Com o slogan “Você vai deixar a Chikunguya marcar a sua vida?”, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou, na última sexta-feira (21/06), no Leste do estado, a campanha publicitária que tem como objetivo apresentar os sintomas da doença e as formas de prevenção contra o mosquito vetor.

A região leste de Minas é a que apresenta maior número de casos de Chikungunya no estado. Esta ação faz parte das estratégias de comunicação da SES-MG para prevenir a doença  e está sendo veiculada nas rádios, televisões locais e também na internet. O conteúdo informativo da campanha e o material de divulgação estão disponíveis para download no site: www.saude.mg.gov.br/aedes

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“A Chikungunya é uma doença febril transmitida pelo mesmo mosquito que causa a dengue e o Zica Vírus, o Aedes aegypti. Os sintomas mais comuns são dor nos ombros, pulsos, dedos, tornozelos, cotovelos, mãos, joelhos e dedos dos pés. A campanha está alertando a população para se conscientizar desses sintomas, que, diferente da dengue, podem se cronificar e durar muito tempo. Por isso é importante procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em caso de suspeita da doença e não utilizar medicação sem orientação médica”, explica Rodrigo Said, subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG.

Em 2017, foram 16.738 casos prováveis de Chikungunya em Minas Gerais. Somente na Regional de Saúde de Governador Valadares foram notificados 12.409 casos, o que representa 74% dos casos do estado e no município de Valadares foram 11.014 casos*. Já na regional de Coronel Fabriciano foram 516 casos, o que representa 3% dos casos. Clique aqui e confira a atualização dos casos.

Segundo Rodrigo Said, vários fatores podem estar associados a esse processo de dispersão do mosquito no leste do estado. “O vírus que transmite a doença começou a circular em Minas em 2015, ou seja, as pessoas ainda não estão imunes à doença. As condições ambientais são ideias para dispersão do mosquito na região e, principalmente, a região está próxima de estados que estavam tendo alta transmissão de chikungunya. A conjunção desses fatores propiciou uma expansão muito alta da doença”, explicou.

A doença

Transmitida pelo Aedes aegypti, a Chikungunya é uma doença viral, que na fase aguda apresenta sintomas como febre alta, dor muscular, exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas.

O Ministério da Saúde definiu que devem ser consideradas como casos suspeitos todas as pessoas que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou artrite intensa com início agudo e que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua. Embora as dores nas articulações também ocorram nos casos de dengue, a intensidade das dores é maior em se tratando de Chikungunya e afeta principalmente pés e mãos (geralmente tornozelos e pulsos).

O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças, idosos e gestantes. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença. Por isso, o cuidado deve ser redobrado com essas pessoas.

Até o momento não existe um tratamento específico para Chikungunya. Mas é importante procurar manter repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância. Como no caso da dengue, os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (antiinflamatórios). Também como na dengue, não é recomendado usar a substância ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. 

Em caso de suspeita, o paciente deve procurar a unidade de saúde mais próxima. É fundamental não tomar remédio por conta própria. Isto porque, a automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente.

 

*Dados atualizados em 26/06/2017- sujeito a modificações, conforme atualizações enviadas pelos municípios.

Por Juliana Gutierrez