A Regional de Saúde de Ponte Nova realizou, na última quinta-feira (7/11), em sua sede, o “Encontro de Saúde Mental – Fortalecimento do Colegiado Gestor Regional”. O evento foi voltado às referências técnicas municipais, aos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e às instituições parceiras e teve como objetivo fortalecer a rede, reativar o Colegiado Gestor Regional e alinhar as orientações da Política Estadual de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Pesmad), em consonância com os princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial.

O encontro foi aberto pela superintendente Kátia Jardim de Carvalho Irias, que deu as boas vindas aos presentes, seguida da referência técnica da área, Ana Flávia de Paiva Mendes, que apresentou a Rede de Atenção Psicossocial da Regional. Na sequência, a referência técnica da Coordenação Estadual de Saúde Mental, Lírica Salluz Mattos Pereira, proferiu a palestra “Política Estadual de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas de Minas Gerais”.

Dentre os pontos levantados, ela discutiu o papel dos serviços municipais para a integralidade do cuidado da saúde mental nos serviços substitutivos: Atenção Primária, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em suas diversas modalidades, Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Consultórios na Rua e leitos psiquiátricos em hospital geral. “O nosso objetivo é fortalecer as regionais e os serviços visando possibilitar olhares e ações voltados ao cuidado em liberdade, devidamente compartilhado entre todos os atores da rede”, pontuou.

Cuidado em rede

O evento contou com a palestra “Onde está a Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde?”, conduzida pela coordenadora do Núcleo de Atenção Primária (Napris) da Regional de Ponte Nova, Saskia Maria Albuquerque Drumond. “Cuidar da saúde mental é inerente à Atenção Primária. Dentro dos territórios é possível tecer diversas possibilidades, como: acesso, respeito à diversidade, suporte à família, garantia de direitos, acolhimento e cuidado qualificado, atividades coletivas, redução de danos, cooperação horizontal, comunicação efetiva e construção do Projeto Terapêutico Singular”, elencou. Esta última ferramenta possibilita que o cuidado seja construído junto ao sujeito e compartilhado nos diversos pontos da rede de saúde, possibilitando uma assistência com mais qualidade.

Créditos: Tarsis Murad

A programação também trouxe a palestra “Judicialização na Saúde Mental”, proferida pela referência técnica da Coordenação Estadual de Saúde Mental, Martha Beatriz de Andrade Viana. Ela apresentou orientações a partir dos casos de judicialização que chegam à Coordenação Estadual, conforme preconiza a Pesmad, e apresentou dados relativos à regional de Ponte Nova. “Os dados de internação compulsória mostram-se relevantes e, portanto, é preciso repensar a lógica do cuidado e realizar intervenções efetivas”, destacou.

Foram apresentadas, ainda, as experiências exitosas do grupo terapêutico “Seremos livres, porque já somos livres” (SSL), de Raul Soares, a cargo da psicóloga Wanderlúcia Célia Nascimento Avelino, e do Centro de Convivência “Casa de Apoio da Saúde Mental”, de Alvinópolis, a cargo da assistente social Clarice Aparecida Crisóstomo.

As atividades foram encerradas com a atualização do Colegiado Gestor Regional de Saúde Mental, um espaço estratégico de discussão e construção da Rede de Atenção Psicossocial no território, e a aprovação do Regimento Interno. “Foi um momento importante de aproximação da referência regional com as referências municipais, com o compartilhamento de experiências e o alinhamento de diretrizes, com destaque para o fortalecimento dos vínculos familiares e em rede. A reativação do colegiado possibilitará que a saúde mental na região seja pauta constante, garantindo o acesso e o cuidado qualificados aos portadores de sofrimento mental e usuários de álcool e outras drogas, bem como de suas famílias”, finalizou a referência técnica Ana Flávia de Paiva Mendes.

Por Tarsis Murad