A Regional de Saúde de Unaí e a Secretaria Municipal de Saúde de Paracatu discutiram, em reunião realizada na última sexta-feira (11/10), no auditório da secretaria, o cenário de exposição da população local ao arsênio e outros metais pesados, tendo em vista a maior mina de extração de ouro a céu aberto do mundo que está localizada no município. Participaram do encontro o diretor da Regional de Saúde, José Juliano Espíndula, o secretário municipal de Saúde de Paracatu, João Batista Aparecido Soares e a coordenadora do Núcleo de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Arianne Mendes.

De acordo com o diretor da Regional de Saúde de Unaí, José Juliano Espíndula, o plano de monitoramento da população exposta a metais pesados é um avanço para saúde pública no município. “Deixo a reunião empolgado com os encaminhamentos e a estruturação do monitoramento do arsênio, que é uma demanda de vários anos. Há um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público, no qual nos comprometemos a fazer o monitoramento da exposição aos metais pesados. Fizemos um plano de ação, estabelecemos responsabilidades e prazos. Deixamos tudo encaminhado e em breve podemos monitorar a exposição da população aos metais pesados”, destacou o diretor.

Créditos: Antonio Maria Ferreira

O secretário municipal de Saúde de Paracatu, João Batista Aparecido Soares, explicou que o Ministério Público Federal (MPF) cobrou do município ações de controle e monitoramento da exposição ao arsênio. “Depois dessa cobrança foi criado o comitê para acompanhamento dos estudos realizados sobre a exposição ao arsênio. Pedi ao diretor regional que nos auxiliasse e ajudasse no desenvolvimento de ações de monitoramento do arsênio. O objetivo é monitorar as águas e realizar exames periódicos em alguns moradores dos bairros Paracatuzinho e Amoreiras, que são áreas mais suscetíveis ao contato com os rejeitos de mineração. Dessa maneira estaremos mais atentos a quaisquer alterações nos índices de exposição da população aos metais pesados. Por isso fiquei satisfeito com os encaminhamentos e espero que as decisões firmadas sejam bem-sucedidas”, declarou o secretário.

A coordenadora do Núcleo de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Paracatu, Arianne Mendes Rocha, destacou a importância do recém-criado comitê de acompanhamento. “Acredito que seja um ganho esse monitoramento permanente da saúde da nossa população, principalmente em relação à exposição ao arsênio. Ação que já tinha sido feita há três anos, porém sem a continuidade que hoje é exigida pelo MPF. No encontro levantamos pontos importantes como os bairros mais vulneráveis ao contato com arsênio e vamos coletar informações nos Programas de Saúde da Família (PSFs) destes bairros, além de fazer o controle periódico da população por meio de exames laboratoriais. Isso traz um diagnóstico mais preciso da exposição e melhora o atendimento e o monitoramento desta situação tão importante para o município”, afirmou a coordenadora.

Por Antonio Maria Ferreira