A Regional de Saúde de Governador Valadares promoveu, na última sexta-feira (24/03), no auditório da FIEMG Regional Rio Doce, a palestra “Diagnóstico e Manejo Clínico da Chikungunya”, apresentado pela médica infectologista Mariana Vasconcelos Costa Araújo, da equipe de campo do Hospital Eduardo de Menezes de Belo Horizonte. Participaram profissionais de saúde pública, com prevalência de médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) dos 51 municípios da área de abrangência da Regional.

Na abertura o enfermeiro do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVIGE) da Regional de Saúde de Governador Valadares, Luiz Patrício Neto, apresentou a situação epidemiológica da Regional Valadares que evidencia a alta  incidência da doença na região. O município de Governador Valadares notificou um total de 2.232 casos prováveis, Conselheiro Pena 290 e Aimorés registrou 126 casos.

Crédito: Frederico Bussinger

Em seguida a médica Mariana Araújo iniciou a sua exposição, com um breve histórico do surgimento da Chikungunya e informações sobre, diagnóstico,  sintomas e tratamento, ressaltando como a doença tem uma viremia elevada, com  impactos sócio econômicos significativos  nas regiões endêmicas.

“A chikungunya é um grande desafio para a Saúde Pública, pois  tem característica de causar grandes epidemias, com potencial de ser mais sintomática que a dengue e zika, já que 90% das pessoas acometidas vão apresentar sintomas e procurar as portas de entrada do SUS. Pelo fato de  provocardor articular aguda nas articulações, em muitos casos incapacita os pacientes na sua vida social e laboral”, destacou.

O médico do município de Fernandes Tourinho, Wilson Barbosa Sampaio, que inclusive está com Chikungunya e passando por recuperação, parabenizou a Regional de Saúde de Governador Valadares pela iniciativa. “O evento foi esclarecedor e informativo sobre o manejo clínico dessa doença que está com alta incidência em nossa Região. Os médicos e enfermeiros aqui presentes tem o compromisso de alertar e multiplicar essas informações para suas equipes nos municípios”, pontuou.

O evento contou com a participação da superintendente Regional de Saúde em Valadares, Janine Souza Vicente, da coordenadoras de Vigilância em Saúde, Alice Rodrigues de Matos e de Gestão Robertta Cabral Pedrosa e das  técnicas do NUVIGE da Regional de Saúde de Governador Valadares, Maria Aparecida Melo e  Rejane Sanglard.

Chikungunya

A febre chikungunya é uma enfermidade febril causada por um vírus e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil, o Ae. aegypti encontra-se distribuído em todos os Estados, tornando o país suscetível à propagação do vírus no território nacional. A doença apresenta fase aguda, subaguda e crônica.

Os sinais e os sintomas são clinicamente parecidos com os da dengue – febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que as difere são as fortes dores nas articulações. Após a fase inicial, a doença pode evoluir em duas etapas subsequentes: fase subaguda e crônica.

Embora o chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, tem caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida.

Situação Epidemiológica

Este ano de 2017 foram notificados 3.808 casos prováveis de chikungunya, superando os anos anteriores avaliando o mesmo período. Dos municípios do Estado, Governador Valadares aparece em primeiro lugar, apresentando segundo sistema de monitoramento, 2.232 casos prováveis de chikungunya. Em 2017, o estado de Minas Gerais registrou um óbito suspeito por chikungunya que está sob investigação.

 

Por Frederico Bussinger