Desde segunda-feira (19), os alunos da especialização em Saúde Pública (2017-2018), da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), participam da disciplina "Educação Popular em Saúde e Participação Social", ministrada pelas docentes e trabalhadoras da instituição Alessandra Faria, Amanda Soares e Juliana Santos.

As aulas tiveram como norteadores o diálogo e o cuidado, e foram realizadas em um formato mais informal, voltado para humanização das pessoas e a troca de conhecimentos de maneira espontânea, uma nova prática proposta pela Escola.

Para Gislene Lacerda, coordenadora do curso, a experimentação é uma das apostas fundamentais para os alunos, além de utilizarem todos os sentidos no processo de aprendizagem. "Nossos alunos experimentaram e vivenciaram atividades como: músicas, danças, massagem, teatro, prepararam e tomaram chás, entre outras. Buscaram a integração entre as discussões teóricas e os saberes e práticas que perpassam o campo da saúde e o processo educativo. Houve um grande envolvimento e participação da turma, foi uma bela experiência de trocas e de encontros”, comemora.

Alessandra Faria, uma das docentes, destaca que a nova metodologia permite buscar o novo, em conjunto com os alunos e os saberes de cada profissional presente em sala, buscando novos caminhos. "A metodologia aplicada é um princípio do pensamento Freiriano, que significa refletir sobre o que se faz e o que se vive. A partir disso, nós construímos uma disciplina em que pudéssemos viver, experimentar, sobre o que depois fomos refletir e nomear teoricamente. A troca de conhecimento é democrática, não tem saber mais ou menos. Nossa aposta segue esse caminho de interação, convivência e experimentação”, explica.

Boas surpresas

A aluna Vivian Valle, enfermeira no município de Lagoa Santa (Região Metropolitana de Belo Horizonte), aponta que os ensinamentos em sala de aula serão importantes para o atendimento aos usuários na unidade de saúde em que atua. "Eu me arrepiei em diversos momentos. Nos emocionamos, relembramos coisas de nossas vidas, pois aprendemos a nos conhecer. Nós falamos muito em escutar o outro, mas nós descobrimos que precisamos ouvir nós mesmos primeiro para depois conseguir escutar o outro. Esses pontos podemos levar para o nosso trabalho, que está relacionada a convivência, a relação, o contato com o outro. Todos que estão aqui dentro estão revendo várias ações que podem realizar em seu trabalho, diz.

Créditos: Ayrá Sol Soares

A também enfermeira Adriana Mendes, conta que a metodologia das aulas foi mais eficaz para o aprendizado, pela possibilidade de vivenciar os temas debatidos em sala. "Nós estamos acostumados a entrar na sala de aula, o professor dar a matéria e fazermos os exercícios e desde o início o curso já tem uma didática bem diferente. Esse começo de ano foi complicado e estar aqui foi fantástico, pois tivemos momentos de terapia voltada para os saberes populares. Tivemos aula de dança, cantigas e ficamos em uma grande euforia. Depois fomos para um escalda pés com ervas muito agradável, além de massagens e músicas relaxantes. Foi uma experiência diferente do que estávamos esperando, foi prazeroso", alegra-se.

O curso

A especialização em Saúde Pública é um dos grandes marcos da ESP-MG. Durante sua história, o curso exerceu papel de destaque na qualificação dos profissionais, buscando sempre ofertar formação de qualidade em consonância com o contexto mais amplo da saúde pública no Brasil e em Minas Gerais.

Em 2017, curso foi Acreditado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), reconhecimento formal de que a especialização atende a requisitos previamente definidos e que a instituição demonstra ser competente para realizar a ação educacional de grande importância para qualificação de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).

A turma atual teve início em maio de 2017 e tem previsão de conclusão para junho deste ano. Os alunos são trabalhadores do SUS dos municípios de Belo Horizonte, Betim, Cláudio, Coluna, Confins, Coronel Fabriciano, Fortuna de Minas, Itabira, Itamarandiba, Lagoa Santa, Mariana, Ouro Branco, Poté, Ribeirão das Neves, Rosário da Limeira, Sabará, São Joaquim de Bicas e Várzea da Palma.

Por Ayrá Sol Soares – ASCOM/ESPMG