A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu nesta sexta-feira 22, em Mirabela, a realização de encontros de capacitação sobre a doença de Chagas. Além de Mirabela, a iniciativa envolveu a participação de profissionais de saúde de Mato Verde, Catuti e Monte Azul, onde resultados de estudos apontam que nessas localidades há prevalência da ocorrência da doença de Chagas.

Crédito: SRS/Montes Claros

O trabalho foi conduzido pelas Coordenadorias de Atenção à Saúde e das Vigilâncias Epidemiológica e de Saúde da SRS, com a participação do médico e professor espanhol, Israel Molina. Ele é diretor do Programa Internacional de Saúde do Instituto Catalão de Saúde e coordenador da Unidade de Medicina Tropical e Saúde Internacional do Hospital Universitário Vall D´Hebron, sediado em Barcelona. Israel Molina tem realizado pesquisas sobre doenças tropicais no Brasil, Guiné Equatorial e em Angola.

O coordenador de Atenção à Saúde da SRS, João Alves Pereira, explica que as capacitações abordaram o diagnóstico da doença de Chagas nos serviços de Atenção Primária à Saúde; a notificação de casos e o fluxo para acesso dos pacientes ao tratamento antiparasitário. Além de médicos, os encontros tiveram a participação de profissionais que atuam nos serviços de APS, Vigilância Sanitária e no controle de endemias.

A Doença

A doença de Chagas é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.

As principais formas de transmissão da doença são: contato com fezes de triatomíneos infectados, insetos popularmente conhecidos como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo; ingestão de alimentos contaminados com parasitos provenientes de insetos infectados; pela passagem de parasitos de mulheres infectadas para seus bebês durante a gravidez ou o parto; transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios. A transmissão da doença também pode acontecer de forma acidental, pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado durante manipulação em laboratório ou de caça.

 Na fase aguda da doença de Chagas o diagnóstico se baseia na presença de febre prolongada por mais de sete dias e outros sinais e sintomas sugestivos, como fraqueza intensa e inchaço no rosto e nas pernas.

Já na fase crônica a suspeita diagnóstica é baseada nos achados clínicos e na história epidemiológica. Porém parte dos casos não apresenta sintomas, devendo ser considerados contextos de risco e vulnerabilidade, entre elas a pessoa residir ou já ter morado em regiões onde barbeiros são encontrados.

O tratamento da doença deve ser indicado por um médico, após a confirmação da doença. O remédio, chamado benznidazol, é fornecido pelo Ministério da Saúde, gratuitamente, mediante solicitação das secretarias estaduais de saúde. Deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for identificada. Para pacientes na fase crônica, a indicação do medicamento depende da forma clínica e deve ser avaliada caso a caso.

Por Pedro Ricardo

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