Apesar de não ter nenhum caso de febre amarela registrado no Triângulo Mineiro, a Regional de Saúde de Uberlândia está preparando a Rede de Atenção à Saúde para o atendimento a pacientes com a doença. Foi realizado na quinta-feira (22/02), a “Capacitação para o Manejo Clínico em Febre Amarela” para os médicos e profissionais de saúde dos 18 municípios da região.

Crédito: Priscilla Fujiwara

Segundo o médico infectologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC – UFU), José Humberto Marins, quarenta por cento das pessoas infectadas pelo vírus da febre amarela adoecem e, destas, de 15 a 30% desenvolvem os sintomas da doença. “Das pessoas que evoluem para a forma grave ou maligna, 50% vem a óbito”. Ainda para o médico, é importante que no serviço de saúde, no atendimento clínico, o profissional médico identifique corretamente os casos de febre amarela para evitar o agravamento da doença. “O mais importante para reduzir a letalidade é que no pronto atendimento sejam diagnosticados correntemente àqueles pacientes com sinais de alerta que indicam que o organismo não está respondendo bem à infecção”, disse.

Os pacientes que evoluem para a forma maligna e grave, têm indícios clínicos, como vômitos persistentes, icterícia (coloração amarela), dor abdominal intensa, redução da pressão arterial, presença de sangramentos, problemas de diurese, alterações hepáticas que demonstram inflamação do fígado, explicou o médico. “O profissional de saúde deve ficar atento se os pacientes com os sintomas de alerta estão com a vacina em dia e se viajou para alguma área de risco”, complementou.

Fluxo do Manejo Clínico

O hospital de referência para os casos graves de febre amarela na região da Regional de Saúde de Uberlândia é o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC - UFTM). “Se o médico identificar os sinais e sintomas de febre amarela e tiver alterações nos exames clínicos, a internação do paciente é imediata. Não importa a gravidade, todos os casos serão acompanhados e monitorados”, afirmou a referência técnica do Núcleo de Redes e Atenção à Saúde, Bruna Betiatti. “A internação é uma forma de evitar o agravamento da doença, pois os sintomas são atenuados”.

Os casos graves que demandarem uma internação no HC - UFTM devem ser inseridos e regulados pelo SUS Fácil, sistema que agilizar a troca de informações entre as unidades administrativas e as unidades hospitalares na busca ativa de leitos para pacientes que precisam de internação. “Não basta somente inserir no SUS Fácil a solicitação de vaga para a internação É preciso ligar e fazer contato telefônico para agilizar todo o trâmite, pois a evolução da doença é rápida”, reforçou Betiatti quanto a importância da agilidade dos profissionais de saúde ao identificar os casos graves de febre amarela.

A referência também afirmou que todos os atores, como gestores, profissionais das unidades de saúde e hospitais estão capacitados e conscientes de seu papel nas redes de atenção à Saúde para o Enfrentamento da Febre Amarela.

» Clique aqui e saiba como é o Fluxograma para Atendimento a Febre Amarela

Por Priscila Fujiwara