Nesta terça-feira (29/12), o governador Fernando Pimentel, o vice-governador Antônio Andrade e o secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos lançaram, no Palácio da Liberdade, o Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus. A reunião contou com a presença de representantes das diversas secretarias e instituições do Estado, que também irão compor o comitê, de forma a otimizar as ações de controle ao vetor.

Na ocasião, o governador anunciou investimentos na ordem de R$ 30 milhões, provenientes do orçamento da Secretaria de Estado de Saúde, para que os municípios possam reforçar as ações dos agentes de endemias, dos agentes comunitários de saúde (ACS), das equipes de saúde da família e as ações de assistência.

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Crédito: Manoel Marques.

Para o governador Fernando Pimentel, a atuação em diferentes frentes é essencial para o enfrentamento ao agente transmissor da dengue, febre chikungunya e zika. “É essencial difundirmos ao máximo a Campanha 10 minutos Contra a Dengue, de forma a mobilizar a população para a eliminação do mosquito em suas residências. Nesse quesito, o envolvimento dos prefeitos é fundamental, uma vez que é no âmbito dos municípios que as ações vão se processar”, completa. Dentro do comitê, será criada uma Sala de Situação composta por Defesa Civil, Polícia Militar, vice-governadoria, Secretaria de Saúde e Subsecretaria de Comunicação, com reuniões semanais, e caso necessário, diárias, para o monitoramento ainda mais frequente da situação.

O secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, ressaltou que a criação do comitê foi acertada junto ao governo federal em reunião entre representantes dos Estados e a presidenta Dilma Rousseff. “A atuação intersetorial do grupo permitirá que cada instituição possa agir dentro de sua competência, de forma a enfrentarmos o Aedes aegypti de uma forma ainda mais integral”, reforça. Além do recurso de R$ 30 milhões, a SES-MG liberou em dezembro R$ 36 milhões para os municípios para suporte às ações dos agentes de endemias. Os recursos, juntamente com os repasses do governo federal, serão utilizados para ações como capacitação e deslocamento das equipes, permitindo assim uma atuação mais efetiva dos agentes de endemias nos municípios.

O Comitê Executivo

Coordenado pelo Vice-Governador e com a Secretaria de Estado de Saúde à frente da secretaria executiva, a expectativa é que o Comitê tenha funcionamento contínuo. O grupo tem como objetivo propor, articular, coordenar e avaliar ações destinadas ao controle do vetor, bem como reduzir a incidência das doenças e seus efeitos e auxiliar a pesquisa relacionada às ações de vigilância, prevenção, atenção à saúde e controle da Dengue, Chikungunya e Zika. A mobilização dos gestores, servidores e da população em geral acerca das ações necessárias para diminuição da infestação pelo Aedes aegypti também é objetivo do Comitê Gestor, por meio de seus órgãos em níveis central e regional.

Também vão compor o grupo de trabalho as secretarias de Estados de Governo; Casa Civil e Relações Institucionais; Planejamento e Gestão; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Defesa Social; Desenvolvimento Regional e Política Urbana; Educação; Transportes e Obras Públicas; além da Defesa Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Copasa, Cemig, Departamento de Obras Públicas e da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário. A Assembleia Legislativa de Minas e a Associação Mineira de Municípios também poderão integrar o comitê como convidados.

Participaram, ainda, do evento de lançamento do comitê os secretários de Estado, a presidente da Copasa, Sinara Meireles, o comandante geral da PM, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini, o chefe do Gabinete Militar do governador, coronel Helbert Figueiró, o comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Luiz Henrique Gualberto, entre outros.

Situação epidemiológica

O superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Rodrigo Said, apresentou a atual situação do estado em relação aos casos de dengue, chikungunya e zika vírus. Até a Semana Epidemiológica 51 (23/12/15), foram registrados em Minas Gerais 187.043 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de Dengue e 67 óbitos. Já com relação à Febre Chikungunya, foram confirmados 7 casos, todos importados de outros estados. No total, foram descartados 129 casos e outros 23 estão em investigação. Quanto ao Zika Vírus, até o momento não há casos confirmados em Minas Gerais. Ao todo, foram notificados 29 casos. Destes, já foram descartados 5 casos por critério laboratorial e outros 24 permanecem em investigação.

Crédito: Manoel Marques.

Microcefalia

Do dia 11 de novembro até o dia 28 de dezembro de 2015, 53 casos de microcefalia foram notificados em Minas Gerais. Os casos estão distribuídos em 33 municípios e estão sendo investigados para a determinação da causa da microcefalia, que pode estar ou não associada ao Zika Vírus. Destes casos, 35 já foram descartados, sendo 27 casos de microcefalia não ocasionados pelo Zika Vírus e 8 casos de recém-nascidos com perímetro cefálico proporcional ao comprimento e peso. Os outros 18 casos permanecem em investigação, sendo 15 casos de recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 32 cm – todos com amostras coletadas para exame laboratorial; 2 gestantes (com intercorrências e 1 feto identificado com malformação.

Manifestações neurológicas

Mesmo não se tratando de doença de notificação compulsória, conforme Portaria 1.271/2014 do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais vem acompanhando os casos diagnosticados como síndrome de Guillain-Barré. A recomendação é que as secretarias municipais de saúde façam a comunicação dos casos às áreas técnicas da SES-MG.

Até o momento, um caso em Carangola está sendo investigado pela Secretaria, por meio da Gerência Regional de Saúde de Manhumirim. O caso é de um menino de 16 anos, que fez todos os exames necessários. Há uma suspeita mais forte que seja esquitossomose, que é outra causa mais recorrente da síndrome de Guillain-Barré. Vale ainda ressaltar que vários vírus, assim como o Zika, podem provocar a síndrome de Guillain-Barré, que é uma doença rara. Assim como todas as possíveis consequências do Zika, a ocorrência da Guillain-Barré relacionada ao vírus continua sendo investigada. O estado está organizando a vigilância sentinela dessas manifestações conforme diretrizes nacionais estabelecidas.

» Abaixo, confira a apresentação feita pelo Secretário durante a instalação do Comitê:


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Por Ana Paula Brum