A Fundação Hemominas, ao lado de outras instituições, recebeu o Prêmio de Melhor Trabalho em Hematologia Pediátrica, no Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, realizado de 10 a 13 de novembro em Florianópolis (SC).

O trabalho foi desenvolvido por pesquisadores da Hemominas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Clique aqui e confira as fotos do evento.

O projeto de pesquisa intitulado “Reticulocyte Count is the Most Important Predictor of Acute Cerebral Ischemia and High-Risk Transcranial Doppler in a Newborn Cohort of 395 Children with Sickle Cell Anemia” identificou quais fatores de risco estão ligados à ocorrência de AVC nas crianças com anemia falciforme, abrindo-lhes, assim, perspectivas de uma melhor qualidade de vida.

Crédito: ABHH / Reprodução.

Segundo o coordenador da pesquisa, o biólogo e doutor em Ciências da Saúde André Rolim Belisário, representante da equipe de pesquisadores no Congresso, o tema abordou a incidência e características que levam algumas crianças com anemia falciforme a terem acidente vascular cerebral (AVC), enquanto outras não são acometidas por essa falta de sangue em determinada área do cérebro, decorrente da obstrução de uma artéria.

Como resultado, “nosso estudo ajudou a estabelecer quais fatores de risco estão ligados à ocorrência de AVC, além de descartar outras características que não estão associadas a ele nas crianças com anemia falciforme, uma doença hereditária que passa de pais para filhos e afeta a hemoglobina, principal proteína dos glóbulos vermelhos do sangue”, esclareceu André.

A anemia falciforme é um distúrbio genético triado no teste do pezinho, que deve ser feito até o quinto dia após o nascimento do bebê. As crianças que apresentam o diagnóstico de Doença Falciforme passam a ser acompanhadas pela equipe multidisciplinar dos ambulatórios da Hemominas

Temas diversos

Além da pesquisa premiada, pesquisadores da Fundação Hemominas apresentaram diversos trabalhos no Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Considerando que o Brasil enfrenta uma grave epidemia dos vírus da dengue, Zika e Chikungunya, aumentando a preocupação com a transmissão transfusional, a Hemominas está fazendo a retrovigilância para os casos de infecções por esses vírus em doadores de sangue: em caso de sinais ou sintomas sugestivos dessas infecções, os doadores devem informar ao Hemocentro até 14 dias pós-doação. Nesse contexto, foi apresentado o estudo “A epidemia de arboviroses e seu impacto na doação de sangue na Fundação Hemominas”.

“Qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com hemofilia em Minas Gerais” foi tema de outra pesquisa, levando-se em conta que vários estudos mostram o impacto negativo da hemofilia na qualidade de vida dos pacientes, questão que não tem sido bem explorada nos países em desenvolvimento. A pesquisa teve como objetivo avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde e seus fatores associados, em pacientes adultos (a partir de 18 anos) com hemofilia A e B, em oito centros de referência da Hemominas, em Minas Gerais.

Crédito: Divulgação.

Também foram expostos os trabalhos: Desenvolvimento de um novo teste de genotipagem do alelo RHD por PCR em tempo real; Variability of HTLV-1 proviral load in peripheral blood in asymptomatic carriers and in HAM/TSP atients and comparison with proviral load measured in cerebrospinal fluid; Circulating microparticles profile in hemophilia A: impairment of immunological-hemostatic network in the presence or absence of inhibitors; Concentrado de Fator VIII recombinante de primeira geração induz expressiva resposta anti-inflamatória em modelo murino de hemofilia A; Frequência de antígenos plaquetários (HPA) em doadores de plaquetas por aférese no Hemocentro de Belo Horizonte; Caracterização molecular da doença de von Willebrand tipo 2; Perfil imunológico de pacientes não tratados com Hemofilia A: resultados do estudo Henfil, dentre outros.

Em tempo

A Fundação Hemominas investe em pesquisas que possam aprimorar a qualidade do atendimento aos pacientes e doadores da instituição por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), visando à aplicação de seus resultados na abordagem de doenças genéticas ou na segurança transfusional.

Os ambulatórios da Hemominas são referência em Minas Gerais no atendimento dos pacientes nas áreas das coagulopatias (hemofilias, doença de von Willebrand, dentre outras) e hemoglobinopatias (doenças falciformes, talassemias entre outras). Estão cadastrados nos ambulatórios cerca de 7.000 pacientes. O atendimento é realizado por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, dentistas e outros profissionais, garantindo uma abordagem multidisciplinar a pacientes portadores dessas enfermidades complexas.

 

Por Hemominas / ASCOM