A Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Saúde do Trabalhador (NUVEAST), realizou nos dias 21 e 22 de fevereiro, no Auditório do Hospital Municipal Eliane Martins, em Ipatinga, uma capacitação e atualização do Manejo Clínico da Tuberculose, para médicos e enfermeiros das microrregiões de saúde de Ipatinga e Timóteo/Coronel Fabriciano.  

Crédito: Flávio A. R. Samuel

A capacitação foi ministrada pela Referência Técnica em Tuberculose da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, Micheli Moreira Egídio, e pelo médico pneumologista Alexandre Amilar da Silveira, Referência em Tuberculose do Centro de Controle de Doenças Infecto-Parasitárias (CCDIP) do município de Ipatinga. Foram abordados estudos de casos e a parte clínica da doença, além de apresentação do panorama da tuberculose no Brasil e Minas Gerais. “Esta capacitação faz parte do Plano Regional de controle da Turberculose e tem o objetivo de atualizar os profissionais de Saúde da Atenção Básica e dos Hospitais em Manejo Clínico dos Pacientes com Tuberculose”, detalhou Micheli.

O plano de controle regional da Tuberculose, segundo Micheli, segue os mesmos parâmetros das propostas em níveis nacional e estadual para a redução e controle de casos da doença. “A gente também trabalha localmente, tentando identificar as fragilidades de cada município para melhorar a detecção precoce, acompanhando o tratamento de perto para ter efetividade e evitar o abandono. Além disso, temos tentado parcerias com instituições que cuidam de privados de liberdade e escolas, com o objetivo de ampliar as informações entorno da doença, mas o foco principal é a capacitação dos profissionais para que todos sigam o protocolo do Ministério da Saúde e consigam controlar a tuberculose em seus respectivos municípios”, afirmou.

Segundo o pneumologista do CCDIP, Alexandre Amilar da Silveira, o controle da tuberculose é um antigo desafio para a saúde pública no Brasil. De acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de treze brasileiros morrem em média todos os dias em decorrência da doença, com um registro de 4,5 mil mortes em 2016. Em 2017,  foram notificados no país aproximadamente 72 mil casos novos, enquanto em Minas Gerais foram 4.534. “É justamente o abandono do tratamento um dos principais desafios para o controle da tuberculose. Trata-se de uma situação grave e pode levar o doente à morte; além de manter a transmissão da doença e ocasionar o aparecimento de bactérias mais resistentes aos fármacos. Por outro lado, a pessoa em uso correto dos medicamentos não transmite a doença após 15 dias de tratamento”, ponderou.

Para Solange Marcelina de Souza Matozinhos, enfermeira da Atenção Primária do município de Antônio Dias, “a atualização sobre a Tuberculose é de grande importância para a atenção primária, as dúvidas sempre aparecem e este é o espaço ideal para saná-las. Hoje já existem novos exames e novas formas de abordagem e tratamento. Saímos daqui com o compromisso de replicar esta atualização no município, capacitar nossas equipes da Atenção Primária quanto ao tratamento supervisionado e mobilizar a comunidade sobre os cuidados e tratamento da tuberculose”, afirmou Solange.

A capacitação contou também com apoio técnico da enfermeira Juscelle Ribeiro, Referência Técnica para o tratamento da Tuberculose do município de Santana do Paraíso e da enfermeira Monique Brovini Leite, do Programa de Controle da Tuberculose do Centro de Controle de Doenças Infecto-Parasitárias (CCDIP) do município de Ipatinga. Na semana passada, nos dias 14 e 15 de fevereiro, foi realizada a mesma capacitação para os médicos e enfermeiros da microrregião de saúde de Caratinga.

Diagnóstico e tratamento

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos.

O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que a pessoa com tosse por três semanas ou mais seja investigada. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento, cansaço/fadiga. Quem apresentar algum dos sintomas pode procurar um posto de saúde. Constatada a doença, o paciente é encaminhado ao Centro de Controle de Doenças Infecto-parasitárias de Ipatinga, onde ele será acompanhado durante o período de tratamento.

O pneumologista Alexandre Amilar da Silveira explica que a evolução da doença depende da imunidade do indivíduo. “A pessoa pode apresentar um quadro assintomático mais lento, como pode ter uma evolução mais rápida e ter um comprometimento pulmonar mais acelerado, que pode acabar gerando danos para o paciente, mesmo em tratamento. Isso significa que quanto mais rápido a pessoa procurar uma unidade de saúde, mais protegida ela estará, porque o tratamento é feito com menos dano à pessoa, com mais chance de recuperação ao órgão afetado e, ao mesmo tempo, com menos risco de exposição, controlando a cadeia de transmissão”, explica o pneumologista.

Saiba mais sobre a Tuberculose, sintomas e tratamento em: www.saude.mg.gov.br/tuberculose

Por Flávio A. R. Samuel

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