Na última semana, o Ministério da Saúde promoveu, em Brasília, a desmobilização da sala do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COES), em âmbito nacional. Na ocasião, foi realizada avaliação das ações assistenciais, na esfera da saúde pública, desenvolvidas em função do rompimento da barragem em Brumadinho.

Divulgação Ministério da Saúde

A major do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMG), Karla Lessa Alvarenga Leal, e a superintendente de Redes de Atenção da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Karina Rocha, estavam no Ministério da Saúde e também participaram do encontro. “Fomos a Brasília devido a uma reunião sobre o Suporte Aéreo Avançado (SAAV-Minas) e, após o término, fomos convidadas a participar da desmobilização da sala do COES nacional a fim de realizar uma avaliação crítica das ações desenvolvidas no campo da assistência à saúde”, explica a superintendente.

Durante a avaliação, chegou-se à conclusão da necessidade da construção de um plano a médio e longo prazo em que serão listadas as ações de continuidade de assistência e vigilância da água, bem como as ações locais, de assistência, no que tange à Atenção Básica, assistência Ambulatorial e Saúde Mental. Nesse plano, também serão elencados os possíveis agravos que podem surgir na saúde da população. Por isso, apesar da desmobilização da sala do COES nacional, o monitoramento da população na região será mantido. “Foi definido e explicado na reunião que o acompanhamento dos profissionais que atuaram na tragédia, bem como da população da região, continuarão sendo desenvolvidos. Apesar de se tratar de um evento muito triste, as ações a partir dele foram uma experiência exitosa. Em conjunto, as equipes do município de Brumadinho, do estado de Minas Gerais e da União trabalharam, muitas vezes até tarde da noite, para dar as respostas necessárias e realizar o melhor trabalho possível diante de uma situação extremamente delicada”, analisa a major Karla.

Posteriormente, a major foi convidada a dar um relato de todo o trabalho em campo efetuado. O entrosamento entre o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG) e a SES-MG, por meio do SAMU e do SAAV-Minas, também foi destacado devido à pronta resposta de ambos os órgãos. “O envolvimento da secretaria de saúde e dos bombeiros junto ao suporte avançado de vida foi fundamental para o quase imediatismo do resgate às vítimas. Saímos do hangar com 6 pessoas, entre médicos, enfermeiros e bombeiros. Levamos todos os equipamentos necessários para os primeiros atendimentos e chegamos 16 minutos após a primeira ocorrência para realizar de forma mais rápida e organizada possível o resgate das vítimas”, relembra a major Karla Lessa.

Karla destaca ainda a visibilidade que a imagem da aeronave realizando o primeiro resgate ganhou. “A imagem do helicóptero, que possui a logo do Sistema Único de Saúde (SUS), ilustrou todo o trabalho em Rede que foi e é realizado, trabalho esse que muitas vezes não é conhecido pelas pessoas e isso é o mais importante, o trabalho em equipe. Embora minha imagem tenha se destacado, eu sozinha não conseguiria fazer nada. Em meio a tanta tristeza que testemunhamos, esse reconhecimento auxilia a aliviar e a nos dar força para prosseguir”, concluiu a major.

Por Paula Gargiulo