Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Ministério da Saúde finalizaram nesta terça-feira (04/12) o ciclo de visitas de monitoramento e avaliação do Programa de Tuberculose no Estado. Cinco Regionais de Saúde foram monitoradas e avaliadas presencialmente: Uberaba, Montes Claros, Juiz de Fora, Uberlândia e Belo Horizonte.  A última visita foi à Regional de Saúde de Belo Horizonte.

Crédito: Priscilla Fujiwara

O controle da tuberculose é um desafio para a saúde pública. Treze brasileiros morrem em média todos os dias da doença, que registrou 4,5 mil mortes em 2016. Em 2017,  foram notificados no país aproximadamente 72 mil casos novos, enquanto em Minas Gerais foram 4.534. A região Metropolitana de Belo Horizonte (MG) concentra, aproximadamente, um terço dos casos do Estado.

Para enfrentar e controlar a tuberculose, as duas principais metas dos 39 municípios da Regional de Saúde de Belo Horizonte é reduzir a taxa de incidência e de mortalidade da doença, segundo a referência técnica do Programa de Controle da Tuberculose da Regional, Edna Maria Rezende. “A meta nacional é reduzir a incidência de tuberculose para menos de 10 casos para 100 mil habitantes e o coeficiente de mortalidade para menos de um. Em 2017, a incidência da Regional estava em 20,64. Caíram 11 pontos desde 2007, quando esta taxa estava em 31,29. Até 2035, a nossa meta é chegar a menos de 10 e não é uma meta fácil. A incidência nacional é de 35, Belo Horizonte está bem abaixo”.

De 36,2 caiu para 22,0 entre 2016 a 2017. Apesar da redução do número de casos de tuberculose, de acordo com a referência técnica do programa, a avaliação dos indicadores precisa ser geral, “eu não posso avaliar somente uma incidência baixa. Nós ainda temos uma taxa de cura que precisamos melhorar. Outro ponto que precisamos avançar é na identificação dos casos precoces, como a busca de sintomáticos respiratórios”, apontou.

Para melhorar os indicadores, em 2018, Minas Gerais foi o primeiro a aderir ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) e todas as 28 Regionais de Saúde elaboraram os seus planos pelo fim da tuberculose de acordo com as diretrizes nacionais.  “Não queríamos um plano bonito e de gaveta. Nós queríamos um plano vivo e que fizesse parte do dia a dia. Acredito que com a equipe de Minas Gerais conseguimos isso, principalmente nessas cinco Regionais visitadas” afirmou o colaborador do PNCT do Ministério da Saúde, Stefano Codenotti.

Para garantir a efetividade desses planos, desde abril, a SES-MG e o Ministério da Saúde visitaram as Regionais elencadas como prioritárias, explicou a enfermeira do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da SES-MG, Renata Rocha. “São cidades que tem o maior número de casos notificados no Estado. Em 2017, foram quatro mil casos de tuberculose em Minas Gerais e a grande parte é de pacientes residentes nestes cinco municípios”.  Além das visitas, o monitoramento também é constante por meio de vídeo conferências de dois em dois meses.

Durante a visita, a Regional de Saúde de Belo Horizonte apresentou os dados epidemiológicos e o panorama da SRS Belo Horizonte. Foi discutido também o plano de ação de controle da tuberculose de 2018, as ações e os problemas enfrentados durante a sua execução e os seus avanços, além das questões e dúvidas relativas ao sistema de informação de notificação.

Segundo a referência técnica do Programa de Controle da Tuberculose da Regional, o principal desafio para a Regional de Saúde de Belo Horizonte é a capacitação e motivação dos profissionais dos municípios que atuam na tuberculose.

 

Por Priscilla Fujiwara