A intensificação das ações de vigilância epidemiológica, incluindo o repasse de orientações à população sobre a morte de primatas em áreas silvestres; a atualização dos cartões de vacinas da população e o enfrentamento sistemático aos focos do mosquito Aedes aegypti tanto nas áreas urbanas como nas comunidades rurais, foram algumas das propostas apresentadas durante encontro envolvendo técnicos de vários órgãos governamentais atuantes no Norte de Minas, com vistas ao controle da febre amarela.

O encontro, realizado nesta última terça-feira (24/01), contou com a participação da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) por meio da Regional de Saúde de Montes Claros e teve como o objetivo repassar orientações para integrantes da 11ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito da Polícia Militar que comandam unidades da corporação envolvendo área superior a 100 mil quilômetros quadrados em 77 municípios do Norte de Minas.

Também participaram da reunião representantes do Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Zoológico Municipal de Montes Claros.

O comandante da 11ª Companhia da Polícia Militar, tenente-coronel Gildásio Rômulo Gonçalves, destacou a importância da interação da corporação com os demais órgãos governamentais atuantes no Norte de Minas levando-se em conta a abrangência do trabalho que é implementando pela Polícia de Meio Ambiente.

“O fato de estarmos presentes em todos os municípios e termos uma grande interação com a população, principalmente a residente em áreas silvestres, nos possibilita contribuir de forma efetiva para o repasse de orientações às comunidades quanto à prevenção da febre amarela”, ressaltou o comandante.

Gildásio Rômulo Gonçalves lembrou, ainda, que a Polícia Militar recebe demandas da população das mais diversas áreas e, no caso da febre amarela, é importante que os integrantes da corporação estejam preparados para dar resposta adequada à sociedade. Por isso, os militares que participaram do encontro desta semana, serão multiplicadores da capacitação nas localidades onde atuam.

A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da Regional de Saúde de Montes Claros, Josianne Dias Gusmão, ressaltou que desde o segundo semestre de 2016 tem sido realizados encontros com representantes dos mais diversos órgãos atuantes no Norte de Minas com o objetivo de unir esforços na implementação de ações preventivas contra a febre amarela.

“O incremento da participação da Polícia de Meio Ambiente nas ações preventivas contra a febre amarela se constitui fator de fundamental importância pelo trabalho que a corporação implementa em todos os municípios”, frisou a coordenadora observando que o objetivo maior da Secretaria de Estado de Saúde é evitar a proliferação da doença nas áreas urbanas, levando-se em conta a existência de focos do mosquito Aedes aegypti.

A bióloga da Regional de Saúde de Montes Claros, Patrícia Brito e o professor especialista em primatas da Unimontes, Waldney Pereira Martins lembraram que os macacos não são transmissores da febre amarela e, por isso, o envolvimento da Polícia de Meio Ambiente nas ações implementadas no Norte de Minas se constitui fator importante no sentido de orientar a população a não sacrificar os animais.

Além disso, os especialistas lembraram da importância de orientar a população no sentido de comunicar às secretarias municipais de saúde a ocorrência de morte de macacos ou o aparecimento de animais debilitados, a fim de que os órgãos governamentais possam agilizar as investigações sobre as causas do problema. O surgimento de macacos mortos em qualquer localidade pode ser um indicativo de que eles tenham sido acometidos pela febre amarela e, antes mesmo da confirmação dos casos, os serviços de saúde iniciam a tomada de providências preventivas na área de ocorrência do fato.

O analista do Ibama, Daniel Felipe Dias, completou que a legislação ambiental vigente prevê a aplicação de multas em pessoas que perseguem, maltratam ou sacrificam animais silvestres e ameaçados de extinção, como é o caso dos macacos. Os valores podem variar de R$ 3 mil a R$ 15 mil.

 

Por Pedro Ricardo