A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promoveu, nesta quinta-feira (26/03), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, mais uma coletiva virtual, sobre a situação do coronavírus no estado. O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, deu início à sua fala anunciando novos aportes financeiros para o enfrentamento da pandemia de covid-19. “Estamos enviando um grande aporte financeiro para auxiliar aos municípios e hospitais. Nesse contexto, estamos ampliando o custeio do Pro-Hosp para 100% do valor mensal para os hospitais âncoras no atendimento das vítimas do covid-19, beneficiando 141 instituições, no valor de R$ 71 milhões que já está sendo processado. Além disso, haverá um aporte excepcional de 25% do valor do Pró-Hosp Gestão Compartilhada para alguns hospitais da Região Metropolitana de Belo Horizonte e, como é esperado um aumento da demanda por consultas nas UPAS de todo o Estado, também haverá um aporte financeiro de R$ 61 milhões para auxiliar no financiamento dessas demandas. Por fim, haverá um aporte para a Atenção Primária de R$ 32 milhões com o objetivo de auxiliar os municípios na prestação de serviços no âmbito da atenção primária”, explicou o secretário Carlos Eduardo.

Crédito: Pedro Gontijo

A qualificação de novos 67 leitos de UTI, feita pelo Ministério da Saúde, também foi abordada na ocasião. “Isso gera um aumento significativo da capacidade operacional no estado e uma nova habilitação de mais 21 leitos, ou seja, o Estado progressivamente está conseguindo ampliar sua capacidade assistencial”, afirmou.

Recurso Federal

Em paralelo aos recursos estaduais anunciados na coletiva, no dia 16 de março, por meio da Portaria de nº 395, houve a liberação do aporte financeiro do Governo Federal de R$ 42 milhões para 221 hospitais de Média e Alta Complexidade do Estado.

Fluxo de notificações

Até o dia 26/03, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela SES-MG, o estado apresenta 17.409 casos suspeitos; 153 casos confirmados e 0 óbitos. “A secretaria acompanha de perto o crescimento das notificações. No entanto, é fundamental que a sociedade entenda que notificação não é diagnóstico e não é comprovação do coronavírus. Como Minas Gerais está no estágio de transmissão comunitária, a notificação representa todo quadro gripal ou resfriado que são atendidos. Portanto, é de se esperar que haja esse aumento de notificações”, avaliou o secretário.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Dario Brock Ramalho, explicou como funciona o fluxo de notificação e de que forma a investigação dos casos é realizada. “Nós dispomos de uma série de sistemas. Os exames laboratoriais são analisados num sistema chamado GAL e os casos são inclusos em outro sistema denominado Redcap. Todo esse banco de dados é qualificado e analisado frequentemente, a fim de eliminar discrepâncias e possíveis erros. As equipes estão empenhadas nesta análise. São várias etapas até que o dado seja consolidado a nível federal e o número total seja fechado. Como o processo é muito dinâmico e complexo, pode ocorrer divergências entre os números do estado e dos municípios, o que é absolutamente normal e passível de ocorrer”, explicou Dario.

Os kits de diagnóstico têm chegado ao estado de forma regular, no entanto, devido à sobrecarga na assistência em relação à pandemia e também na velocidade de notificações, há uma certa demora na resposta de atividade dos resultados de exames. “Ativamos um Plano de Contingência laboratorial para cadastrar novos parceiros, mobilizando instituições públicas e privadas e, dessa forma, procurar fazer frente à taxa de ataque veloz do covid-19”, pontuou o subsecretário.

Isolamento social

O secretário abordou, ainda, a questão do isolamento social e classificou que, neste momento, ele é fundamental para evitar o crescimento exponencial da pandemia. “É necessário que a população entenda que a partir do momento em que o isolamento é feito, há uma demora entre 7 e 14 dias para que esse isolamento comece a dar resultado. Quanto mais rápido ocorrer o aumento de casos, maior é o estresse do ponto de vista assistencial, maior é a dificuldade de atender os possíveis doentes. Já o isolamento tende a achatar a quantidade de casos que ocorrem a cada dia e isso permite que o SUS se adapte, prepare leitos e traga um atendimento melhor em sua prestação de serviços. As pressões do setor econômico são importantes e de fato devem ser levadas em consideração, mas, neste momento, entendemos que o isolamento é fundamental. Assim que tivermos informações de que essas medidas estão tendo de fato resultados, iremos reavaliar a situação”, pontuou.

Por Paula Gargiulo