A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) participou, na manhã desta sexta-feira (29/11), em Pedro Leopoldo, do Dia D de Combate ao Aedes. O evento foi realizado na Escola Estadual Imaculada Conceição, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG), e contou com uma série de atividades de mobilização envolvendo alunos, professores, comunidade e autoridades.

O evento integrou as ações sugeridas pelo Ministério da Saúde para a Semana Nacional de Combate ao Aedes. No período de 25 a 30 de novembro toda a população foi convocada para realizar ações de enfrentamento à dengue, zika e chikununya, incluindo a realização de mutirões de limpeza. O diretor da Escola Imaculada Conceição, Marcos Antônio Souza, explica que todos os anos assuntos relacionados às arboviroses são trabalhados junto aos estudantes, com diferentes abordagens. "Na Feira de Ciências, por exemplo, trabalhamos o tema por meio de atividades voltadas para ciência e tecnologia. Mas vamos além. Na matemática, os alunos estudam estatísticas relacionadas às doenças transmitidas pelo Aedes, já na História, contextualizamos as doenças desde a época do Império", disse.

Crédito: Marcus Ferreira / SES-MG.

A coordenadora do Programa de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes da SES-MG, Márcia Ooteman, ressalta a importância de ações de mobilização como a realizada pelos estudantes. “As ações de controle do Aedes devem ser praticadas durante todo o ano, mas estamos num momento em que elas precisam ser intensificadas, devido ao período de chuva e calor. E são as crianças e os adolescentes os principais mobilizadores para uma mudança de comportamento, afinal, eles incentivam familiares e comunidade a adotarem atitudes de prevenção”, afirma.

Durante toda a manhã uma série de atividades foram realizadas pelos alunos, incluindo teatro, música, poesia e apresentação de trabalhos relacionados à reciclagem. Stands com projetos na área de empreendedorismo sustentável foram montados, além da mostra de trabalhos da Feira de Ciências da escola, com a apresentação de diferentes ideias, incluindo um amplificador de som para celulares produzido com materiais recicláveis.

Higor Martins, estudante do curso técnico oferecido pela Escola Imaculada Conceição na área de Administração e Recursos Humanos, explicou como ideias inovadoras podem surgir do reaproveitamento de materiais. “Utilizamos jeans, retalhos de tecidos e garrafas de plástico para produzirmos diferentes produtos. Os materiais que utilizamos para isso poderiam se tornar focos do Aedes e agora têm uma destinação mais adequada”, disse.

Alunos guardiões da reciclagem apresentaram as atividades que realizam para o reaproveitamento de materiais. Entre eles, a pequena Laura Virgínia, de sete anos. “A cada escola que visitamos deixamos uma lata para os alunos colocarem objetos para serem reciclados”, explica. Entre as atividades dos guardiões está a separação de material para reciclagem e atividades lúdicas, como a produção de poemas.

Estudantes da Escola Estadual Magno Claret Vieira também participaram da mobilização, por meio de uma concentração na Praça da Prefeitura e caminhada. Agentes de endemia do município, Associação dos Catadores de Pedro Leopoldo (ASCAPEL), Rede Comunitária em Ação (RECOA) e Cooperativa de Trabalhadores de Engenharia (COOTERENGES) foram parceiros do evento.

A Superintendente da Regional de Ensino Metropolitana C, pertencente à Secretaria de Estado de Educação, Grasiela Felix, aponta a importância de se trabalhar diferentes temas dentro do espaço escolar. “É fundamental trabalharmos o tema dentro das escolas, afinal, os estudantes são responsáveis por mobilizar suas famílias. Além disso, este é um momento lúdico e de grande aprendizado para eles”, disse.

O Secretário Municipal de Saúde de Pedro Leopoldo, Fabrício Simões, destaca a mobilização de toda a comunidade como fator fundamental para controle da dengue, zika e chikungunya. “Temos um cenário epidemiológico preocupante, com expectativa de aumento de casos. Por isso, precisamos envolver crianças e adolescentes nas ações de controle das doenças, já que eles têm uma força de mobilização em casa e na comunidade”, afirma.

Outras ações de controle do Aedes

A SES-MG reforça as ações de controle do Aedes, dando continuidade à campanha “Com o Aedes não se Brinca”. Além disso, em parceria com a SEE-MG, foi elaborada uma nota técnica conjunta que será enviada para as escolas estaduais com orientações nos cuidados e ações em parceria com Unidades Básicas de Saúde.

Créditos: Marcus Ferreira

Também estão sendo realizadas reuniões de alinhamento entre técnicos das Regionais de Saúde das áreas de vigilância epidemiológica e laboratorial, controle vetorial, comunicação e mobilização social, assistência, farmácia e gestão. Foi feita, ainda, a revisão do Plano de Contingência Estadual e monitoramento de indicadores, além de reuniões mensais do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento das Arboviroses para planejamento de ações intersetoriais.

A SES-MG também adquiriu equipamentos para aplicação de inseticidas e vigilância laboratorial, além de insumos estratégicos para tratamentos dos pacientes com arboviroses. Também foi realizado treinamento de equipe de referência para aplicação de inseticidas e implantação do monitoramento utilizando armadilhas (ovitrampas) para o Aedes, com o objetivo de identificar áreas prioritárias nos municípios. Foi realizada, ainda, articulação com a Secretaria de Estado de Educação para planejamento de ações com o objetivo de incentivar o combate ao Aedes no ambiente escolar e formação de agentes multiplicadores em suas residências e vizinhança.

Cenário epidemiológico

Em 2018, até o momento (20/11), Minas Gerais registrou 26.155 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de Dengue. Em 2018, até o momento, 8 (oito) óbitos foram confirmados por dengue, residentes nos municípios de Araújos, Arcos, Conceição do Pará, Contagem, Ituiutaba, Lagoa da Prata, Moema e Uberaba. Há 11 (onze) óbitos em investigação por dengue.

Em relação à Febre Chikungunya, Minas Gerais registrou 11.660 casos prováveis da doença, concentrados na região do Vale do Aço. Até o momento, foi confirmado 1 (um) óbito por Chikungunya no município de Coronel Fabriciano em 2018; há 2 (dois) óbitos em investigação.

Já em relação à Zika, foram registrados 157 casos prováveis da doença em 2018.

 

 

Por Jéssica Gomes