Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia promoveu nesta quinta-feira (16/5), uma capacitação voltada para médicos e enfermeiros da atenção básica e especializada que atuam nos 18 municípios da região sobre o correto manejo clínico dos pacientes com suspeita de influenza de acordo com as diretrizes do Protocolo do Ministério da Saúde.

Crédito: Lilian Cunha

Segundo o médico da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia, Marcelo Sinício Peixoto, que abordou sobre os conceitos, proteção, diagnóstico e tratamento, “estamos entrando no pico da sazonalidade da influenza (gripe), que é uma doença que pode levar as pessoas a óbito tanto quanto a dengue e a meningite. É importante a conduta profissional na abordagem do paciente no diagnóstico, que é clínico e epidemiológico, podendo ou não ser acompanhado por alterações laboratoriais e radiológicas”, disse.

Ainda de acordo com o Médico epidemiologista, há diferença entre Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e todos os conceitos e condutas estão descritos no protocolo. Em específico sobre a conduta, há o fluxograma do atendimento, que precisa estar de fácil acesso para o profissional consultar. “Na SRAG é obrigatória a notificação às autoridades de saúde, coleta do amostra e iniciar a medicação. O fosfato de oseltamivir deve ser prescrito também para todos os casos de SG que tenham condições e fatores de risco para complicações e com sinais de agravamento”, explicou.

Outro ponto fundamental da assistência reforçado por Marcelo Peixoto diz respeito ao acolhimento do paciente. “É preciso que a unidade de saúde esteja preparada para identificar as pessoas que estejam com suspeita de influenza assim que elas entrarem no local, colocando máscara para não disseminar o vírus para todos que estão ali, além de oferecer outras condições de higiene necessárias, como o álcool em gel, lenços de papel, pia e sabonete etc.”, destacou o médico epidemiologista.

Profissionais da atenção básica e especializada do município de Patrocínio também participaram da capacitação. “Momentos como esse proporciona a atualização do conhecimento, esclarecimento do diagnóstico correto e tratamento adequado, diminuindo as internações por influenza e consequentemente a mortalidade. As informações de hoje serão levadas aos profissionais de todas as unidades de saúde, de maneira a uniformizar o atendimento da rede”, pontuou o médico coordenador do pronto socorro municipal de Patrocínio, José do Carmo Júnior.

87 mil pessoas ainda não se vacinaram na região

A campanha de vacinação segue até o dia 31 de maio. Os grupos prioritários para a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2019 são: crianças na faixa etária de seis meses a menores de seis anos de idade (cinco anos, 11 meses e 29 dias), as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores de saúde, professores de escolas públicas e privadas, indígenas, indivíduos com 60 anos ou mais de idade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, pessoas portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais e forças de segurança e salvamento. A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada grupo. Até o momento, a cobertura da região de Uberlândia está em 69%, e os grupos que mais preocupam são as crianças e gestantes por conta da baixa cobertura e por serem os públicos mais vulneráveis à influenza. Clique e veja a cobertura da SRS Uberlândia detalhada.

Celena Araújo Martins de Resende, coordenadora da Atenção Primária à Saúde da SRS Uberlândia, ressalta que o setor está trabalhando de maneira intensificada com os municípios que estão com a cobertura geral baixa. “Estamos reunindo com a Atenção Básica para traçar estratégias locais com o objetivo de atingir todos os públicos, levando informações qualificadas para dirimir os ruídos da segurança da vacina por meios dos profissionais de saúde, quebrando a barreira que existe por parte da população em não querer se proteger”.

Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a 75% a mortalidade global e em, aproximadamente, 50% nas doenças relacionadas à influenza. O médico da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia, Marcelo Sinício Peixoto, reforçou que, segundo estudos, cerca de 70 a 80% dos óbitos que ocorrem por influenza são em pessoas com algum fator de risco.

Proteja-se contra a gripe

Além da vacina para os grupos prioritários, as ações de prevenção da transmissão da influenza incluem alguns cuidados, são eles:

  • Lave bem as mãos com água e sabão;
  • Beba bastante água. Manter as vias respiratórias bem hidratadas dificulta a entrada de vírus e bactérias;
  • Evite locais com muitas pessoas e com pouca circulação de ar;
  • Mantenha a janela do ônibus sempre aberta, mesmo em dias mais frios;
  • Sempre jogue os lenços de papel no lixo;
  • Nunca use as mãos para tossir ou espirrar;
  • Ao tossir ou espirrar, use a parte interna do braço, na área superior das mangas da roupa;
  • Evite compartilhar alimentos, copos, talheres, toalhas e outros objetos de uso pessoal;
  • Crianças menores de seis meses, que ainda não receberam todas as vacinas, não devem ser expostas a locais com aglomerações de pessoas, como shoppings e ônibus;
  • Não tome medicamentos sem orientação médica;
  • Diante de qualquer sintoma de gripe, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima.

Dúvidas frequentes e outras informações sobre cuidados e prevenção da gripe estão disponíveis no site: www.saude.mg.gov.br/gripe

Por Lilian Cunha