Serão construídos 12 hospitais em regiões estratégicas do estado, somando mais 2.450 leitos hospitalares à rede de assistência, sendo 330 de UTI adulto e neonatal

Atender com qualidade e eficiência as demandas por leitos hospitalares de uma população tão numerosa quanto a mineira – são 20,5 milhões de habitantes, a segunda maior população do País, segundo o Censo de 2010 – exigiu uma estratégia ousada que mapeasse e enxergasse os gargalos do atendimento hospitalar no estado e traçasse um plano que não apenas ofertasse mais leitos, mas também mais qualidade e conforto para os usuários do SUS em Minas. E foi assim que nasceu o Projeto dos Hospitais Regionais.

Diante de um cenário que apontava uma concentração dos leitos em quatro macrorregiões de saúde e com apenas 18,7% dos hospitais atendendo média e alta complexidade, a equipe responsável pelo projeto percebeu que para fortalecer a rede assistencial no estado era preciso descentralizar o atendimento e reduzir os déficits de leitos hospitalares, principalmente em especialidades de grande demanda como ortopedia e UTI adulto e neonatal. “Apesar dos avanços alcançados com a implantação do Pro-Hosp, programa de modernização e fortalecimento da rede hospitalar em Minas Gerais, a construção dos hospitais não foi uma decisão aleatória do Governo de Minas. Foi, sim, resultado do amadurecimento do Pro-Hosp, que apontou a necessidade de se construir hospitais que além de suprirem a carência de leitos resolutivos, atuariam como âncoras das redes. Tendo isso em mente, o primeiro passo para concretizar o projeto de construção dos hospitais foi a realização de um diagnóstico do atual desenho da estrutura hospitalar de Minas Gerais, que compreendeu não somente a distribuição física dos hospitais do estado, como também o escopo e qualidade dos serviços ofertados”, explicou a gerente do Projeto de Implantação dos Hospitais Regionais, Fávila Etelvino.

O resultado é a construção de 12 novos hospitais estrategicamente localizados nos municípios de Uberaba, Conselheiro Lafaiete, Sete Lagoas, Juiz de Fora, Governador Valadares, Montes Claros, Teófilo Otoni, Divinópolis, Além Paraíba, Novo Cruzeiro, Nanuque e Uberlândia. Serão 2.450 novos leitos, sendo 285 de UTI adulto; 45 de UTI neonatal e 30 de leitos semi-intensivos. Ao todo, os investimentos chegam a quase R$ 1 bilhão para obras e compras de equipamentos. “Os hospitais regionais foram planejados para atuarem como instituições de médio e grande porte, com no mínimo 100 leitos, ofertando 100% dos serviços ao SUS, constituídos por clínicas básicas em média e alta complexidade, com atendimento de urgência e emergência e possuindo leitos de UTI”, analisa a gerente.

Hospital Entregue

Hospital Regional de Uberlândia foi o primeiro a ser inaugurado e já funciona desde 2010, atendendo a uma população estimada de 600 mil habitantes. São 258 leitos com atendimento em urologia, otorrinolaringologia, ortopedia, saúde bucal, clínica médica, clínica cirúrgica, ginecologia e obstetrícia.

Crédito: André Brant

As obras custaram R$ 61 milhões, sendo R$ 43 milhões de financiamento estadual. O hospital é administrado por uma Organização Social e anualmente são repassados R$ 18 milhões do tesouro estadual para custear as atividades na unidade.

Hospitais em Obras

O Hospital Regional de Uberaba será referência da Região de Saúde Triângulo do Sul e atenderá uma população estimada de mais de 744 mil habitantes de 27 municípios. Serão 165 leitos e um investimento de R$ 29,3 milhões, sendo a maior parte, R$ 20 milhões, de recursos próprios do estado. As obras já estão em fase final de acabamento e a unidade tem previsão de entrega no primeiro semestre de 2015.

11-12-Divulgacao2

O Hospital Regional de Divinópolis será um hospital geral de urgência, emergência, cirurgias de média e alta complexidade e partos de alto risco. A unidade terá inicialmente 210 leitos, com possibilidade de expansão para 500 leitos, e atenderá uma população de 1,2 milhões de habitantes de 55 municípios. O total de investimentos na construção é de R$ 98,9 milhões, sendo R$ 78,9 milhões de recursos estaduais. A previsão de conclusão é julho de 2015.

O Hospital Regional de Além Paraíba terá foco em urgência e emergência, com atendimentos em clínica médica, centro cirúrgico, serviços ambulatoriais, internação, imagenologia, obstetrícia, pediatria, ortopedia e outros serviços essenciais. A unidade terá 102 leitos e serão beneficiadas mais de 150 mil habitantes de nove municípios da região. Os investimentos são de R$ 22 milhões custeados integralmente pelo estado. A previsão de conclusão das obras é dezembro de 2015.

O Hospital Regional de Governador Valadares vai abranger 86 municípios das macrorregionais de Valadares e Coronel Fabriciano, região que conta com 1,5 milhões de habitantes. Serão 226 leitos, com possibilidade de expansões futuras. O hospital também terá um heliponto. Os investimentos são de R$ 83,2 milhões, totalmente custeados pelo estado. A previsão de entrega é dezembro de 2015.

O Hospital Regional de Teófilo Otoni terá 420 leitos. A unidade também terá um heliponto e possibilidade para futuras expansões. Os investimentos são R$ 86,1 milhões integralmente custeados pelo estado. A previsão de entrega é dezembro de 2015.

E o Hospital Regional de Conselheiro Lafaiete que já conta com 80% das obras concluídas e terá 156 leitos.  

Hospitais em fase de projeto

Outros três hospitais estão em fase de projeto arquitetônico. São eles: o Hospital Regional de Montes Claros, que contará com 225 leitos e possibilidade de expansão para 400 leitos. A previsão de investimentos é de R$ 135 milhões. As obras devem durar dois anos; o Hospital Regional de Novo Cruzeiro, com previsão de investimentos de R$ 35 milhões; e o Hospital Regional de Nanuque, ainda em fase inicial de projeto, com previsão de 120 leitos.

A gerente do Projeto de Implantação dos Hospitais Regionais da SES, Fávila Etelvino, ressalta o empenho na execução do planejamento da construção e entrega dos hospitais que vão beneficiar milhões de mineiros. “Frente ao cenário hospitalar carente de grandes hospitais estratégicos e assistencialmente projetados, a SES tem executado criteriosamente cada uma das ações. Para tanto, foi instituído o Núcleo de Gestão Compartilhada com o objetivo de propor e acompanhar pesquisas com foco nas parcerias a serem firmadas entre o Governo do Estado de Minas Gerais, entidades, empresas com notória especialização nos assuntos assistenciais e a sociedade, gerando conhecimento para a tomada de decisão e para a ação governamental tecnicamente fundamentada”, explicou a gerente.

Por Giselle Oliveira

Enviar para impressão