Nesta sexta-feira (15/07), foi realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, o 15º Seminário Saúde e Visibilidade. Com o tema “Populações Chave: Debates, Respostas e Desafios para a Aids na Atualidade”, o seminário teve como objetivo discutir os avanços e desafios no controle do HIV, especialmente para a população LGBT. Clique aqui e confira a nossa galeria de fotos.

O evento foi realizado pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (CELLOS-BH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Departamento Nacional de DST/Aids, UNAIDS/ONU, movimentos sociais e sociedade civil.

Crédito: Marcus Ferreira / SES-MG.

O estigma relacionado ao HIV refere-se a atitudes e crenças negativas em relação às pessoas que vivem com o vírus. Nesse contexto, grupos específicos como o LGBT e profissionais do sexo estão mais suscetíveis a práticas discriminatórias, que incluem dificuldades no acesso aos serviços de saúde. Além disso, outros fatores levam essa população a ter acesso desigual a informações sobre prevenção e tratamento, como a rejeição familiar, violência, criminalização, descriminação e falta de reconhecimento da identidade de gênero.

De acordo com o médico infectologista consultor da SES-MG, Dario Ramalho, Minas Gerais trabalha para expandir o acesso ao tratamento livre de descriminação. A meta é ter noventa por cento da população que vive com o HIV com a carga viral indetectável, ou seja, com maior qualidade de vida e mínima chance de transmissão. “Estamos trabalhando no apoio e acompanhamento do trabalho realizado pelos municípios, melhorando a distribuição de recursos e incentivando ações de prevenção e tratamento”, explica.

Para o representante da UNAIDS/ONU, Daniel Castro, é preciso considerar o impacto que o preconceito e a discriminação têm no acesso da população LGBT à prevenção e ao tratamento do HIV. “Ainda hoje é difícil para a população LGBT tratar desse tema sem o medo do estigma que o HIV e a Aids carregam. Sabemos que um dos pilares essenciais para reduzir o número de infecções é combater a prática discriminatória”, afirma.

Já para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno, é fundamental para o movimento LGBT discutir temas relacionados à promoção e prevenção da saúde. “Já estamos na 15ª edição deste seminário, provando como a pauta da saúde sempre esteve presente no nosso movimento. De fato, é preciso debater o assunto e encontrar respostas para os desafios que se apresentam”, explica.

Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento para HIV e Aids

Todas as pessoas que convivem com HIV e/ou Aids podem ter acesso ao tratamento, de forma gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, qualquer pessoa pode fazer o diagnóstico de infecção por HIV em uma Unidade Básica de Saúde ou em um Centro de Testagem e Acolhimento (CTA), presente em 62 municípios do estado. Os testes são oferecidos pelo SUS gratuitamente e podem ser feitos de forma anônima. Acesse a lista com a relação dos centros de aconselhamento e testagem (CTA) de Belo Horizonte e Região Metropolitana e interior de Minas Gerais.

 

Por Jéssica Gomes