A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promove na Cidade Administrativa nos dias 02 e 03 de outubro, o II Seminário Estadual: Vacinação Segura e Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV). O seminário tem como objetivo capacitar as referências técnicas em imunização das Regionais de Saúde para realizar o manejo seguro de vacinas e para descentralizar o trabalho de encerramento dos casos de investigação de eventos adversos pós-vacinação (EAPV), classificados como “não graves”.

“Considerada a forma mais segura de evitar doenças como sarampo e poliomielite, as vacinas devem ser administradas de maneira correta para ter sua efetividade garantida. Por isso, a SES busca com o seminário um alinhamento técnico com os profissionais para compartilhar os procedimentos seguros e garantir saúde de qualidade para a população”, disse a superintendente de vigilância epidemiológica, Jordana Costa Lima.

Crédito: Marcus Ferreira

A enfermeira-epidemiologista da Secretaria Municipal de Saúde Belo Horizonte, Jandira Aparecida Campos Lemos, falou aos participantes sobre a importância de garantir segurança aos pacientes que procuram as salas de vacinas das Unidades Básicas. Para evitar eventos adversos, devem ser observados todos os protocolos, o preparo e administração correta das doses, o armazenamento adequado das vacinas, a acomodação em temperatura ideal, a diluição correta, o uso de agulha e seringa descartáveis, o registro da data de vacinação e de retorno.

A enfeira alertou, ainda, sobre a necessidade de acolher e orientar os pacientes de forma humanizada, evitando, por exemplo, o descrédito em relação à vacinação e a divulgação de notícias mentirosas. “É necessário conversar e orientar sobre as reações comuns às vacinas. Eventos como febre e dor local, podem ocorrer após a aplicação de uma vacina, mas os benefícios da imunização são muito maiores. Um ambiente acolhedor, com informações corretas, é o primeiro passo para aumentar a cobertura vacinal e conter movimentos anti-vacinas”, disse.

Vacina segura

Segunda a coordenadora estadual do Programa de Imunizações, Josianne Dias Gusmão, um dos principais fatores para o sucesso das práticas de imunização é o uso de imunobiológicos de qualidade comprovada. A efetividade das vacinas é alcançada por meio de um processo que envolve desde o controle da produção de vacinas, até a administração das doses. A produção das vacinas exige controle rígido de qualidade.

“A vacinação segura significa toda a política, ações e procedimentos em saúde pública relacionados à administração de vacinas. Envolve todo o processo da produção até a administração.
O Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação”, explicou Josianne.

Segundo a farmacêutica da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), Cristine de Araújo Silva, a qualidade das produções das vacinas, segue o preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “O fabricante deve seguir normas de boas práticas e de segurança, além elaborar estudos constantes de qualidade”, explicou.

A médica do Sistema Nacional de Vigilância dos Eventos Adversos da Vacinação do Ministério da Saúde, Sandra Maria Deotti Carvalho, alertou sobre a importância de notificar as reações adversas. “Quando o ministério conhece os casos, pode notificar aos fabricantes de vacina para que estes incluam a informação nos estudos e para que tomem medidas”, disse.

Principais Eventos Adversos Pós-Vacinação

Na parte da tarde, o seminário teve continuação com a médica infectologista da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Cláudia Murta de Oliveira, que abordou sobre os principais eventos adversos pós vacinação que podem ocorrer. “É importante lembrar que nenhuma vacina está livre de possíveis efeitos colaterais. No entanto, também é essencial frisar que são os elementos farmacêuticos mais seguros para uso”, afirmou a infectologista.

Cláudia também enfatizou a importância do Programa Público de Vacinas, que é um modelo para todo o mundo, mas que apesar disso não está alcançando as coberturas vacinais desejadas. “Não estamos atingindo as coberturas vacinais preconizadas. As pessoas, em geral, estão deixando de se imunizar e nós, profissionais de saúde, que estamos na ponta, precisamos difundir que as vacinas são fundamentais, responsáveis por salvarem vidas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3 milhões de mortes a cada ano são evitadas no mundo graças à imunização”, destacou.

Posteriormente, a média pediátrica do Ministério da Saúde, Sandra Maria Deotti Carvalho, repassou aos presentes os conceitos gerais de EAPV e as falhas de vacinação. “Os eventos adversos pós vacinação podem ser caracterizados por ocorrências médicas seguidas à imunização e que não têm, necessariamente, uma relação causal com o imunobiológico. Portanto, ele pode ser qualquer evento indesejado ou não intencional ocorrido após a aplicação da vacina”, apontou.

A médica também explicou que tais eventos são, de forma geral, comuns e que não estão ligados à eficácia da vacinação. “Diversos fatores individuais podem contribuir para tais eventos como imunidade, idade, sexo, histórico família, entre outros. O que deve ser discutido aqui é que apesar de tais situações que podem sim acontecer, a vacinação, depois da água potável, é a principal conquista para a humanidade e deve ser tida como uma das maiores, se não a maior, conquista da saúde pública do Brasil”, afirmou.

Nesta quinta-feira, 3/10, o II Seminário Estadual: Vacinação Segura e Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) terá continuidade. Clique aqui para acessar a programação completa.

Por Paula Gargiulo e Juliana Gutierrez

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