Durante coletiva virtual realizada nesta terça-feira (30/6), o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), João Pinho, reforçou a importância do programa Minas Consciente e do isolamento social para o controle da pandemia de Coronavírus. Na ocasião, foram apresentados os dados epidemiológicos da doença e uma demonstração da campanha publicitária sobre o programa, que está sendo veiculada nas redes sociais e canais de televisão.

O Minas Consciente, lançado em abril, é um conjunto de protocolos baseados em dados técnico-científicos para a retomada segura e responsável das atividades econômicas. Atualmente, 165 municípios aderiram ao plano, o que representa cerca de 4 milhões de habitantes inclusos nos protocolos. As ondas, indicadas por cores, identificam os municípios que podem avançar ou regredir nas medidas de isolamento. Neste momento são 137 municípios na onda verde, medidas mais restritivas, e 28 na branca, que conta com serviços essenciais, como padaria, supermercados, farmácias, entrou outros.

Segundo João Pinho, o novo coronavírus mudou a maneira de viver em sociedade e, para entender o impacto dessa pandemia nas relações econômicas, o Governo de Minas elaborou protocolos, coordenados com os municípios, para o acompanhamento e tomada de decisão. “O plano completou dois meses na data de ontem e busca coordenar, dentro do possível, tanto as atitudes dos municípios quanto essa dualidade entre economia e saúde. O acompanhamento é diário e, por meio do Minas Consciente, damos sinalizações claras do que está acontecendo e do que entende que o isolamento é a melhor medida de prevenção, no momento”, disse.

Ainda segundo João, as decisões das ondas são direcionadas por regiões e permitem um acompanhamento constante para identificar as melhores ações. “Tivemos semanas em que a recomendação era para que determinadas regiões evoluíssem e outras retrocedessem nas ondas. Isso é o maior exemplo que, de fato, estamos acompanhando e cada região mereceu uma tomada de decisão diferente, conforme os dados apresentados. O plano tenta dar um norte científico, a partir dos dados, de como devemos proceder. Mas não haverá metodologia, ferramentas e possibilidades de enfrentamento desassociadas do distanciamento e do isolamento social. O plano não é para abrir mais empresas, mas para entender qual é a melhor tomada de decisão e melhor nível de isolamento naquele momento”, explica.

Lockdown

Ao abordar sobre a restrição de circulação de pessoas e de funcionamento de atividades, como um lockdown, João Pinho, reforçou que a medida poderá ser realizada em localidades específicas, em caso de indicadores de descontrole da doença.

Créditos: Pedro Gontijo/ Imprensa MG

“Estamos conversando com prefeitos e secretários tentando auxiliá-los. Os protocolos para a eventualidade de lockdown já foram delineados e, agora, passam por ajustes. Destaco a importância da adesão ao plano Minas Consciente, de forma que as medidas de isolamento sejam coordenadas e possam seguir um padrão de conduta. Devemos lembrar que lockdown é alternativa, não algo desejado. O isolamento adequado, dentro de parâmetros como os previstos no Minas Consciente, evita essa medida”, avalia.

Visita remota aos pacientes internados

Com o objetivo de proporcionar mais conforto às pessoas internadas com covid-19, foi publicada no Diário Oficial, no último sábado, a lei nº 23.667. O ato normativo autoriza visitas presenciais a pacientes com Covid-19 em unidades hospitalares. Segundo João Pinho, quando uma lei é promulgada pode haver um período até que a sociedade se adapte à nova regra.

“Pode acontecer um período entre a publicação da lei e, efetivamente, termos essas visitas remotas acontecendo. Vai caber aos gestores dos hospitais fazerem o planejamento de como realizar essas visitas, observando todos os protocolos pertinentes, sanitários e de saúde. Eventuais descumprimentos da lei devem ser encaminhados ao Conselho Estadual de Saúde para apuração”, reforça.

Transporte de pacientes

Ao responder o questionamento sobre a transferência de paciente de outros municípios para internação em Belo Horizonte, o chefe de gabinete reforçou que esse tipo de serviço já faz parte das políticas em saúde em todo o Estado. “Já é convencional em Minas o transporte de pacientes. Além disso, desde o início do enfrentamento da pandemia, desenvolvemos os planos de contingências macrorregionais, que organizam a rede em prioridade, os hospitais de referência e, a partir disso, identificamos quais ações serão realizadas caso um paciente necessite ser transportado para um atendimento ambulatorial, de internação ou até mesmo de uma UTI”, esclarece.

Ainda de acordo com Pinho, o Estado possui algumas ações que permitem a realização desses transportes. “Temos uma parceria com o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, tanto para transporte terrestre, quanto para transporte aéreo. Temos, também, a possibilidade de contratação de um sistema de resguardo para que o paciente seja assistido e a transferência realizada”, complementa.

Dados epidemiológicos

Até o momento foram confirmados em Minas 45.001 casos da covid-19. Destes, 17.604 estão em acompanhamento, 26.432 recuperados e 965 óbitos confirmados para a doença. São 5.407 casos de internação hospitalar na rede pública e privada e a letalidade da doença é de 2,1%.

Por Míria Cesar