Embora possa acontecer durante todo o ano, é com a chegada do período de calor e chuvas que aumenta a probabilidade para a ocorrência de acidentes com animais peçonhentos. Durante essa época, animais como escorpião, cobras e aranhas procuram lugares secos para se abrigarem, podendo ser encontrados nas proximidades das casas, jardins e parques, tanto em áreas urbanas, quanto rurais. 

De janeiro a setembro de 2016 foram registrados em Minas cerca de 21.681 mil casos de acidentes envolvendo algum tipo de animal peçonhento, sendo 57,4% em zonas urbanas e 40,3% em zonas rurais. Segundo a referência técnica do Programa Estadual de Vigilância e Controle dos Acidentes por Animais Peçonhentos, Andréia Kelly Roberto Santos, as concentrações dos casos registrados no estado variam de acordo com a localidade e o tipo de animal.

“Geralmente em áreas urbanas, que concentra 12.445 casos, a maioria dos acidentes envolvem escorpiões (73,2%), seguido por aranhas (8,2) e abelhas (7,4%). Nas áreas rurais a maior incidência de casos também envolvem escorpiões (51,6), seguido por serpentes (17,6%) e aranhas (16,4%)”.

Crédito: Funed / Reprodução.  

Em caso de ocorrência de acidentes, a referência orienta manter a vítima calma, evitando movimentos desnecessários, manter o membro acometido mais elevado em relação ao restante do corpo e levar a pessoa o mais rápido possível ao serviço de saúde mais próximo. “Se possível, e caso não apresente risco de um novo acidente, o animal envolvido deve ser levado juntamente com a vítima ao local de atendimento, para facilitar o diagnóstico”.

Tratamento

O tratamento com soro é indicado para a picada de grande parte dos animais peçonhentos. O método consiste na aplicação de um soro formado por concentrado de anticorpos (células que cumprem o papel de defesa do organismo) no paciente, com o objetivo de combater um agente tóxico específico como venenos e toxinas. Segundo Andréia Santos, “a identificação do animal responsável pelo acidente facilita o diagnóstico e tratamento. Pois para cada tipo de veneno existe um soro específico, preparado com a mesma toxina do animal peçonhento que causou o acidente”.

O Ministério da Saúde distribui soros antipeçonhentos para todo o País, e está disponível na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Os soros são produzidos pela Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais; Instituto Butantan, em São Paulo e Instituto Vital Brazil, no Rio de Janeiro.

Cuidados

Alguns cuidados são fundamentais para evitar acidentes com animais peçonhentos, são eles:

Em casa

  • Entre com cuidado em locais que ficaram fechados por muito tempo;
  • Bata os colchões antes de usá-los;
  • Sacuda cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis que ficaram do imóvel no período em que ele permaneceu fechado;
  • Afaste as camas das paredes e evite pendurar roupas fora dos armários;
  • Vede frestas e buracos em paredes e assoalhos;
  • Limpe o interior e os arredores da casa usando luvas, botas e calças compridas;
  • Evite o acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção próximo à casa;
  • Nunca colocar as mãos em buracos ou frestas;
  • Sempre use luvas ao fazer a limpeza de uma casa fechada por muito tempo;
  • Caso encontre algum animal peçonhento dentro de casa, afaste-se dele sem assustá-lo e entre em contato com os bombeiros ou com o centro de controle de zoonoses da sua cidade.

Fora de casa

  • Se estiver fazendo um piquenique, verifique cuidadosamente a área em volta do local onde pretende estender a toalha;
  • Em regiões de mato alto usar sempre calça comprida e botas;
  • Próximo a matas e na beira de estradas, evite deixar as portas do carro abertas, principalmente ao anoitecer;
  • Jamais pegue animais peçonhentos com as mãos, mesmo que eles pareçam mortos;
  • Manter limpos os locais próximos a residências, calçadas, jardins, quintais, paióis e celeiros.
  • Fazer o controle do número de roedores, pode evitar a aproximação de serpentes peçonhentas que deles se alimentam.

 

Por Jornalismo SES-MG