Para celebrar o movimento internacional “Outubro Rosa”, a Regional de Saúde de Pedra Azul produziu um documentário sobre Saúde da Mulher com o objetivo de chamar a atenção das pessoas sobre a importância da realização de exames preventivos para o enfrentamento ao câncer de mama e do colo de útero, além de ações de conscientização sobre a importância da saúde integral da mulher.

A iniciativa de criar o documentário partiu da referência técnica do Núcleo de Atenção Primária da Regional de Pedra Azul, Ana Cristina Cardoso. Inicialmente, ela entrou em contato com o Núcleo Regional de Prevenção e Combate ao Câncer (NUPRECC) de Pedra Azul para explicar a ideia do documentário e para que o Nuprecc pudesse indicar as mulheres que participariam do projeto.

Segundo Ana Cristina, o NUPRECC era essencial como parceiro porque já tinha os contatos das mulheres que participariam do documentário, já que realizava visitas semanais a elas. Este contato permanente também foi importante para a aceitação por parte das mulheres para que participassem do projeto. No total, quatro mulheres que tiveram câncer foram convidadas para falar sobre como souberam que tiveram a doença, como lidaram com o medo da morte, as fases do tratamento, além de deixarem uma mensagem de luta e destacarem a importância da prevenção.

Também foi convidada uma pessoa que perdeu um familiar para o câncer para que relatasse como foi o sentimento de perda e os aprendizados sobre essa situação. Uma voluntária fundadora do Nuprecc, Onestalda Graziela Leite, falou sobre o trabalho do Núcleo nas visitas às pacientes, para verificar como elas estão aceitando o tratamento, além dar o apoio para que elas possam continuar cuidando da sua saúde e até mesmo combatendo o preconceito que envolve a doença.

As gravações do documentário aconteceram no auditório da Regional de Pedra Azul e as mulheres foram entrevistadas pela Ana Cristina, pelo jornalista e Assessor de Comunicação Social da Regional, Allan Campos, e pela referência técnica do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde, Fernanda Pamponet. Além da responsabilidade da gravação dos depoimentos, a Assessoria de Comunicação também fez a edição do material e divulgou o documentário na página da Regional de Saúde de Pedra Azul no Facebook e no Youtube.

O documentário também foi apresentado para os servidores da Regional de Saúde de Pedra Azul, na primeira quinzena de outubro e contou com a participação do diretor da Regional, Francisco Carvalho, da presidente do Nuprecc, Euvanice Queiroz, e das mulheres que deram seus depoimentos. Como uma forma de homenagear a todos os envolvidos no projeto, a Regional de Pedra Azul gravou um CD com o documentário, para que o material pudesse ser assistido pelos familiares das mulheres participantes e pudesse ser utilizado nas palestras realizadas pelo Nuprecc. Abaixo, assista o documentário na íntegra: 

 

Depoimentos

A dona de casa, Girlane Ferreira, de 44 anos, descobriu que tinha câncer de útero quando foi ao médico fazer os exames de pré-natal. Ela relatou os momentos difíceis que teve que superar, como a perda da criança e a notícia da doença que a deixaram traumatizada. Já a cabeleireira, Vânia Santos, 36, descobriu que tinha câncer de útero em um exame de rotina.

“Quando fiz o exame deu uma lesão. Foi na biopsia que tive a confirmação que tinha câncer. Eu fiquei assustada, chorei muito, fiquei desanimada e na minha cabeça eu já ia morrer. Mas quando comecei a fazer o tratamento, pensei ‘eu queria desistir por tão pouco’. Quando eu vi o sofrimento de outras pessoas que tinham câncer, percebi que deveria lutar, e que eu tinha o dever de ajudar outras pessoas, para que não desanimassem, e que fizessem sempre o exame preventivo”.

Outro caso de exame preventivo que ajudou a salvar uma vida foi a de Valdiene Santos, 35, que teve câncer de ovário. “Eu logo pensei que meu cabelo ia cair e fiquei desesperada. Mas, como descobri a doença logo, pude fazer a cirurgia, tirei meus ovários, mas não foi preciso fazer nem a quimioterapia, nem a radioterapia”.

O apoio familiar é fundamental nessa fase difícil de descoberta da doença e do tratamento. Para Farailde Maria dos Santos, 42, quem mais a estimulou a fazer o tratamento de câncer de estômago foi o apoio que teve da mãe. “Um ano após o início do meu tratamento a minha mãe acabou falecendo. Foi um momento muito difícil para mim. Foi minha mãe que mais me ajudou e a perda dela fez com que eu pensasse em parar o tratamento e ir para perto dela. Foi nesse momento difícil que meus familiares e amigos me deram muita força para seguir meu tratamento”.

E para os pacientes que descobrem a doença em um estágio muito tardio, uma triste lição: a perda da vida. Graciela Alves, 30, relembrou a perda da sua mãe, que teve câncer de útero. “Eu sempre falo para as minhas amigas ‘façam o preventivo, vá ao médico’. Eu perdi a minha mãe para essa doença, e é uma situação muito difícil. Minha mãe achava que não adiantava fazer o tratamento porque essa doença é muito perigosa e que ela iria morrer. Ela era muito tímida e não gostava de ir ao médico, mas quando ela iniciou o tratamento ela viu que deveria ter feito todos os exames antes, porque tinha jeito”. 

 

Por Allan Campos