Diversidade, reafirmação, direitos, escolhas, ser trabalhadora. Todos esses conceitos foram trazidos pelas mulheres que participaram da Roda de Conversa “Pensando o SUS para todas as mulheres – Papel Social e Práticas de Saúde”, realizado nesta quinta-feira, 14/03, pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

A atividade ocorreu em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, celebrado no último dia 08 de março. A coordenadora da Saúde Indígena e Políticas de Promoção de Equidade, Natália Guimarães, foi uma das mediadoras da conversa e ressaltou a importância desse momento para trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). “É necessário lembrar que o dia 08 de março é marcado por lutas contra as injustiças e garantia de direitos. Então, é preciso refletirmos sobre o SUS como direito de todas as mulheres em suas diversidades”, pontuou a coordenadora.

Gênero

A questão de gênero enquanto determinante social de saúde permeou diversas discussões na roda de conversa. A referência técnica da Coordenação de Atenção à Saúde das Mulheres e Crianças, Ana Renata, trouxe alguns dados sobre o assunto, como o número de registros de feminicídios e violência doméstica no estado. Em 2018, ocorreram 106 casos registrados para feminicídio e outros 208 foram registrados como tentativas.

Para Ana Renata, é preciso refletir sobre essas questões. “O que implica ser mulher nessa sociedade? Quando mostramos esses dados de violência, por exemplo, é importante pensar no que podemos fazer enquanto SUS”, ponderou.

Créditos: Marco Evangelista/Imprensa MG

Os números também apontam outras questões como o atendimento às mulheres lésbicas, bissexuais, trans e travestis, conforme relatou Natália. O dossiê de Saúde das Mulheres Lésbicas mostra que quanto à cobertura do exame preventivo de câncer cérvico uterino, 89,7% das mulheres heterossexuais realizaram o procedimento, enquanto para lésbicas e mulheres bissexuais, o número corresponde a 66,7%.

Desafios

Deonara Almeida Silveira, trabalhadora da SES-MG, participou da Roda de Conversa e apontou os diversos desafios de ser mulher e em se pensar políticas públicas de saúde para esse público. “A resistência e luta das mulheres é uma questão permanente e também determinante no processo de saúde e adoecimento das mulheres, principalmente com relação às doenças crônicas”, lembrou. “Além disso, a grande maioria das mulheres foca na família e no cuidado com os filhos. Por isso, as políticas públicas sempre têm que ser pensadas de forma a incentivar que as mulheres cuidem de si mesmas”.

Saúde Integral

A saúde das mulheres necessita de cuidados cotidianos como alimentação saudável, prática regular de atividades que promovam o bem-estar, e visitas periódicas aos profissionais de saúde, cuidado esse que deve ser contínuo.

Além disso, por meio do SUS, toda mulher tem direito ao cuidado integral à saúde, tendo as Unidades Básicas de Saúde como porta de entrada para a realização de consultas, exames e acompanhamentos. Entre os serviços oferecidos pelo SUS, estão dois exames fundamentais para o cuidado da saúde da mulher: a mamografia (exame para detecção do câncer de mama) e o papanicolau (exame preventivo que rastreia o câncer do colo do útero), além da vacina contra o HPV, disponível para meninas entre 9 e 14 anos e mulheres que vivem com HIV/AIDS.

O SUS preconiza que mulheres de 50 a 69 anos devem realizar o exame clínico das mamas e a mamografia de 2 em 2 anos, ou em intervalos menores dependendo do resultado da mamografia anterior. Outros casos devem ser avaliados pelo profissional de saúde. Já o Papanicolau deve ser feito em mulheres de 25 a 64 anos, que já tiveram algum tipo de atividade sexual.

Saiba mais sobre Saúde da Mulher: www.saude.mg.gov.br/saudedamulher

Por Ricarda Caiafa