Seguir uma alimentação balanceada, que contemple os diferentes elementos nutricionais necessários ao bom funcionamento do corpo: esse tem sido um dos desafios da vida moderna. Em meio à rotina muitas vezes corrida, nem sempre esse papel fundamental desenvolvido pela alimentação é levado em conta. Para trazer essa discussão à tona e promover uma reflexão a respeito do atual contexto da alimentação mundial, todo dia 16 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Alimentação.

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A Coordenadora de Promoção da Alimentação Saudável e Adequada da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carolina Guimarães, explica que diversas pesquisas apontam a importância da alimentação saudável na promoção e proteção à saúde. “Existe uma relação direta entre nutrição, saúde e bem-estar físico e mental do indivíduo. Estudos comprovam que uma alimentação adequada e saudável tem papel fundamental não só na promoção à saúde, mas também na prevenção e tratamento de doenças. Portanto, a alimentação deve ser adequada e saudável ao longo de toda a vida, levando-se em consideração que diferentes grupos de pessoas possuem distintas necessidades nutricionais que podem estar relacionadas a fatores como idade, sexo, atividade física, gravidez, amamentação, patologias existentes, entre outros”.

Faixas etárias

Carolina Guimarães destaca que, de maneira geral, para toda a população, a recomendação é seguir as orientações apresentadas no Guia Alimentar para a População Brasileira. No entanto, é importante destacar algumas particularidades pertinentes a algumas faixas etárias específicas. “Na primeira infância recomenda-se que a amamentação seja exclusiva até os 6 meses de vida, sendo que após essa faixa etária, deve-se introduzir de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o leite materno até dois anos de idade ou mais. Durante os primeiros 6 meses de vida da criança nenhum outro tipo de alimento necessita ser dado ao bebê além do leite materno. Ou seja, outros líquidos, como água, chá, suco, outros leites ou, ainda, papinha ou mingau não são recomendados nessa etapa.

A idade escolar é considerada uma fase importante para a formação de hábitos alimentares saudáveis. Ainda que na adolescência seja comum que as preferências estejam voltadas para alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes, é fundamental que seja incentivado o consumo de alimentos saudáveis e também a experimentação de novos alimentos.

“Idosos podem possuir demandas nutricionais específicas devido a alterações fisiológicas e características da idade. Por isso é importante fazer as adequações alimentares necessárias no sentido de manter uma alimentação saudável com a finalidade de prevenir doenças e melhorar a saúde”, afirma Carolina Guimarães.

Rótulos

Estar atento aos rótulos dos produtos é um hábito que contribui para a manutenção de uma alimentação adequada, já que o conhecimento dessas informações auxilia o consumidor a fazer escolhas mais conscientes. No entanto, para driblar a complexidade muitas vezes apresentadas pelos rótulos dos produtos, a orientação é verificar a lista de ingredientes.

De acordo com Carolina, a leitura adequada do rótulo dos produtos nos permite identificar quais deles têm menos sódio, menos açúcar, menos gordura, a presença de conservantes, além de permitir identificar a presença de ingredientes que não podem ser consumidos por determinadas pessoas, como o glúten que não pode ser consumido pelos portadores de doença celíaca.

“A lista de ingredientes informa, em ordem decrescente, todos os itens que o produto contém. Um número elevado de ingredientes e a presença de componentes com nomes pouco familiares, que não são usados em preparações culinárias caseiras, indicam que o produto pertence à categoria de alimentos ultraprocessados e devem, por isso, ser evitados”, alerta a Coordenadora de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável e Atividade Física da SES-MG.

Falta de tempo

Tendo em mente as diferentes demandas da vida moderna, muitas pessoas ainda utilizam a falta de tempo como justificativa para uma alimentação desregrada. Para esses casos, Carolina destaca a importância de adquirir ou aperfeiçoar habilidades culinárias, que contribuem para otimizar o tempo dedicado ao preparo das refeições.

Leandro Souza

A coordenadora lembra que habilidades culinárias não significam apenas o domínio de técnicas culinárias, mas também o planejamento das compras de alimentos e ingredientes, organização da despensa doméstica e definição prévia do que vai se comer ao longo da semana.

“Alguns alimentos que demandam maior tempo de cozimento, como o feijão, podem ser cozidos em maior quantidade em um único dia, congelados e utilizados em preparações ao longo da semana. Determinados pratos como sopas, omeletes e arroz com legumes refogados tomam pouco tempo e podem ser preferíveis em dias em que a disponibilidade de tempo é menor. Já verduras podem ser higienizadas e secas com antecedência para uso ao longo da semana”, recomenda Carolina Guimarães.

Ainda segundo Carolina, é importante ter consciência de que o tempo consumido no preparo de refeições pode ser diminuído, mas não anulado. “Esse tempo, consideradas todas as atividades, desde a aquisição e seleção dos alimentos até a limpeza de utensílios domésticos e da cozinha, pode ser excessivo para uma única pessoa. Assim, o ideal é partilhar com todos a responsabilidade de desenvolver as atividades domésticas”, orienta a diretora de Promoção à Saúde.

Por Fernanda Rosa