Nesta terça-feira, (17/12), 25 profissionais de saúde entre superintendentes e gerentes municipais de atenção primária, enfermeiros, agentes penitenciários e assistentes sociais se reuniram no auditório da Regional de Saúde de Itabira para discutir ações de controle da tuberculose com foco na população privada de liberdade (PPL).

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O controle da tuberculose (TBC) envolve uma série de ações relacionadas às práticas clínicas, organização de serviços, interações com outras áreas dentro e fora do setor saúde e sistema de informação e vigilância. No Brasil, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) é responsável, entre outras ações, por estabelecer as diretrizes para o controle da doença, que tem tratamento padronizado, exclusivamente oferecido no serviço público de saúde.

A coordenadora do encontro e referência técnica regional para o controle da Tuberculose (TBC), Fernanda Ferreira Soares Pires, informou que 73% dos casos de tuberculose do total de números registrados e notificados pelo Sistema Prisional oferecem cura, com um índice de abandono do tratamento em torno de 8,7% e apenas 1,4% de óbitos. “Os casos mais graves e que oferecem maior cuidado são referenciados para o Hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte. O Sistema Único de Saúde–SUS, oferta gratuitamente os medicamentos usados no tratamento da TBC com excelentes resultados, com acompanhamento médico e complementar, inclusive na vigilância dos contatos do paciente enfermo”, esclareceu.

O que é a doença?

A Tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta os pulmões, embora possa acometer outros órgãos. A doença tem cura e tratamento completo pelo SUS. Conforme Fernanda Pires, o desconhecimento é um dos principais desafios para o seu controle. Por isso, é muito importante sensibilizar a comunidade a respeito da doença. “A qualquer sinal de tosse persistente, com ou sem catarro, por mais de três semanas, podendo ser acompanhada de febre, geralmente no final do dia, suor noturno, emagrecimento, falta de apetite, cansaço e dor peito é aconselhável que as pessoas procurem um médico e façam exames, inicialmente de Raios X do tórax e o BAAR”, esclareceu Fernanda Pires.

Tuberculose tem cura e tratamento pelo SUS

O tratamento da TBC deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sendo que os medicamentos devem ser tomados todos os dias e mesmo com a melhoria dos sintomas, o tratamento não pode ser interrompido. O comparecimento às consultas mensais no posto de saúde e a realização dos exames de escarro e do teste HIV são fundamentais para o sucesso do tratamento, por isso é importante que um profissional de saúde acompanhe a tomada da medicação pelo paciente (tratamento diretamente observado). A cura só acontece se o tratamento for realizado até o final.

A vacina BCG protege a criança contra as formas graves da doença. Além disso, manter os ambientes com luz solar e ventilação ajudam na prevenção da doença.

A melhor forma de evitar a transmissão da doença é fazer o tratamento de forma regular. Após 15 dias de uso dos medicamentos, a maioria dos pacientes com tuberculose não transmitem mais a doença.

Atenção especial aos Pacientes Privados de Liberdade

Tanto quanto os demais pacientes com tuberculose, o tratamento deve ser criteriosamente assistido pelos profissionais de saúde dentro dos presídios. A falta de informação sobre a doença levam muitos a abandonar o tratamento não dando a ela a importância merecida. Dentro das prisões, a baixa participação no processo de tratamento e ações de prevenção dificulta a cura e pode aumentar o número de casos pelo fato de viverem uns em estreito contato com os outros.

As ações intersetoriais representam uma importante tecnologia de enfrentamento das doenças infectocontagiosas, dentre elas a tuberculose e o HIV no sistema prisional e sua realização depende de políticas bem conduzidas e consolidadas em todo Brasil, incluindo a qualificação e valorização dos servidores públicos dos diferentes setores envolvidos.

As inspeções sanitárias articulam ações de prevenção, vigilância e controle, minimizando os riscos de adoecimento da PPL, contribuindo para um diagnóstico e possibilitando ao Estado as intervenções necessárias para evitar a perpetuação das condições insalubres e geradoras de adoecimento. Um esforço conjunto tem sido empreendido para a garantia do direito à saúde consonantes com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) embora haja muita dificuldade de desenvolvimento de algumas ações em meio a privações de direitos civis, políticos, e operacionais.

Por Darliéte Martins