O monitoramento indireto da pandemia pelo COVID-19, através da análise das amostras de esgoto, pela primeira vez nas últimas 13 semanas de monitoramento não apontou a presença do vírus em todas as amostras. Das nove regiões monitoradas na Bacia do Ribeirão do Arrudas (que recebe esgotos de Belo Horizonte e Contagem, Minas Gerais), uma região estava livre da presença do vírus nas amostras coletadas, de acordo com o Boletim de Acompanhamento nº 15, divulgado nesta sexta-feira, 18 de setembro.

Crédito: Josué Damacena

Com isso, a frequência do vírus nas amostras de efluentes caiu de 100% para 88% na semana atual do estudo (semana epidemiológica 37, de 7 a 11 de setembro), na bacia do Arrudas, retornando a situação similar àquela verificada na primeira semana de junho. Na bacia do ribeirão do Onça, que também recebe efluentes de BH e Contagem, todas as amostras seguem positivas para o coronavírus, em 16 semanas consecutivas.

O projeto Monitoramento COVID Esgotos é uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Segundo o secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, o 'Monitoramento Covid de Esgotos' foi um excelente instrumento para orientar ações de enfrentamento à pandemia no Estado. "Com base nos dados divulgados por meio da pesquisa, o planejamento era discutido com os especialistas da Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG). Como podemos verificar nas informações apresentadas, há uma tendência de queda que temos falado nos últimos dias. No entanto, reforço que ainda não é momento para relaxar, as medidas de prevenção como distanciamento, o uso de máscaras e lavagem das mãos e a utilização de álcool em gel continuam as melhores formas de prevenir a doença", explicou.

A estimativa, em Belo Horizonte, é de que cerca de 130 mil pessoas estejam infectadas na última semana do estudo, próxima à estimativa de 110 mil identificada há duas semanas. A maior estimativa foi registrada entre 20 a 24 de julho, com 850 mil pessoas infectadas. Já em Contagem, a estimativa de pessoas infectadas teve aumento maior na semana mais recente, passando de cerca de 30 mil pessoas para 70 mil pessoas infectadas.

Os pesquisadores destacam que a pandemia ainda merece atenção. “Os dados apresentados indicam que as cargas virais no esgoto permanecem elevadas, o que demanda atenção, em especial nas sub-bacias destacadas no presente boletim”, dizem.

Clique no link para conferir o Boletim de Acompanhamento nº 15/2020

Por ASCOM Agência Nacional de Águas