Na última quarta-feira (13/06), a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas (ESP-MG) realizou a palestra “Os impactos da Fake News na Ciência e na Saúde”, com o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bruno Souza. A atividade foi uma parceria das Assessorias de Comunicação Social da ESP-MG e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) com o objetivo de explicar o atual cenário de disseminação de notícias falsas, que impactam diretamente as informações para os cidadãos.

As falhas do cérebro

Em sua apresentação, o pesquisador do Departamento de Neurociências da UFMG, explicou que o compartilhamento desse tipo de notícia está ligado diretamente ao condicionamento de nosso cérebro. “Nosso cérebro é o órgão mais falho de nosso corpo, devido ao que ele absorve, guarda e se condiciona. Optamos por acreditar nessas informações, ainda mais se elas estiverem carregadas de emoções”, diz.

Créditos: Sílvia Amâncio

O pesquisador deu vários exemplos de pesquisas e experimentos de falhas no cérebro e como esse conjunto de consciências faz com que acreditamos em “qualquer coisa”, ainda mais na era da pós-verdade, em que a informação é globalizada e de fácil acesso. “Não temos cultura de investigação e educação científica. Ainda acreditamos e compartilhamos coisas do senso comum. Aliado a esse analfabetismo científico e o uso do desconhecimento para deter poder e gerar medo na população são combinações perigosas e impactam diretamente na vida das pessoas”, afirmou. 

 

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- Qual é a relação entre o nosso cérebro e a disseminação de Fake News?

 

Desafios

Para o Coordenador de Comunicação Digital da SES-MG, Wander Veroni, a palestra trouxe uma nova abordagem para o entendimento das fake news por meio da neurociência. “O professor Bruno conseguiu nos mostrar como as emoções e os nossos registros psicológicos são capazes de nos induzir a acreditar nestas informações falsas e a repassá-las para os nossos contatos. Acredito que foi muito elucidador ver como a neurociência pode ajudar a comunicação a entender esse fenômeno das fake news", avalia o jornalista.

A farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Cecília Bahia, destaca que a palestra a fez refletir sobre a veracidade das informações que recebemos, não só na área da saúde como também na política, tecnologia, etc. “Muitas vezes somos influenciados pela confiança na pessoa que nos passa a informação, influenciados por notícias que envolvem emoções ou até mesmo pela ingenuidade. O importante é questionar, sempre questionar, pesquisar, ler em fontes confiáveis, ler a notícia na íntegra e não somente os títulos. Uma frase que o professor disse que fechou com chave de ouro foi: duvide de tudo que você gosta", afirma. Abaixo, assista um trecho da palestra:

Fake News

Na tradução literal, as notícias falsas são boatos, escritos e publicados de forma desonesta com a intenção de enganar e confundir as pessoas. No caso da saúde, gera sérios impactos para a população como contestar a eficácia de vacinas, levando muitas pessoas a não participarem das campanhas pontuais de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Saiba mais: www.brunosouzalab.com

 

Por Silvia Amâncio / ESP-MG