A Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador (NUVEAST), realizou nesta terça-feira (19/11), capacitação sobre "Abordagem Intensiva ao Fumante" do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). O evento contou com participação de enfermeiros, psicólogos, médicos, farmacêuticos e demais profissionais que compõe o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) dos municípios que tiveram substituição de profissionais.

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De acordo com a referência técnica do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, Aline Santos, o objetivo foi sensibilizar os profissionais de saúde para o problema de saúde pública representado pelo tabaco e a importância do seu controle, a partir de ações de prevenção de uso e tratamento para cessação, além de apresentar subsídios para abordagem e acompanhamento adequados da pessoa que fuma. “Este tipo de trabalho é importante no sentido de preparar estes profissionais da atenção básica (AB) para que possam oferecer aos usuários do SUS o tratamento adequado para a cessação do tabagismo, esse é o principal ponto. Para isso, temos que orientá-los quanto às especificidades de determinada população, ter um olhar individualizado do usuário tabagista, de modo a aumentar a efetividade da abordagem para cessação do tabagismo” destacou Aline.

Durante a capacitação, além da apresentação das diretrizes do programa e o registro das ações do tabagismo no e-SUS, foram discutidos temas como a terapia cognitivo-comportamental, o apoio medicamentoso para tratar a dependência de nicotina, Lei Nacional Anti-fumo e a abordagem aos usuários fumantes que fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, os 35 municípios que pertencem à Regional de Saúde de Coronel Fabriciano aderiram ao Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e ofertam o tratamento em suas unidades básicas de saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o tabagismo é fator de risco para aproximadamente 50 doenças diferentes, além de contribuir diretamente para o desenvolvimento de diversos agravos à saúde. Mais de 4.700 substâncias já foram identificadas na fumaça do cigarro, sendo que mais de 60 delas são cancerígenas. O tabagismo hoje se configura como a principal causa evitável de morte no Brasil e no mundo.

Ainda segundo Aline Santos, mesmo o Brasil sendo considerado referência mundial no controle do tabaco, resultado de um longo trabalho voltado a cessação do tabagismo, com implantação de ações educativas e de tratamento, além de medidas legislativas, publicitárias e econômicas, os trabalhos na saúde pública não podem parar. “Os profissionais da Atenção Básica (AB) devem estar sempre capacitados, visto que são muitas as doenças provocadas pelo tabagismo. O nosso grande desafio atualmente para uma efetiva implantação das ações de controle do tabagismo no SUS é a grande rotatividade destes profissionais nos serviços de saúde, o que impede a continuidade do atendimento integral ao usuário”, finalizou Aline.

Caso não consiga parar de fumar sozinho, procure ajuda

O SUS oferece tratamento para tabagismo em mais de 600 municípios de Minas Gerais, através do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, com profissionais de saúde qualificados. O tratamento das pessoas tabagistas é ofertado prioritariamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O usuário que demonstre interesse em parar de fumar deverá entrar em contato com a Secretaria de Saúde da sua cidade para ser informado os locais do SUS que estão ofertando o tratamento do tabagismo.

Dessa forma, o usuário tabagista será recebido pela sua equipe de saúde, será avaliado quanto às principais doenças e fatores de risco relacionados ao tabagismo, história tabagista, bem como o grau de dependência ao cigarro e seu estágio de motivação para a cessação do tabagismo.

O modelo de tratamento é baseado em uma abordagem cognitivo-comportamental do fumante. Consiste inicialmente de quatro sessões (encontros), semanalmente, e após essas, são promovidos encontros mais espaçados, até completar de seis a doze meses de tratamento. O tratamento tem como finalidade trabalhar com os fumantes os riscos de fumar e os benefícios de se parar de fumar, fornecer informações necessárias para que ele possa lidar com a síndrome da abstinência, dependência psicológica e os condicionamentos associados ao ato de fumar, além de apoiá-lo nesse processo. Para mais informações, disque 136.

Mais informações sobre controle do tabagismo podem ser acessadas no site: www.saude.mg.gov.br/tabagismo

Por Flávio A. R. Samuel