Erradicada no Brasil desde 1990, a poliomielite – também conhecida como paralisia infantil - ainda é um desafio global. Diante disso, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a importância da vacinação e dos cuidados para manter a eliminação da doença no estado e no país. Com a certificação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 1994, o Brasil foi considerado área livre de circulação do poliovírus Selvagem.
De acordo com a referência técnica em Paralisias Flácidas Agudas e Poliomielite da SES-MG, Fabiana Cristina da Silva, essa certificação é resultado do permanente compromisso de todos em evitar a reintrodução do vírus. “Essa grande conquista simboliza a efetividade das ações de vigilância epidemiológica e vacinação da população. Mas, enquanto houver circulação do vírus Selvagem ou do vírus derivado vacinal em qualquer outro país, associado às baixas coberturas vacinais, há risco de reintrodução da pólio em nosso território. É fundamental manter a homogeneidade das coberturas vacinais no país e também em municípios mineiros”, reforça a referência técnica. Em alguns países, a exemplo do Afeganistão e Paquistão, ainda há a circulação do polivírus, causador da doença.
Segundo Fabiana Silva, a poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), podendo infectar crianças e adultos por meio do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas.
“O vírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo: boca, garganta e intestinos. Em seguida, cai na corrente sanguínea e pode chegar ao sistema nervoso, causando paralisia muscular irreversível, geralmente, nas pernas. A doença atinge principalmente crianças e não tem cura, apenas prevenção por meio da vacinação”, explica.
Fabiana reforça que, além da vacinação, o estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), faz vigilância epidemiológica ativa e recomenda aos serviços de saúde o monitoramento constante de todos os pacientes que se enquadram como suspeitos de poliomielite. “Nossa orientação é para que os profissionais de saúde notifiquem e investiguem imediatamente todos os menores de 15 anos, que manifestem Paralisia Flácida Aguda (PFA), de inicio súbito, independente da causa. Também está em fase de finalização o Plano Estadual de Resposta a Evento com Detecção de Poliovírus ou Surto de Poliomielite, que orienta a articulação entre os setores de vigilância epidemiológica, imunização e laboratório”, finaliza a referência técnica.

Campanha Nacional de Vacinação
Com o objetivo de manter o país livre da doença, entre os dias 5 e 30 de outubro está sendo realizada a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que tem como público prioritário as crianças a partir de 12 meses a menores de 5 anos de idade. Segundo a coordenadora do Programa de Imunizações da SES-MG, Josianne Gusmão, a vacinação é a única forma de manter a poliomielite erradicada no país. “A doença é prevenida por meio da vacinação. Por isso é importante manter os altos índices de cobertura vacinal, o que é conseguido com a Vacina Inativa de Poliomielite (VIP), administrada em 3 doses, sendo a 1ª em crianças com 2 meses de idade, a 2ª em crianças com 4 meses e a 3ª dose em crianças com 6 meses. O reforço da vacina é realizado por meio da Vacina Oral Poliomielite (VOP), em 2 doses. A 1ª aos 15 meses e a 2ª dose aos 4 anos”, salientou a coordenadora.
Em Minas, há uma estimativa de 1.034.782 crianças na faixa de idade de 1 ano a menores de 5 anos que fazem parte do público prioritário para a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. De acordo com o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), até do dia 23/10, a cobertura da vacina é 42,5%. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde nesta campanha é de 95% deste público estimado.
De acordo com Josianne Gusmão, “é essencial que sejam intensificadas as estratégias de vacinação e que se ampliem os esforços para o alcance das metas de coberturas vacinais. E, para minimizar o risco de disseminação da covid-19 durante esse processo, a operacionalização das ações de vacinação e organização do processo de trabalho das equipes de saúde deverão ser realizadas mediante a adoção das medidas de proteção já recomendadas pelo Ministério da Saúde.”

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