JUNTOS PELA PREVENÇÃO                                                                                CÂNCER DE TESTÍCULO | CÂNCER DE PÊNIS | PREVENÇÃO | TRATAMENTO PELO SUS

A saúde, mais do que genética, é consequência das escolhas e hábitos de vida. Homens costumam dar menos atenção à saúde e realizam menos consultas médicas. Levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo mostra que 70% das pessoas do sexo masculino que procuram um consultório médico tiveram a influência da mulher ou de filhos. O estudo também revela que mais da metade desses pacientes adiaram a ida ao médico e já chegaram com doenças em estágio avançado.

A identificação precoce de doenças aumenta as chances de um tratamento eficaz. Por isso, alguns exames devem fazer parte da rotina dos homens.

É preciso estar atento ao corpo e aos sinais que ele envia. O cuidado deve ser diário. Mudanças de hábitos alimentares, com menos alimentos gordurosos e ultra processados são fundamentais. Evitar comportamentos de risco é a chave para uma vida mais longa e saudável.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. Ele é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen, sendo a responsável por produzir o líquido prostático, que na idade reprodutiva do homem, normalmente antes dos 40 anos, protege e nutre os espermatozoides.

O QUE AUMENTA O RISCO?

  • Idade: tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos;
  • Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos: pode refletir tanto fatores genéticos (hereditários), quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias;
  • Excesso de gordura corporal;
  • Agentes químicos, físicos e biológicos ou suas combinações, relacionados ao trabalho. São exemplos o arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, fuligem, dioxinas entre outras. Evitar ou diminuir a exposição a estes agentes seria o ideal e desejável.

SINAIS E SINTOMAS

Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata. Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal. O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados no tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais como:

Fique atento a alguns sinais:

  • Dificuldade de urinar;
  • Diminuição do jato de urina;
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite;
  • Sangue na urina.

Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico.

DETECÇÃO PRECOCE

A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de um tratamento bem-sucedido.

Ela pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. No caso do câncer de próstata, esses exames são o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).

TRATAMENTO

Para doença localizada (que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos), cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.

QUANDO COMEÇAR A FAZER EXAMES?

O ideal é que a partir dos 50 anos todo homem faça exames periódicos anualmente, para o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Entretanto quem já teve familiares com esta doença deve antecipar a avaliação periódica a partir dos 40 anos.

O tumor de testículo corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens. É facilmente curado quando detectado precocemente e apresenta baixo índice de mortalidade.

Apesar de raro, preocupa porque a maior incidência é em homens em idade produtiva - entre 15 e 50 anos. Nessa fase, há chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por orquiepididimites (inflamação dos testículos e dos epidídimos (canais localizados atrás dos testículos e que coletam e carregam o esperma) geralmente transmitidas sexualmente.

O QUE AUMENTA O RISCO?

  • Histórico familiar deste tumor;
  • História prévia em testículo contralateral;
  • Infertilidade;
  • Criptorquidia (não descida de um ou dos dois testículos para a bolsa escrotal). Na infância, é importante o exame do pediatra para verificar se ocorreu normalmente a descida dos testículos
  • Trabalhadores expostos a agrotóxicos podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.

SINAIS E SINTOMAS

O mais comum é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Mas deve-se ficar atento a outras alterações, como:

  • Aumento ou diminuição no tamanho dos testículos;
  • Endurecimentos;
  • Dor imprecisa na parte baixa do abdômen;
  • Sangue na urina e aumento ou sensibilidade dos mamilos.

Caso sejam observadas alterações, o médico, de preferência um urologista, deve ser consultado.

DETECÇÃO PRECOCE

A detecção precoce do câncer é a estratégia para encontrar o tumor em fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como, Aumento de tamanho, de forma ou textura de testículo.

Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico.

TRATAMENTO

O tratamento inicial é sempre cirúrgico. Caso o nódulo seja pequeno e os marcadores tumorais sejam normais, pode-se optar por biópsia (retirada de um fragmento de tecido para ser examinado ao microscópio). O resultado do exame é dado ainda durante a cirurgia. Em caso positivo para câncer, o testículo é extraído, em parte ou totalmente. O mais comum é ocorrer a retirada completa do testículo afetado (marcadores previamente aumentados ou lesões maiores). A função sexual ou reprodutiva do paciente não é afetada, desde que o outro testículo esteja saudável.

O tratamento posterior poderá ser radioterápico, quimioterápico ou de controle clínico. A complementação dependerá de investigação, que avaliará a presença ou a possibilidade de disseminação da doença para outros órgãos.

