A Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, realizou na última quarta-feira (04/12), por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Saúde do Trabalhador (NUVEAST), uma reunião técnica sobre Toxoplasmose, Tracoma e Tuberculose (ILTB). A reunião contou com a participação de referências técnicas municipais, representantes dos programas de IST/AIDS, da Saúde Indígena e do Sistema Prisional.

Crédito: Flávio Samuel

A reunião foi conduzida pela referência técnica da Regional de Saúde, Micheli Moreira Egídio, com o objetivo de atualizar as referências municipais em Tracoma e Toxoplasmose e alinhar informações sobre o Programa Estadual de Tuberculose e a implantação do sistema de informação para notificação de formas latentes de Tuberculose (ILTB).

“Tanto o Tracoma, quanto a Toxoplasmose são doenças negligenciadas. A toxoplasmose tem média incidência em nossa região, o que preocupa a saúde pública. Já o Tracoma é uma doença inflamatória de evolução crônica e pode causar cegueira, mesmo o tratamento sendo simples e ofertado pelo SUS. Temos que estar em estado de vigilância, visto que o tracoma é uma das doenças de maior disseminação no mundo, é preciso acompanhar sempre os municípios, principalmente os que têm o IDH baixo”, destacou Michele.

Durante a reunião, foi realizado o alinhamento sobre Programa Estadual de Tuberculose e a implantação do sistema de informação para notificação de formas latentes de Tuberculose (ILTB), cumprindo o que determina o Plano Estadual e Regional pelo fim da Tuberculose como problema de Saúde Pública em Minas Gerais.

Segundo Micheli Moreira Egídio, referência técnica do Programa, o objetivo foi apresentar e promover a implantação da Vigilância da ILBT nos municípios, além de articular ações integradas de controle da Tuberculose (ILTB) e incentivar os municípios à realização de pelo menos uma ação anual voltada a essas populações.

“A vigilância da ILTB visa, a partir da notificação e acompanhamento das pessoas em tratamento, construir o panorama epidemiológico da infecção latente pelo ILTB nos territórios, monitorando o cuidado prestado a esses indivíduos nos serviços de saúde e gerando informações que melhor representem a nossa realidade”, informou Micheli.

Sobre a Toxoplasmose

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a toxoplasmose é uma infecção causada por um protozoário chamado “Toxoplasma Gondii”, encontrado nas fezes de gatos e outros felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais. É causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses (doenças transmitidas por animais) mais comuns em todo o mundo.

Os casos agudos são, geralmente, limitados e com baixas incidências. A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita persiste por toda a vida da pessoa e pode se manifestar ou não em outros momentos, com diferentes tipos de sintomas.

Sobre o Tracoma

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o tracoma é uma doença inflamatória ocular, uma conjuntivite causada pela bactéria Chlamydia trachomatis que ocorre em áreas de maior concentração de pobreza, deficientes condições de saneamento básico e acesso à água. O tracoma é responsável por prejuízos visuais em 1,9 milhões de pessoas, das quais 450 mil apresentam cegueira irreversível. Estima-se que 190,2 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas com risco de cegueira por tracoma.

Sobre a tuberculose (ILTB)

A ILTB ocorre quando uma pessoa se encontra infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, sem manifestação da doença ativa. Em geral, as pessoas infectadas permanecem saudáveis por muitos anos, sem transmitir o bacilo, e com imunidade parcial à doença. Estima-se que um quarto da população mundial esteja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Isso, todavia, não significa que todos os infectados adoecerão com a forma ativa da TB, e sim que constituem reservatórios do bacilo que podem ser reativados sob condições de resposta imunológica alterada.

O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos após a primo-infecção, mas o período de latência pode se estender por muitos anos. Fatores relacionados à competência do sistema imunológico podem aumentar o risco de adoecimento, e entre estes, destaca-se a infecção pelo HIV. Outros fatores de risco são as doenças ou tratamentos imunossupressores, idade menor do que dois anos ou maior do que 60 anos, diabetes mellitus e desnutrição.

Por Flávio Samuel