilidade do estabelecimento de parceria entre o Serviço Móvel de Urgência do Norte de Minas – (Samu) com a concessionária Eco-135, que administra a BR-135 que liga o Norte de Minas a Belo Horizonte. A diretora executiva do Samu, Kely Cristina de Moura Lacerda explicou que como a rodovia está sendo administrada por empresa privada, que cobra pedágio, é preciso que sejam definidas as atribuições de socorro a vítimas de acidentes na via. Isso porque, a concessionária possui serviço de socorro a vítimas de acidentes na BR-135, mas em ambulâncias que não possuem médicos e nem medicamentos. Com isso, em casos de acidentes mais graves, o Samu tem sido acionado e, além do custo financeiro do serviço ficar com a instituição, os municípios localizados às margens da BR acabam ficando sem cobertura de ambulâncias, durante os atendimento de acidentes de trânsito.

Além de representantes da SES-MG, Samu, Cosems, da Central de Regulação de Leitos, Corpo de Bombeiros e da Eco-135, dirigentes da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas – (Setop) – que administra o contrato de concessão da BR-135 –, também serão convidados a participar do encontro.

Por Pedro Ricardo