O novo Museu da Loucura, pertencente ao Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), da rede Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais) foi inaugurado hoje, 18/12 às 10h. O evento de abertura contou com a presença de autoridades como o secretário de Estado de Saúde José Geraldo de Oliveira Prado, o presidente da Rede Fhemig Antônio Carlos de Barros Martins e a diretora do CHPB Mônica Chartuni Teixeira. O local, famoso por abrigar um acervo que conta a história do primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais, teve suas obras concluídas no início do mês, após passar por uma reestruturação que durou seis meses e onde foram investidos R$300 mil, resultado de uma parceria do Estado, por meio da FHEMIG, com o Município. O prédio, tombado pelo patrimônio histórico, foi completamente reformado, tornando-se mais moderno e acessível.

Em seu discurso, o Secretário José Geraldo, enfatizou: “o Museu vem resgatar uma história de acertos e desacertos. Temos que ter orgulho daquilo que construímos e a coragem de enfrentar aquilo que a gente fez de errado. Esse registro que se coloca hoje no Museu atinge a maioridade, são 18 anos, e faz um registro excepcional. Acompanhei parte desse debate sobre a luta antimanicomial dos anos 2000 para cá, e reconheço todos os avanços que tivemos. E deixá-los registrados para que não se repitam, para que se saiba o que aconteceu, para saber que avançamos e evoluímos, é essencial. Com a implantação da Rede de Atenção Psicossocial, Minas trabalha o conceito da saúde mental além dos sintomas. Assim, está garantindo o respeito aos direitos humanos, proporcionando autonomia e liberdade às pessoas. Então, parabenizo a todos por esse trabalho excepcional”, completou o Secretário.Já o presidente da Fhemig, Antonio Carlos de Barros Martins, ressaltou que a revitalização do Museu da Loucura é um marco para a história da saúde mental no Estado: “Tudo foi feito com muito cuidado, por uma equipe especializada que respeitou a estrutura original do prédio”, ressaltou.

Crédito: Marcus Ferreira

Esta é a segunda reforma pela qual o local passa desde que foi inaugurado, em agosto de 1996, por meio de uma parceria entre a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais e a Fundação Municipal de Cultura de Barbacena. “Todas as adequações foram realizadas preservando-se os moldes da arquitetura de uma época”, afirma Lucimar Pereira, coordenadora do Museu. “A revitalização do museu propicia a oportunidade de contar a história da evolução do tratamento dos portadores de transtornos mentais, além de pontuar o modelo assistencial vigente”, salienta a diretora do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena ( CHPB), Mônica Chartuni.

Revitalização do Acervo

O projeto de revitalização do Museu da Loucura, em processo de conclusão, inclui a ampliação e atualização do acervo, indo além da história do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB) e mostrando a evolução da psiquiatria em Barbacena e em todo o Brasil. Uma comissão com representantes do CHPB, da sociedade civil e da Prefeitura Municipal de Barbacena foi formada. Os membros têm participado de pesquisas históricas para o desenvolvimento do projeto.

O grupo, presidido por Lucimar Pereira, conta também com a colaboração da analista de memória institucional do SESC, Vânia Matos de Souza, e do artista gráfico e vice-presidente da Agência de Desenvolvimento Integrado de Barbacena, Edson Brandão, que será responsável pelo projeto cenográfico. De acordo com Edson, a recuperação física do prédio era indispensável para a instalação do novo projeto: “Em 2016, o museu completa 20 anos, e a instituição já está preparada para a data”, diz o artista gráfico.

O Museu da Loucura recebe em média 1.100 visitantes por mês. Desde sua criação até os dias atuais, somam-se 131.156 visitantes registrados no livro de assinaturas. O acervo é constituído de textos, fotografias, documentos, objetos, equipamentos e instrumentação cirúrgica, que relatam a história do tratamento ao portador de sofrimento mental.

Por Priscila Rezende e Anni Sieglitz (Fhemig)