É possível prevenir acidentes envolvendo crianças. No entanto, não existe vigilância humanamente possível dos pais por 24 horas diárias. É necessário construir práticas e ambientes seguros, rotinas de cuidado, direcionamento do acesso dentro da casa e desconstrução de práticas de risco. Conhecê-las e orientá-las é tão fundamental quanto o acompanhamento das imunizações, alimentação e crescimento da criança. 

A partir desses princípios, a Clínica Pediátrica do Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), promove no dia 30 de agosto - data em que se comemora o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes na Infância, sua 2ª Mobilização Anual na Prevenção de Acidentes com Crianças. Durante o encontro, que será realizado às 21 horas, no auditório do Hospital João XXIII, e que tem como público alvo pediatras e residentes de diversas unidades de saúde, serão discutidos os acidentes e riscos na infância e adolescência.

Crédito: iStock / Reprodução.

Segundo o coordenador do setor, André Gonçalves Marinho, o objetivo da ação é mostrar que o papel educacional do HJXXIII deve ultrapassar o ensino da urgência. “É importante que os pediatras sejam multiplicadores desse conhecimento e tragam para a realidade da promoção de saúde, nas consultas de rotina, a cultura de orientação a cerca dos principais acidentes em cada faixa etária e que eles decorrem das habilidades neuropsicomotoras em desenvolvimento”, ressaltou. 

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Para André Marinho, o médico pediatra pode ser um agente fundamental na promoção da saúde infanto-juvenil enquanto provedor de orientações de segurança. Ele ressalta que cada marco do desenvolvimento traz consigo riscos em potencial que devem ser ensinados em cada consulta. “Somente nessa ação repetida e pactuada podemos modificar culturas. A criação de uma cultura da segurança infantil é uma urgência pediátrica que precisamos multiplicar”, disse.

Clínica Pediátrica do HJXXIII

A Clínica Pediátrica do Hospital João XXIII é referência nacional no Sistema Único de Saúde (SUS) na assistência ao trauma pediátrico e vem se consolidando, há várias gerações, nessa missão. São atendidas mais de 12 mil crianças por ano na unidade, a grande maioria por trauma.

Atendimentos

Em 2015 foram atendidas 12.062 crianças na faixa etária de 0 a 12 anos. Desse total, 978 por motivos clínicos e 1.834 retornos. Os demais, por trauma.
Já em 2016 foram atendidas 13.236 crianças na faixa etária de 0 a 12 anos. Desses, 1.189 por motivos clínicos e 2.336 retornos. O restante são casos decorrentes de trauma. 

Por fim, em 2017, até o mês de agosto, foram atendidas 8.678 crianças na faixa etária de 0 a 12 anos. Desse quantitativo, 753 por motivos clínicos e 1.684 retornos. Os demais, por trauma.

Principais motivos

2015
Quedas: 3.612 casos (da própria altura, cama, sofá, escada, laje)
Ingestão de corpo estranho: 2.434 casos
Intoxicações: 596 casos
Acidentes de trânsito: 442 casos, com destaque para atropelamentos: 199 casos
Queimaduras: 348 casos

2016
Quedas: 3.836 casos
Ingestão de corpo estranho: 2.450 casos
Intoxicações: 639 casos
Acidentes de trânsito: 469 casos, com destaque para atropelamentos, 223 casos
Queimaduras: 367 casos

2017 (até o dia 25 de agosto)
Quedas: 2.342 casos
Ingestão de corpo estranho: 1.624 casos
Intoxicações: 442 casos
Acidentes de trânsito: 253 casos, com destaque para atropelamentos, 103 casos

 

Por Fhemig / ASCOM