Em 30 de dezembro de 2019, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA/BH) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) foram notificadas da ocorrência de um caso de paciente com insuficiência renal aguda e alterações neurológicas de etiologia a esclarecer, internado em hospital da rede privada de saúde do município de Belo Horizonte. Em 31 de dezembro foi notificado um segundo caso com a mesma sintomatologia, internado em hospital filantrópico do município de Juiz de Fora.

Diante dos eventos notificados, exames laboratoriais foram solicitados e realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) para pesquisa de doenças transmissíveis, sendo excluídas após análise: arboviroses, febres hemorrágicas (febre amarela, hantavirose, leptospirose e riquetisioses), infecções bacterianas e fúngicas sistêmicas, doenças neuroinvasivas, sarampo, hepatites virais, doença de Chagas, HIV, tuberculose, meningites e encefalites. Complementarmente às análises realizadas pela Funed, a Superintendência de Polícia Técnica-Científica da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) têm realizado análises toxicológicas de amostras biológicas dos pacientes e produtos recolhidos pelas vigilâncias sanitárias municipais e estadual.

As investigações iniciais realizadas pelas equipes da SES-MG, SMSA-BH e Ministério da Saúde (MS) indicaram que os pacientes notificados apresentaram os primeiros sintomas após ingerir a cerveja “Belorizontina” da marca Backer. Os sintomas clínicos dos pacientes levantaram a hipóteses de intoxicação exógena por Dietilenoglicol (DEG).

A presença da substância DEG foi confirmada em amostras de cerveja que foram coletadas nas casas de pacientes e encaminhadas pela vigilância sanitária do município de Belo Horizonte para a perícia da polícia civil. Exames realizados em amostra biológica de quatro pacientes também detectaram a presença do mesmo composto químico.

Até a data de 13/01/2020 foram notificados 17 casos suspeitos de intoxicação exógena por Dietilenoglicol, desses 16 são do sexo masculino e um feminino. Quatro casos foram confirmados (um caso evoluiu para óbito) e os 13 restantes continuam sob investigação, uma vez que apresentaram sinais e sintomas com relato de exposição.

Com base nos resultados da análise pericial realizada pela polícia civil, a vigilância sanitária estadual determinou a interdição cautelar dos lotes L1 1348 e L2 1348 da cerveja Backer Belorizontina. A interdição nacional dos mesmos lotes foi determinada pela ANVISA.

A Secretaria de Estado de Saúde continuará a investigação epidemiológica e clínico-laboratorial dos casos incluindo a emissão de notas técnicas para orientação aos serviços e profissionais de saúde e divulgação periódica de informações atualizadas à população.

A SES-MG informa que devem ser imediatamente notificados (em até 24 horas) ao CIEVS BH (casos de Belo Horizonte) e CIEVS Minas (casos do restante do estado), pelo telefone e por e-mail, os casos ocorridos a partir de primeiro de dezembro de 2019 que iniciaram com sintomas gastrointestinais (náusea e/ou vômito e/ ou dor abdominal) associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida (até 72 horas) seguida de uma ou mais alterações neurológicas: paralisia facial, borramento visual, amaurose, alteração de sensório e paralisia descendente.

Contatos:

CIEVS BH: 31-3277 77 68
cievs.bh@pbh.gov.br

CIEVS Minas: 31-3916 0340
notifica.se@saude.mg.gov.br

Confira aqui informações veiculadas pela polícia civil: www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/policia-civil-detecta-substancias-nocivas-a-saude-em-tanque-de-refrigeracao-da-cervejaria

Por Jornalismo SES-MG

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