Funcionários da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizaram, na última sexta-feira (23/09), visita técnica à aldeia indígena Krenak, localizada em Resplendor,  no leste de Minas. O objetivo da visita técnica, segundo a coordenadora da Política Estadual de Saúde Indígena da SES-MG, Myrtô Sucupira, conhecer in loco as aldeias, levantar as demandas e principais agravos de saúde, bem como apresentar a Política Estadual de Saúde Indígena.

Crédito: Lindomar Silva

“Essa ação de visitar as aldeias no Estado é um dos encaminhamentos aprovados no Grupo Condutor que temos na Secretaria, composto por representantes da etnias, secretários municipais de saúde, referências técnicas do programa e diversas entidades que existe desde de novembro do ano passado. Com isso, estamos realizando estas incursões no Estado, finalizando agora na aldeias Krenak,  em Resplendor", informou Myrtô.

Já a coordenadora do NAPRIS da Regional de Saúde de Governador Valadares, Cristian Kelly, enfatizou o papel de apoiador da Regional, enquanto Estado, nesse processo. “Nosso papel é de apoiar a gestão municipal na implementação das políticas estaduais de saúde indígena, articulando com todos os atores envolvidos no processo de saúde indígena”, explicou.

O representante da comunidade indígena, Douglas Krenak, considerou a visita positiva e pontuou as dificuldades enfrentadas. “A visita da coordenadora estadual foi muito oportuna para conhecer a nossa realidade. A visita também foi importante para nos colocor a par da política do Estado para a população indígena. Nós aproveitamos, ainda, para informá-la sobre a  situação atual de nosso povo em relação a resoluções de demandas de  Saúde e também as mudanças drásticas sociais que estamos passando em razão  da tragédia de Mariana, já que nossas aldeias dependem da captação da água do Rio Doce para consumo, atividade econômica e práticas culturais milenares”,  afirmou.

Douglas Krenak destacou que os recursos financeiros destinados à Saúde Indígena ainda não acompanham proporcionalmente o crescimento dos povos indígenas no Estado.

Por sua vez, Myrtô, salientou que a SES-MG oficializou em maio deste ano, resolução que normatiza a concessão de incentivos financeiros para o exercício deste ano, totalizando R$3,4 milhões, valor que representa um acréscimo em relação ao montante de R$ 2,8 milhões destinados em 2015. “O recurso não está congelado e vem aumentando de forma anual e gradativa”, explicou Myrtô.

Política Estadual Indígena

A Política Estadual de Saúde Indígena tem como objetivo organizar o acesso a população indígena ás redes de atenção à Saúde do SUS no Estado de Minas Gerais. Seu foco é o atendimento a oito etnias presentes no Estado: Pataxó, Pankararú, Xucurú, Kariri, Maxakali, Mokuriñ, Kaxixó, Krenak e Xacriabá. Elas estão distribuídas em 16 municípios mineiros: Açucena, Araçuaí, Bertópolis, Caldas, Campanário, Carmésia, Coronel Murta, Guanhães, Itacarambi, Itapecerica, Ladainha, Martinho Campos, Resplendor, Santa Helena de Minas, São João das Missões e Teófilo Otoni.

Neste ano, a SES-MG amplia o número de linhas de financiamento para emprego dos recursos, que passa de sete para 13. São elas: Atenção à Saúde Indígena; Infraestrutura; Saneamento Básico; Saúde Bucal em Saúde Indígena; Vigilância Epidemiológica em Saúde indígena; Promoção, Prevenção e Educação Sanitária em Saúde Indígena; Transporte Sanitário Indígena (Sistema Viário) e Apoio Logístico; Manutenção da Medicina Tradicional Indígena; Saúde Mental em Saúde Indígena; Medicamentos que não estejam disponíveis na assistência farmacêutica das unidades de referência; Consultas Especializadas; Exames Complementares; e Repasse Hospitalar.

 

Por Frederico Bussinger

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