Nesta quarta-feira (01/08), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou na Cidade Administrativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, uma coletiva de imprensa para falar da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo. A campanha começa no dia 06 de agosto e vai até 31 do mesmo mês, sendo 18 de agosto (sábado) o Dia D de Vacinação.

 Crédito: Marcus Ferreira

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Durante o período, todas as crianças de um ano a menores de cinco anos devem ser levadas às Unidades Básicas de Saúde (UBS), independente se já foram vacinadas anteriormente ou não. Em Minas Gerais, o público da campanha é composto, ao todo, por 1.027.305 de crianças, sendo: 253.480 de um ano de idade; 255.227 de dois anos; 256.941 de três anos e 261.657 de quatro anos. A meta é vacinar 95% das crianças que integram o público, o que equivale a 975.940 crianças.

O Subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, explica que todas as crianças menores de cinco anos devem ser levadas às Unidades de Saúde. Isso porque, mesmo aquelas que já receberam as duas doses contra o sarampo (previstas no calendário vacinal), deverão tomar uma terceira dose de reforço durante a campanha. “Crianças menores de cinco anos, mesmo já tendo as duas doses da tríplice viral, que protege contra o sarampo, devem tomar uma nova dose de reforço. Diante dos casos confirmados da doença nos estados de Roraima e Amazonas, e da possibilidade de circulação e reintrodução do vírus em Minas, uma nova dose de reforço deve ser administrada”, disse.

A estimativa é que cerca de 4.056 Unidades Básicas de Saúde (UBS) funcionem durante a campanha. Serão distribuídas, ao todo, 1.284.200 de doses da vacina contra sarampo (tríplice viral) e outras 1.232.800 de doses da vacina contra a pólio.

Rodrigo Said explicou, ainda, que o objetivo da campanha é impedir o registro de casos de sarampo no estado e também a reintrodução da pólio. “A vacina é a principal estratégia de combate a essas doenças. Entretanto, percebemos uma queda nas coberturas vacinais nos últimos anos. A nossa expectativa com a campanha é aumentar essas coberturas e interromper qualquer cadeia de transmissão”, afirma.

Pais e responsáveis devem levar as crianças até a unidade mais próxima, com o cartão de vacinação, para que o profissional de saúde possa avaliar a situação vacinal e a necessidade de ministrar novas doses. “A caderneta de vacinação deve ser tratada como um documento pessoal, que deve acompanhar a criança a todo o momento. Além disso, ela é necessária para que as equipes de saúde possam avaliar quais doses precisam ser administradas”, explica Rodrigo Said.

 Crédito: Marcus Ferreira

Esquema vacinal

A campanha de 2018 será indiscriminada, ou seja, todas as crianças dentro da faixa etária da campanha deverão ser levadas aos postos de saúde. Para se protegerem contra o sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina tríplice viral, independente de já terem as duas doses recomendadas, desde que não tenham sido imunizadas nos últimos trinta dias.

Já em relação à pólio, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a VIP (Vacina Inativada Poliomielite) e os menores de cinco anos que já tiverem tomado uma ou mais doses, receberão a VOP (Vacina Oral Poliomielite), a gotinha.

Coberturas vacinais

A cobertura vacinal contra a pólio, em menores de um ano, em 2018, está em 66,34%. Em crianças de um ano, em 2018, está em 53,69%. Já a cobertura da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, em crianças de um ano de idade, ficou abaixo da meta (95%) nos anos de 2017 e 2018. Até o momento, Minas Gerais possui apenas 66,79% de cobertura vacinal referente a esta faixa-etária, o que é considerado preocupante, uma vez que a maior parte dos casos suspeitos de sarampo ocorrem em crianças, geralmente menores de cinco anos, que já deveriam estar com o esquema de vacinação completo. Além disso, o índice de complicações e óbitos também é maior neste grupo.

Sarampo

Até o momento, não há casos confirmados de sarampo no estado. São 118 casos suspeitos notificados, sendo 55 casos descartados e outros 63 que permanecem em investigação. Ainda que não existam casos confirmados em Minas Gerais, o vírus ainda circula em grande quantidade em várias regiões da Europa e da América, além do registro de casos em outros estados do Brasil. Por isso, a necessidade da imunização.

O sarampo é uma doença infecciosa viral aguda de alta transmissibilidade que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. A transmissão da doença ocorre diretamente de pessoa para pessoa, através de gotículas do nariz, boca ou garganta de pessoas infectadas pelo vírus.

Entre os principais sintomas estão febre, manchas avermelhadas pelo corpo (exantemas), tosse, coriza, conjuntivite (olhos vermelhos e lacrimejantes), fotofobia (sensibilidade à luz) e pequenas manchas brancas dentro da boca (manchas de Koplik). A doença também pode apresentar complicações graves, incluindo encefalite, pneumonia e até óbito, principalmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

A única forma de se proteger contra o sarampo é a vacinação. A vacina Tríplice Viral, que protege contra a doença, está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do estado e também protege contra a rubéola e a caxumba. A vacina é segura e altamente eficaz, produzida a partir do vírus enfraquecido. Ela só não é recomendada para pessoas com alergia a ovo.

Pólio

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, provocada pelo poliovírus. Em contato com o corpo humano, o vírus se multiplica no intestino podendo invadir o sistema nervoso central, levando a perda de massa muscular e paralisia. A transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa, por meio de alimentos e água contaminados ou pelo contato com gotículas de secreções como ao falar, tossir e espirrar.

Apesar da pólio não ser registrada no país desde 1990, enquanto houver circulação do vírus, vacinal ou selvagem, em qualquer outro país há risco de reintrodução da pólio em nosso território. Isto porque a doença está presente em países da África, Ásia e Oriente Médio. A principal forma de prevenção se dá pela vacinação.

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Por Jéssica Gomes