O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem.

O QUE AUMENTA O RISCO?

  • Má higiene íntima;
  • Estreitamento do prepúcio. Homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, a pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis) têm maior predisposição ao câncer de pênis;
  • Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano).

SINTOMAS

A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser um indicativo de câncer no pênis. Nesses casos, é necessário consultar um especialista. Além da tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), pode ser sinal de progressão da doença (metástase).

PREVENÇÃO

Para prevenir o câncer de pênis, é necessário fazer a limpeza diária do órgão com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar aos meninos desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias.

A cirurgia de fimose (quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação. Também chamada de circuncisão ou postectomia, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância. Quando a circuncisão é realizada na infância, há redução do risco de desenvolver esse tipo de câncer.

Bons hábitos de higiene reduzem o risco tanto em homens que realizaram quanto nos que não realizaram a cirurgia.

DETECÇÃO PRECOCE

Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto, mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:

  • Tumor ou úlcera em pênis na ausência de uma doença sexualmente transmissível ou persistente após seu tratamento;
  • Espessamento ou mudança na cor da pele do pênis ou prepúcio.

Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.

TRATAMENTO

O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas. Nas lesões superficiais a realização de postectomia e tratamento local com medicamentos é possível em alguns casos.

A cirurgia é o tratamento mais eficaz e frequentemente realizado para controle local da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação total do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura e menos traumático é o tratamento.

A prevenção do câncer, de uma forma geral, engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença, e, mudar, para melhor, os hábitos alimentares e o estilo de vida são ótimas forma de prevenir o câncer de próstata.

NÃO FUME!

Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, principalmente os de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 7.000 compostos e substâncias químicas que são inaladas por fumantes e não fumantes. Parar de fumar é fundamental para a prevenção do câncer.

» Saiba mais em: www.saude.mg.gov.br/tabagismo

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E PESO CORPORAL ADEQUADO

Manter um peso saudável ao longo da vida é uma das formas mais importantes de se proteger contra o câncer. Ter uma ingestão rica em alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e evitar os alimentos ultra processados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer, bebidas adoçadas, entre outros, podem prevenir o câncer. A alimentação deve ser saborosa, respeitar a cultura local, proporcionar prazer e incluir alimentos regionais.

» Saiba mais em: www.saude.mg.gov.br/alimentacaoadequada

EVITE BEBIDAS ALCOOLICAS

Seu consumo, em qualquer quantidade ou tipo, contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.

ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física também contribui para a manutenção do peso corporal saudável. Você pode caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim ou buscar modalidades, como a corrida de rua, ginástica ou musculação, entre outras. Experimentar e achar aquela modalidade que você gosta é importante para começar e /ou aumentar a atividade física. Aproveite e busque fazer dessas atividades um momento coletivo, prazeroso e divertido, com a família e amigos.

» Saiba mais em: www.saude.mg.gov.br/atividadefisica

VACINAÇÃO CONTRA HEPATITE B

O câncer de fígado está relacionado à infecção pelo vírus causador da hepatite B e a vacina é um importante meio de prevenção deste câncer. O Ministério da Saúde disponibiliza nos postos de saúde do País a vacina contra esse vírus para pessoas de todas as idades.

» Saiba mais em: www.saude.mg.gov.br/hepatite

EXPOSIÇÃO A AGENTES CANCERÍGENOS

Agentes químicos, físicos e biológicos ou suas combinações são causas bem conhecidas de câncer relacionado ao trabalho, e evitar ou diminuir a exposição a estes agentes seria o ideal e desejável. Mas para que isto ocorra de maneira satisfatória, é necessário o comprometimento de todos os envolvidos nos diversos processos de trabalho, visando a elaboração de planos para evitar o adoecimento dos trabalhadores. Também é fundamental a implementação de leis que obriguem e fiscalizem a substituição dos agentes causadores câncer no trabalho por outros mais saudáveis, quando já houver esta alternativa.

A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Portaria Nº 868, de 16 de maio de 2013) determina o cuidado integral ao usuário de forma regionalizada e descentralizada e estabelece que o tratamento do câncer será feito em estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). Unacons e Cacons devem oferecer assistência especializada e integral ao paciente com câncer, atuando no diagnóstico, estadiamento e tratamento.

Existem atualmente 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer. Todos os estados brasileiros têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde o paciente de câncer encontrará desde um exame até cirurgias mais complexas.

Veja os estabelecimentos de saúde habilitados e credenciados para o atendimento do câncer que integram a rede do SUS em Minas neste link.