Com projeção de uma população de 9 bilhões de pessoas em 2050, o mercado agrícola, os serviços de saúde e a sustentabilidade são os desafios da biotecnologia. É preciso transformar o conhecimento em produtos inovadores e desenvolvimento social para atender o crescimento demográfico, apontou a coordenadora geral da área de Biotecnologia da Capes, Adriana Hemerly, durante o seminário especial do mestrado profissional em Biotecnologia da Fundação Ezequiel Dias (Funed) que aconteceu na última terça (14/5).

Segundo a coordenadora, é preciso aumentar em 69% a produção agrícola até 2050 para suprir a demanda populacional. “O grande desafio do Brasil é gerar produtos biotecnológicos que atendam às necessidades por serviços de saúde, que é o maior mercado da América Latina, cobrindo um quarto da população”, afirmou Adriana, que ainda pontuou que não é suficiente criar os produtos para atender os serviços de saúde e o mercado agrícola, é indispensável também preservar o meio ambiente: “A biotecnologia precisa ser sustentável”.

No Brasil, a biotecnologia já integra a base produtiva de diversos setores da economia, com um mercado de produtos que atingem a ordem de 2,8% do PIB nacional. De 2008 a 2018, o número de programas de pós-graduação triplicou, de 21 para 69. Só em Minas Gerais são oito e um deles é o da Funed, instituição que já é referência em produção científica na área de saúde. O diferencial em relação às instituições de ensino é que a Fundação integra em suas atividades o chamado tripé da biotecnologia: qualificação de recursos humanos, produção científica e inovação e setor produtivo.

Créditos: Jota Santos / Comunicação Funed

O programa de pós-gradução foi aprovado em 2018 e teve a sua primeira turma em 2019 para atender à demanda de formação de recursos humanos qualificados destinados às empresas de base tecnológica, universidades e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs). Era também uma demanda reprimida, principalmente nas áreas de bioensaios e produtos. “Em nosso portfólio, já produzimos soros e vacinas que precisam constantemente de inovação. Por que não fazer projetos para trazerem resultados para nossos serviços? O mestrado surgiu também a partir da necessidade de inovações e incrementos dos produtos (vacinas, medicamentos e soros) e dos ensaios do Instituto Otávio Magalhães (laboratorial e vigilância em saúde)”, explicou o vice-presidente da Funed, Rodrigo Souza Leite. “A Funed é uma instituição de saúde pública, mas é também de ciência e tecnologia, portanto buscamos cada vez mais produtos inovadores na área de saúde para dar uma resposta à população, como a melhoria do diagnóstico e melhoria dos nossos serviços”.

Nos últimos dez anos, o cenário da biotecnologia foi promissor, afirmou a coordenadora da CAPES, “houve um crescimento da produção científica de qualidade, aumento da produção tecnológica e inovadora, e empregabilidade de egressos atuando em diversos segmentos de empresas a instituições de pesquisa”, finalizou.

Funed em Números

A quantidade de produção científica e de patentes é um indicador mundial de inovação. Na Funed são 13 grupos de pesquisas certificados no CNPq e 36 projetos de pesquisa vigentes. A pesquisa científica tem gerado diretamente produção tecnológica, como é o caso dos 34 depósitos de patente em cotitularidade (nove internacionais), oito pedidos de marcas, sendo cinco já registradas.

Saiba mais sobre o mestrado em: http://www.funed.mg.gov.br/mestrado/

Por Priscilla Fujiwara/ Ascom Funed