O helicóptero biturbina EC 145, equipado para atender casos graves, entrou em ação no início do mês e fará parte da frota usada durante o Carnaval. Batizado de Arcanjo 4, a aeronave foi adquirida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) no ano passado, mas somente este ano começou a ser usado para atendimentos e, agora, foi firmada parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belo Horizonte (SAMU/BH) e Corpo de Bombeiros.

Crédito: Marcus Ferreira

O gerente do Projeto Rede de Urgência e Emergência da SES, Alexandre Viana de Andrade, explica que, para que o helicóptero seja empenhado para um atendimento, todos os processos logísticos, operacionais e assistenciais devem estar devidamente sistematizados, com ciência por parte de todos os envolvidos sobre o caso, local de transferência, tempo estimado para a chegada e outros desdobramentos. Ele reforça que a aeronave, além de potencializar o acesso aos serviços de urgência e emergência, permite que o paciente de traumas graves seja encaminhado à unidade de saúde de referência de forma ágil e segura.

Para o Capitão Passos, do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros, o helicóptero é uma ferramenta importante para socorro rápido em casos de traumas graves como acidentes com vítimas presas entre ferragens e para o transporte inter-hospitalar, quando um paciente em estado grave precisa de atendimento especializado em outra unidade de saúde.  “Estudos de atendimento pré-hospitalar indicam que 82% das mortes por trauma ocorrem na primeira hora após o acidente. Em acidentes em locais de difícil acesso, nos quais o tempo de chegada de equipes terrestres é impraticável ou contra-indicado, o helicóptero gasta segundos para vencer grandes desníveis de terreno, que demandariam várias horas de caminhada ou exigiriam a aplicação de técnicas e equipamentos bastante especializados”, explica.

Funcionamento

A equipe de trabalho é composta ​por pilotos e tripulantes operacionais do Corpo de Bombeiros, além de médico e enfermeiro do SAMU-BH, que vão atuar até que o processo de contratação da equipe de saúde específica para tripular a aeronave esteja finalizado.

Os custos de manutenção e abastecimento são cobertos pela SES. “A regulação atualmente é compartilhada entre o SAMU e o Corpo de Bombeiros, existindo a proposta de que esta regulação também seja reformulada, com integração no SUSFácil e Complexos Reguladores do SAMU 192 Regional”, explica o gerente do Projeto Rede de Urgência e Emergência da SES, Alexandre Viana de Andrade.

Segundo o Capitão Passos, o uso do helicóptero amplia a capacidade e melhora a qualidade do atendimento dos Bombeiros, pois libera uma ambulância para outras ocorrências e é capaz de acomodar duas vítimas simultaneamente, além de ser equipada com uma UTI aérea e ser mais ágil que as demais aeronaves da corporação.

Estatísticas

Segundo o Corpo de Bombeiros, a equipe de salvamento aérea da corporação atende em média 14 ocorrências em feriados prolongados. “Vale ressaltar que estas são sempre graves ou envolvem risco iminente à vida. Predominam os acidentes em rodovias, quedas de cachoeiras e voos de prevenção aquática”, frisa o Capitão Passos, do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros.

Por Giselle Oliveira