Começou nesta quinta-feira (17/12) no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, o Seminário de Gestão Participativa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A iniciativa foi idealizada pelos próprios trabalhadores da secretaria como um espaço para o debate e a construção de processos de trabalho mais participativos.

“Buscamos com esta iniciativa, construir uma gestão de saúde pública menos verticalizada. Isso significa envolver os funcionários nos processos decisórios da saúde e criar modos de fazer menos fragmentados e burocratizados. O objetivo é desenvolver ferramentas de trabalho que possibilitam maior participação dos funcionários na construção da saúde pública para a população”, disse o secretário de estado de saúde de Minas Gerais, Fausto Pereira dos Santos.

Segundo a Especialista em Políticas e Gestão de Saúde da SES-MG, Beatriz Carvalho, a busca por uma gestão mais participativa na saúde pública de Minas surgiu em janeiro de 2015 quando um grupo de funcionários se mobilizou para participar das decisões e foi prontamente acolhido pela nova gestão. “Desse movimento nasceu a ideia de realizar um seminário, apoiado pelos gestores, onde fosse possível ampliar esse debate e envolver mais trabalhadores e gestores nessa discussão”, explicou Beatriz.

Crédito: Marcus Ferreira

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Várias reuniões e videoconferências com os funcionários foram realizadas para conjuntamente decidir a dinâmica do seminário. Nessas reuniões também foram eleitos os participantes que representariam as categorias profissionais. “É um projeto inovador que propõe construir diálogos e quebrar a verticalização das decisões”, avaliou Demétrio Figueiredo, Especialista em Políticas e Gestão da Saúde.

Hêider Aurélio Pinto, Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, apresentou aos participantes conceitos, fundamentos e práticas da gestão participativa. E relatou sua experiência com dinâmicas de trabalho que buscam valorizar as ideias, perspectivas e vivências pessoais dos trabalhadores.

“Para tornar as ferramentas e dinâmicas de trabalho mais democráticas é necessário resgatar o trabalhador para espaços colegiados onde exista uma construção progressiva de ideias e processos. Isso significa está aberto a ouvir e dialogar com as diferenças, negociar as ações conjuntamente, investir em delegação, confiança e autonomia”, explicou Hêider.

Participantes

Envolvidos ativamente na dinâmica do seminário, os representantes eleitos discutiram e debateram as ideias apresentadas nesta primeira parte do seminário. À tarde, está previsto a formação de grupos de discussão para apresentar as experiências e sensações pessoais sobre a gestão participativa. 

“E como produto final dessa dinâmica, será elaborado um documento que utilizaremos como substrato para dá continuidade aos processos de implementação da gestão participativa na saúde estadual”, explicou Kleber Rangel, Diretor de Promoção à Saúde e de Agravos não Transmissíveis da SES-MG e integrante da comissão organizadora do seminário.

Crédito: Marcus Ferreira

Vários participantes interviram nas discussões e opinaram. Conheça algumas das ideias e experiências que foram levantadas por eles:

“Acho muito importante esse encontro. É democrático e rompe com ideias vagas como meritocracia, onde o que está realmente em pauta são relações de poder previamente definidas. Onde as dificuldades, anseios e formação profissional dos funcionários são desconsideradas e onde não se percebe a construção ativa e cotidiana dos modos de fazer saúde coletiva”, Paulo Carvalho, funcionário da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

“A fragmentação e a burocratização do trabalho são razões que mais dificultam a participação dos funcionários”, Gilmar Santos, funcionário da Gerência Regional de Saúde de Divinópolis.

“Percebo que é necessário levar para os núcleos de trabalhos as experiências exitosas apresentadas aqui. Principalmente na questão da educação permanente das trabalhadoras e trabalhadores. Precisamos estabelecer modos de comunicar e pensar as dinâmicas de trabalho de forma mais aberta, com diálogos e aprendizagem constante”, Wander Veroni, jornalista e coordenador de Comunicação Digital da SES-MG.

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Por Juliana Gutierrez