Cuidado Farmacêutico

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As práticas relacionadas os cuidados farmacêuticos são empregadas aos pacientes e para a sociedade por meio dos serviços farmacêuticos. Esses serviços podem ser tanto com o objetivo de educar e fazer rastreamento em saúde, quanto realizar a dispensação de medicamentos e manejo de problemas de saúde autolimitados. Além disso, devido à expertise dos profissionais em identificar, prevenir e resolver problemas relacionados à farmacoterapia (PRM) podem ser prestados serviços como a conciliação de medicamentos, monitorização terapêutica de medicamentos, revisão da farmacoterapia, gestão da condição de saúde e acompanhamento farmacoterapêutico.

Tais serviços podem ser realizados em diferentes lugares de prática, incluindo farmácia comunitária, leito hospitalar, farmácia hospitalar, serviços de urgência e emergência, serviços de atenção primária à saúde, ambulatório, domicílio do paciente, instituições de longa permanência, entre outros, segundo regulamentação específica. E ainda devem ser ofertados de acordo com as necessidades de saúde do paciente, como demonstrado na Figura abaixo. Dessa forma, como cada paciente poderá ter uma demanda, pode ser ofertado mais de um serviço farmacêutico simultaneamente.

Fonte: Conselho Federal de Farmácia (2016)


Rastreamento em saúde: serviço que permite a identificação de alguma doença ou condição de saúde em pessoas que não tenham ainda apresentado os sintomas claros, ou ainda que tenham chances de desenvolvê-los. São realizados por meio de procedimentos, exames ou aplicação de instrumentos de entrevistas validados. No entanto, não consiste apenas na realização destes procedimentos, mas também na avaliação dos seus resultados e decisão clínica da melhor conduta para o paciente.

Educação em saúde: serviço que tem por objetivo o desenvolvimento da autonomia e criação de responsabilidade dos pacientes com a própria doença e cuidados com sua saúde (empoderamento). Além destes, envolver os demais profissionais, gestores e cuidadores com a promoção da saúde, prevenção e controle de doenças, e melhoria da qualidade de vida. Envolve, ainda, ações de mobilização da comunidade com o compromisso pela cidadania.

Dispensação: serviço que tem como objetivo propiciar o acesso e uso adequado dos medicamentos. É realizado pelos farmacêuticos ou por outros profissionais, desde que estejam sob orientação farmacêutica. Envolve a análise dos aspectos técnicos e legais do receituário, a realização de intervenções, a entrega de medicamentos e de outros produtos para a saúde ao paciente ou ao cuidador, a orientação sobre seu uso adequado e seguro, seus benefícios, sua conservação e descarte, com o objetivo de garantir a segurança do paciente, o acesso e a utilização adequados.

Manejo de problemas de saúde autolimitados: serviço em que os farmacêuticos são capazes de aplicar os conhecimentos e habilidades clínicas para selecionar e documentar terapias com ou sem medicamentos e que não exigem prescrição médica, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à resolução da queixa do paciente. Os problemas de saúde autolimitados, também conhecido por transtornos menores, são enfermidades agudas, de baixa gravidade e de breve período de tempo. Podem ser tratados de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica. Os farmacêuticos devem orientar o paciente e acompanhar os resultados da terapia prescrita ou do encaminhamento, para certificar-se da adesão às intervenções realizadas e resolução do problema de saúde.

Monitorização terapêutica de medicamentos: serviço que envolve a interpretação dos exames laboratoriais relacionados aos medicamentos, tendo como objetivo a determinação de doses individualizadas necessárias para a obtenção dos resultados desejados do tratamento. A monitorização terapêutica pode ser usada para identificar o tratamento mais apropriado para o paciente de forma que alcance a melhor resposta com a menor ocorrência de reações adversas.

Conciliação de medicamentos: serviço que consiste na obtenção de uma lista completa e precisa dos medicamentos de uso habitual do paciente e posterior comparação com a prescrição em todas as transições de cuidado (admissão, alta hospitalar ou transferência entre unidades de internação). Geralmente o serviço é prestado quando o paciente transita pelos diferentes níveis de atenção ou por distintos serviços de saúde. A lista de medicamentos é elaborada pelo farmacêutico e contempla o nome ou formulação do medicamento, concentração/dinamização, forma farmacêutica, dose, via de administração e frequência de uso, além da duração do tratamento. Esse serviço tem como objetivo prevenir erros de medicação resultantes de diferenças da prescrição, como duplicidade ou omissão de medicamentos, evitando assim danos desnecessários.

Revisão da farmacoterapia: serviço pelo qual o farmacêutico faz uma análise crítica e estruturada sobre os medicamentos em uso pelo paciente, cuja finalidade é a resolução de problemas relacionados à prescrição, à utilização, aos resultados terapêuticos, entre outros. Tais problemas que poderão ser identificados são, por exemplo: reações adversas, baixa adesão, erros de dosagem e/ou de doses, interações de medicamentos, necessidade de acompanhamento ou de terapia adicional, como também oportunidades de redução no custo do tratamento.

Gestão da condição de saúde: serviço que compreende o gerenciamento de determinada condição de saúde já estabelecida, ou de fator de risco, por meio de um conjunto de intervenções gerenciais e educacionais durante o processo de cuidado ao paciente. Costuma ser de natureza multiprofissional, incluindo, entre outros, médicos, enfermeiros, nutricionistas e farmacêuticos. Na qualidade de um serviço farmacêutico, é focado em uma doença ou condição específica (diabetes, hipertensão, dislipidemia, asma brônquica, insuficiência cardíaca, uso de anticoagulantes orais, entre outras), e tem como finalidade fornecer ao paciente as ferramentas e conhecimento necessário para realização do autocuidado. É desejável a existência de protocolos clínicos ou acordos de colaboração com o médico, que aumente a autonomia do farmacêutico para dar início, ajustar, modificar ou suspender a farmacoterapia, durante o acompanhamento do paciente.