A meningite, doença caracterizada por um processo inflamatório nas membranas (meninges) que envolvem o cérebro e a medula espinhal, pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. No caso dos vírus, esses podem ser transmitidos pela saliva ou pelas fezes. Já as bactérias geralmente são transmitidas de pessoa para pessoa pelo contato com a saliva.

Crédito: Gil Leonardi

Por isso, medidas como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar produtos para a limpeza das mãos à base de álcool gel podem ajudar a interromper a disseminação de muitos vírus e bactérias causadores da meningite. Evitar compartilhar alimentos, bebidas, pratos, copos e talheres também é uma forma para reforçar a prevenção da doença.

Sintomas

Os sinais e sintomas de meningite podem surgir repentinamente e são caracterizados por febre, dor de cabeça, rigidez ou dor no pescoço, náuseas e vômitos. Mudanças de comportamento como confusão, sonolência e dificuldade para acordar podem também ser sintomas importantes.

No caso de recém-nascidos e lactantes, a doença se manifestar por febre, irritação, cansaço e falta de apetite. Já a forma mais grave da doença, conhecida como meningococcemia, pode ser sinalizada pelo aparecimento de manchas vermelhas ou roxas, pequenas ou grandes, na pele.

Vacinação

De acordo com a referência Técnica em Meningites da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fernanda Barbosa, além das medidas de prevenção mencionadas acima, o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferta no calendário básico de imunização, vacinas que protegem contra vários agentes causadores de meningite. São elas: a vacina BCG (MeningiteTuberculosa), a Tríplice Viral (Meningite por Sarampo e Caxumba), a vacina Pentavalente (meningite por Haemofilos influenzae b em crianças abaixo de 5 anos de idade), a vacina meningocócica C conjugada (Meningite Meningocócica do tipo C) e vacinas pneumocócicas conjugadas 10 valente (Meningite pneumocócica - 10 tipos), e que corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do país.

É preciso lembrar, entretanto, que não existem, até o momento, vacinas eficazes disponíveis contra todos os sorogrupos de meningite meningocócica, nem contra todas as outras centenas de espécies de micro-organismos que também podem causar meningites. Assim, a vigilância constante e as medidas preventivas continuam sendo imprescindíveis ao controle dessas doenças, assim como ao controle de muitas outras.

Ainda assim, Fernanda Barbosa reforça ser importante garantir a proteção individual e coletiva, evitando também a ocorrência de surtos dos microrganismos mais agressivos e incidentes. “As vacinas são básicas, recomendadas pelas sociedades médicas e indispensáveis para proteção”, explica a referência Técnica em Meningites da SES.

Em Minas Gerais, a cobertura da Menigocócica C conjugada está em 87,75% entre os menores de 1 ano e 82,94% entre as crianças de 1 ano completo. A meta de cobertura vacinal definida pelo Ministério da Saúde (MS) para essas faixas etárias é de 95%.

Esquema vacinal

De acordo com Fernanda Barbosa, a orientação é que todos aqueles grupos etários do calendário básico de vacinação de rotina se vacinem, atualizando sua situação vacinal.

“Para crianças menores de 02 anos, a vacina contra a Meningite Meningocócica C e contra o Pneumococo são ofertadas na rotina em três doses. Para adolescentes entre 11 e 14 anos, a vacina contra a Meningite Meningocócica C é ofertada na rotina como reforço em dose única”, explica a Referência Técnica.

Óbito em investigação em Leopoldina

Diante da notificação de um óbito suspeito, registrado no município de Leopoldina, a SES-MG reforça que não há motivo de alarde ou preocupação para os cidadãos de Leopoldina nem mesmo da região relacionado ao surgimento deste caso. Isso porque todas as medidas de prevenção já foram oportunamente e adequadamente tomadas pela vigilância epidemiológica municipal.

Durante a investigação, realizou-se o levantamento da situação vacinal e identificação das relações de contato íntimo e prolongado com o doente. Naqueles casos com contato íntimo evidente, foi realizada a quimioprofilaxia medicamentosa pela equipe de vigilância epidemiológica municipal.

A suspeita inicial é de uma doença meningocócica, mas outras bactérias também estão sendo pesquisadas. As meningites bacterianas são causadas por várias bactérias, dentre elas a Meningite Meningocócica. No grupo das Meningites Menigocócicas, nove tipos de bactérias (sorogrupos) podem ser as responsáveis pela doença: A, B, C, D, X, Y, Z, E e W. As meningites A, B e C são as mais frequentes.

A causa da morte foi uma meningite bacteriana provável, tendo em vista a manifestação clínica e exames locais e iniciais. No momento, a vigilância laboratorial da FUNED está realizando a pesquisa do agente causador dentre aqueles mais frequentes no Brasil. A expectativa é que até o final da próxima semana a FUNED libere esse resultado para a vigilância municipal de Leopoldina. A finalidade deste resultado, agora, será apenas de caráter epidemiológico e não altera nem invalida nenhuma das ações que já foram tomadas.

Por Fernanda Rosa