Há tempos, os servidores da Fundação Ezequiel Dias (Funed) envolvidos com divulgação científica sonham com a chegada de um vagão, cuja doação já foi prometida à Fundação pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), onde exposições de popularização da ciência pudessem ser montadas. Agora, o sonho começa, aos poucos, a tomar forma: a possibilidade de um vagão itinerante, numa espécie de Ciência em Movimento sobre trilhos.

O vice-presidente da Funed, Rodrigo Leite, a Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento, Silvia Fialho, a chefe da Divisão de Extensão e Divulgação Científica, Marina Rezende, e o historiador Sidney do Carmo, receberam nessa quarta-feira, 19/6, representantes da Oscip Apito – Operações Ferroviárias, que há anos lutam para revitalizar os ramais ferroviários do país, com a reintrodução de trens de passageiros. E o momento parece bastante propício a essa discussão: a proposta de um trem turístico saindo da Estação Central de Belo Horizonte e chegando até Brumadinho já foi anunciada pelo Ministério do Turismo esse ano, como uma das ações de recuperação da cidade, após o rompimento da barragem da Vale em janeiro.

A conversa inicial com a Apito é apenas o primeiro passo rumo à concretização do projeto, mas pareceu bastante promissora ao vice-presidente da Funed. “Eles têm os meios para conseguir a revitalização dos vagões, e nós temos a expertise, o know-how e o interesse em divulgar a ciência”, afirmou Rodrigo, completando: “A Funed está sempre de portas abertas para boas ideias. A casa sobreviveu 112 anos graças a isso”.

Resgate Histórico

A iniciativa de um vagão da ciência pode parecer inovadora e, em vários aspectos, realmente é. Mas a ideia é também o resgate de uma iniciativa da Funed do início do século 20, quando o “Posto Ambulante de Profilaxia” foi montado dentro de um vagão de trem pela então filial mineira de Manguinhos e viajava pelo interior do estado, divulgando ações de saúde pública.

Por Luciana Julião (ASCOM Funed)