Em Minas Gerais, o número de crianças entre 3 e 11 anos que podem ser vacinadas contra Covid-19 é de 2.418.224. Contudo, segundo o vacinômetro pediátrico da SES-MG, em 20/03/2023, quase 440 mil crianças que tomaram a primeira dose não voltaram para a segunda. Para exemplificar, é equivalente a mais 10 arenas do novo estádio do Clube Atlético Mineiro com lotação de 43 mil torcedores. Nos 39 municípios da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte, mais de 113 mil crianças não retornaram para a segunda dose, o que equivale a dois estádios do Mineirão lotados.

A preocupação ocorre pelo fato de a cobertura estar longe da meta do Ministério da Saúde de 90%. Além disso, a proximidade com o período mais crítico em relação a doenças respiratórias consiste em fator complicador. “A Covid-19 faz parte do grupo de doenças respiratórias. As vacinas estão disponíveis para a população, incluindo crianças e é importante aumentar a cobertura vacinal”, explica uma das referências em imunização da SRS, Joana Costa Lopes.

Ela ressalta que é essencial que os responsáveis levem as crianças entre 5 e 11 anos para serem vacinadas com a dose de reforço de quem já tomou as duas primeiras doses. “Segundo o Ministério da Saúde, a análise da recomendação de dose de reforço para esse público, entre outros critérios, considerou o aumento dos níveis de anticorpos depois da aplicação da dose complementar. No estudo clínico, as crianças avaliadas apresentaram aumento de seis vezes no número de anticorpos após a dose de reforço. Em outra sub análise, o reforço da vacina da Pfizer se mostrou eficaz contra a variante Ômicron, com aumento de 36 vezes na produção de anticorpos nessa faixa etária”, explica.

Para a bióloga, professora universitária e mãe de 3 filhos, Thaís Maya Aguilar, a vacinação de crianças é fundamental. “O avanço da vacinação diminui o número de casos, principalmente os casos graves. Meus três filhos estão vacinados”. Para Aguilar, com a vacinação ampla é possível diminuir a preocupação de novas variantes. “O foco passa a ser a população que não se vacinou ou que se recusa a vacinar”.

Requisitos da dose de refoço

O intervalo entre a segunda dose e o reforço deverá ser a partir de quatro meses e não ter tido e não ter tido covid-19 com início de sintomas nos últimos 30 dias são condições para a dose de reforço. A imunização complementar, para as crianças que tomaram a primeira e a segunda dose da Pfizer ou da Coronavac, deve ser feita com a vacina pediátrica da Pfizer.

Por Leandro Heringer

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