A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promoveu nesta terça-feira (21-05), no auditório da 8ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), em Governador Valadares, Reunião Técnica do Programa de Vigilância e Controle dos Acidentes por Animais Peçonhentos. Participaram da atividade médicos e enfermeiros dos 51 municípios da área de abrangência da Regional de Saúde de Governador Valadares. 

Animais peçonhentos são reconhecidos como aqueles que produzem ou modificam algum veneno e possuem um aparato para injetá-lo na sua presa ou predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no Brasil são algumas espécies de serpentes, escorpiões, aranhas, mariposas e suas larvas, abelhas, formigas e vespas, besouros, lacraias, peixes e águas-vivas e caravelas, entre outros.

Durante o evento, os profissionais de saúde puderam se atualizar sobre os temas “O Panorama epidemiológico Regional e desafios inerentes à Rede de Assistência”, “Diagnóstico e Tratamento por escorpiões e aranhas, insetos e animais aquáticos e ofídicos”, “Vigilância em Saúde, Notificações e Situação Epidemiológica no Estado de Minas Gerais”. Os profissionais também receberam informações sobre notas informativas do Ministério da Saúde quanto à situação da distribuição de imunobiológicos e a nova abordagem ao tratamento em casos de acidentes por serpentes do Grupo Bothrops (jararacas) e por escorpiões, em situação de escassez de antivenos.

Crédito: Frederico Bussinger

Segundo a referência Técnica Estadual do Programa de Vigilância e Controle dos Acidentes por Animais Peçonhentos da SES-MG e condutora do evento, Andréia Kelly Roberto Santos, um dos objetivos da reunião foi de “conscientizar os médicos e enfermeiros sobre a importância de um bom diagnóstico e um tratamento adequado para esse tipo de acidente, já que existe a falta de conhecimentos de alguns profissionais para a devida condução dos casos, havendo consumo desnecessário dos imunobiológicos”, destacou. 

A referência técnica, Andréia Kelly informou, ainda, que o evento procurou também sensibilizar os médicos sobre a importância do envio correto de dados nas fichas de notificação de acidentes. “Muitas vezes as fichas vêm mal preenchidas, com falta de dados ou com informações erradas, dificultando o papel da Vigilância em identificar quais são os nossos principais pacientes e onde esses casos estão ocorrendo”, acrescentou.

O médico da Atenção Primária à Saúde do município de Coroaci, Bruno Sancler Fonseca, avaliou a reunião como proveitosa e informativa. “Esse encontro foi muito importante para nós profissionais de saúde, porque tivemos a oportunidade em receber atualizações e fomos orientados quanto às novas diretrizes de dosagem de soros antipeçonhentos, principalmente no meu caso, que atuo num município que tem por semana de 2 a 3 casos de acidentes com escorpiões e serpentes. Assim que chegar à minha cidade vou repassar tudo para as equipes de Saúde da Família”, finalizou.

Quadro Epidemiológico na região leste

Durante a reunião, a referência em Acidentes por Animais Peçonhentos da SRS-GV, Charles Aguiar, informou que “no ano de 2018, em dados obtidos no SINAN, 2.933 casos deste agravo foram notificados nos municípios pertencentes à área de abrangência SRS-GV , 2.379 foram acidentes causados por escorpião, 280 por serpentes, 108 por aranhas, 6) por abelhas, 16 por lagartas, 74 foram classificados como outros acidentes e 8 foram ignorados/branco”, disse.

Ele também salientou que os animais peçonhentos de interesse em saúde pública podem ser definidos como aqueles que causam acidentes classificados pelos médicos como leves, moderados ou graves. Quanto à classificação dos casos, considerando os acidentes notificados pelos municípios da jurisdição da SRS-GV, observou-se que os casos leves ocorreram em 85% (2.486) dos acidentes registrados, com os de forma moderada correspondendo a 12% (369) e a forma grave com 2% dos casos (59). Foram classificados como casos graves 10% (7) dos acidentes causados por abelhas, 5% (14) dos acidentes causados por serpentes e 2% (44) dos acidentes causados por escorpiões”, concluiu.

Por Frederico Bussinger