Em Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recebeu do Ministério da Saúde 3.434.900 doses de vacina contra a Febre Amarela. Dessas, 2.036.200 foram enviadas para as regiões de áreas endêmicas do leste do Estado (Governador Valadares, Diamantina, Manhumirim, Teófilo Otoni e Coronel Fabriciano) e as 1.398.700 restantes foram distribuídas para as demais Regionais de Saúde.

Assim que chegam à Rede de Frios da SES-MG, as vacinas são separadas e encaminhadas para as 28 Regionais de Saúde, que por sua vez encaminha de forma gradativa, para os municípios, conforme capacidade de armazenamento de cada cidade. De posse dessas doses, o município define a melhor estratégia dentro da Atenção Primária ou Básica para imunizar a população local por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Crédito: Marcus Ferreira / SES-MG.

"Minas Gerais tem desencadeado uma série de ações tanto para conter o surto, quanto para atender aos pacientes de febre amarela. Estamos disponibilizando equipes de médicos para os municípios da área afetada para apoiar a organização da rede assistencial. Também estamos contratando um adicional de leitos clínicos para essas regiões e liberando leitos de retaguarda no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte", explica o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz.

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Outra ação importante para o monitoramento e controle à doença em Minas Gerais foi a criação da Sala de Situação. Criada por meio de decreto Nº 20, do dia 12 de janeiro de 2017, que fala sobre a situação de emergência em Saúde Pública Regional, a Sala tem como objetivo monitorar as ações administrativas e favorecer o uso de informações para a tomada de decisões, além de contribuir para a transparência acerca das ações desenvolvidas na área da saúde, em regiões com incidência da doença.

"Estamos com equipes de controle vetorial trabalhando nos municípios prioritários, organizando a rede de assistência e trabalhando com transparência, divulgando todos os dados com boletins diários da SES-MG disponíveis no nosso site. Uma grande importância dentro desse contexto foi reorganizar essas atividades dentro da Sala de Situação como uma estrutura de suporte, divulgação desses dados e replanejamento das atividades”, explica o Subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG, Rodrigo Said.

Ações Pontuais

A SES-MG realizou um mapeamento de comunidades indígenas e quilombolas em regiões rurais ou aldeados nas áreas consideradas afetadas e ampliadas. Também foi articulado com a Secretaria Estadual de Administração Prisional e com a Diretoria de Atenção à Saúde da Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo da Secretaria Estadual de Segurança Pública para a atualização de informações pertinentes ao controle e enfrentamento da Febre Amarela no sistema penitenciário do Estado.

Ilustração: Deise Meireles / SES-MG.

Além disso, a SES-MG está providenciando a abertura de 154 leitos extras para atendimento dos casos de Febre Amarela, sendo: 110 leitos clínicos, 30 leitos de UTI, e 14 leitos semi-Intensivos. Destes 154, 124 já estão abertos e 30 em fase final de negociação.

Para abertura dos leitos extra, a SES-MG enviou ventiladores mecânicos, monitores de dados vitais e oxímetros, indispensáveis no manejo clínico adequado dos casos de Febre Amarela. Ainda, a SES-MG também realizou a contratação de 70 vacinadores e motoristas para suporte nas Regionais de Saúde e conta com o apoio da Força Nacional do SUS que tem percorrido os locais de intensificação vacinal para o surto, principalmente as zonas rurais.

Dentre os investimentos, também foram disponibilizados 03 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para Região de Saúde de Teófilo Otoni; 03 ambulâncias para Região de Saúde de Caratinga; 01 ambulância para a Região de Manhuaçu e um reforço do transporte aeromédico.

Investimentos

Até agora, o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), investiu R$ 26 milhões para ações de enfrentamento ao surto da Febre Amarela nos municípios das unidades regionais de Saúde de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. Os recursos também contemplam ações de Atenção Primária ou Básica que envolvem diretamente a gestão municipal, como forma de apoiar estas localidades.

Foram destinados R$ 11,6 milhões para apoiar e implementar ações de enfrentamento ao surto da doença nos municípios das Regionais de Saúde de Coronel Fabriciano e Manhumirim. Do total, R$ 6,9 milhões são referentes à segunda parcela do cofinanciamento do programa de Atenção Primária à Saúde, com o objetivo de fortalecer as ações de atenção primária ou básica, sobretudo no que diz respeito à intensificação da vacinação contra a febre amarela e no suporte para as redes de atenção à saúde no atendimento dos casos suspeitos e confirmados de febres hemorrágicas e febre amarela.

Somam-se, ainda, os montantes de R$ 1,8 milhão – usado para a execução de ações de controle vetorial e de vigilância - e de R$ 2,9 milhões para aplicação em de ações de apoio de diagnóstico assistencial e laboratorial, assistência farmacêutica e qualificação da informação sobre a febre amarela na região.

Outros R$ 14,4 milhões foram destinados para apoiar e implementar ações de enfrentamento ao surto da doença nos municípios das unidades regionais de Saúde de Teófilo Otoni e Governador Valadares, pela SES-MG. Do total, R$ 9 milhões estão destinados à segunda parcela do cofinanciamento do programa de Atenção Primária à Saúde. Destaque, ainda, para os R$ 2,2 milhões a serem alocados nas ações de controle vetorial e de vigilância e outros R$ 3,2 milhões para a realização de ações de apoio diagnóstico assistencial e laboratorial.

No vídeo abaixo, o secretário Sávio Souza Cruz faz um balanço das ações de enfrentamento à Febre Amarela e e comenta sobre o declínio de novos casos nas áreas de surto:

Campanha

Dividida em duas etapas, a campanha publicitária contra a Febre Amarela desenvolvida pela SES-MG priorizou, em um primeiro momento, as regiões de áreas endêmicas do leste do Estado com cartazes, cartilhas e spots, como forma de alertar a população sobre a importância de se vacinar pelo SUS, principalmente para quem mora ou vai viajar para área rural, de mata ou silvestre, locais onde há a possibilidade maior de se contrair a doença.

Logo em seguida, foi lançada a campanha em todo o Estado, informando que a vacina contra a Febre Amarela faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do SUS. Além disso, todo o material da campanha orienta a população a atualizar o cartão de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além de informar a importância de se proteger contra a Febre Amarela, principalmente para quem vai se deslocar para áreas endêmicas.

Também foi criado um hotsite especial (www.saude.mg.gov.br/febreamarela) que reúne várias informações sobre a doença, bem como as ações da SES-MG e os Informes Epidemiológicos que são publicados de segunda a sexta-feira, por volta das 17h30. Nas redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais tem publicado uma série de postagens informativas esclarecendo dúvidas sobre a doença, a vacina e a importância de se preservar a vida dos macacos na natureza, que funcionam como uma espécie de “sentinela”, auxiliando os agentes de saúde a identificar os possíveis focos da Febre Amarela em determinada região.

Em tempo

A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus, que pode levar o indivíduo infectado à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de uma pessoa infectada para outra pessoa.

Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Para mais informações, acesse o nosso site: www.saude.mg.gov.br/febreamarela

 

Por Wander Veroni