A Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, por meio de sua Coordenação de Vigilância em Saúde, realizou na última sexta-feira (13/12), o curso sobre investigação de surtos causados por Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). O curso contou com a participação de representantes da Atenção Primária e Vigilância em Saúde dos 35 municípios que compõe a macrorregião de saúde do Vale do Aço.

De acordo com Aline Santos, referência em Investigação de DTA’s, o curso teve como objetivo capacitar os profissionais da Atenção Primária e da Vigilância em Saúde dos municípios na identificação, investigação e notificação de possíveis surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA).
“Essas doenças, as DTA’s, são causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas e são uma importante causa de morbidade e mortalidade. Dentre os agentes etiológicos estão os vírus, parasitas, príons, bactérias e suas toxinas. E nessas épocas festivas, como Natal e Ano Novo, os casos tendem a aumentar", destacou Aline.

Durante o curso, as referências técnicas, Ana Rosado e Elaine Coelho, informaram que é considerado surto de Doença Transmitida por Água e Alimento (DTA) o episódio em que duas ou mais pessoas apresentam sinais e sintomas semelhantes após a ingestão de alimentos ou água da mesma origem, também conhecida como Intoxicação Alimentar. Os principais sintomas das DTA’s são: diarréia, náuseas, vômitos, dores de cabeça, febre, dores abdominais, formação de gases, fadiga e perda de apetite.

“A contaminação dos alimentos pode ocorrer de diferentes maneiras, como falta de higienização das mãos, das superfícies da cozinha e dos utensílios utilizados no preparo da comida. É preciso conhecer os fatores que interferem na qualidade dos alimentos, e refletir sobre a importância do alimento seguro”, concluiu Ana Rosado.

Os surtos de DTA’s são de notificação compulsória, sendo dever de todo cidadão comunicar a autoridade sanitária a sua ocorrência. A investigação da suspeita de surto de DTA requer integração de diversas áreas da saúde (atenção básica, vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, Laboratório Central de Saúde Pública, dentre outros) e a coleta oportuna de amostras clínicas e bromatológicas.

Cuidados com a comida feita em casa

Além de manter as mãos, recipientes, cozinha e utensílios bem limpos, tenha o cuidado de preparar os alimentos num horário mais próximo possível do consumo. Também não deixe que a comida permaneça exposta à temperatura ambiente, armazene os alimentos perecíveis com boa vedação dando preferência para as embalagens de vidro.

Créditos: Flávio Samuel

Cuidados especiais devem ser tomados com o armazenamento de queijo branco, embutidos carnes, molhos, patês e bolos recheados. Por fim, mantenha os alimentos que necessitam de refrigeração dentro de freezers ou refrigeradores até o momento do consumo, guardando-os imediatamente após a alimentação.

Alimentação fora de casa

Para quem prefere comer fora de casa é importante verificar as condições de organização e limpeza do estabelecimento. Os funcionários devem utilizar proteção nos cabelos, ter as unhas dos mãos curtas, sem esmaltes e limpas. Não é permitido o uso de barba, anéis, alianças, pulseiras e brincos e os uniformes devem estar higienizados e em bom estado de conservação.

Tanto o local quanto os utensílios utilizados no preparo da comida devem estar limpos e conservados. Também é importante verificar se há presença de insetos e se o gelo é industrializado, produzido com água potável e armazenado em embalagem ou recipiente devidamente fechado, limpo e separado de outros alimentos. A temperatura é outro fator fundamental para a prevenção de doenças. Uma boa dica é verificar se os equipamentos utilizados para conservação dos alimentos apresentam visor de temperatura.

Tratamento

O tratamento das DTA é baseado em medidas de suporte para evitar a desidratação e óbito. Os sintomas tendem a desaparecer em alguns dias e geralmente os antimicrobianos são indicados quando há comprometimento do estado geral, febre persistente (por mais de três dias), sangue nas fezes e desidratação grave. É importante monitorar o estado de hidratação e a duração dos sinais e sintomas, além de procurar o serviço de saúde para a indicação de terapêutica específica, de acordo com a suspeita clínica. Também é fundamental a reposição de líquidos, principalmente em crianças, idosos e imunodeprimidos que apresentam diarreia. Quando a diarreia é aguda, deve-se ingerir sal de reidratação oral, disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou outras soluções de reidratação oral.

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Por Flávio Samuel