Estão abertas as inscrições para o Curso de Comunicação em Situações Críticas, promovido pelo MG Transplantes, com foco na preparação de profissionais de saúde para comunicação de más notícias, incluindo assuntos relacionados à entrevista familiar para a doação de órgãos e tecidos. O curso vai acontecer nos dias 16 e 17 de dezembro, das 8h às 17h, no Dayrell Hotel e Centro de Convenções, e é aberto a médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais do Estado, não apenas servidores da Fhemig.

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De acordo com o diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, nos cursos de graduação dos profissionais de saúde há pouca informação e treinamento a respeito do acolhimento familiar e da comunicação de notícias ruins. “Nossa intenção é ensinar as pessoas a fazerem isso, usando técnicas específicas sobre como abordar a família, o que dizer, e como se portar diante dela (se deve ficar em pé ou sentado, se pode tocar na pessoa, se pode chorar junto). É importante que os familiares se sintam acolhidos e mais à vontade para perguntar o que tiverem dúvidas quando forem abordados sobre a possibilidade de doação de órgãos. São situações delicadas e os profissionais precisam saber como agir nesses momentos”, explica.

Segundo ele, espera-se que o treinamento desses profissionais para lidar com os familiares nesse momento tão delicado reflita no aumento do número de doação de órgãos, já que, atualmente, a recusa familiar chega a 40%, no estado.

Apesar de estar dentro da média nacional, estados como Santa Catarina e Paraná, que tiveram grande parte dos seus profissionais treinados para lidar com a comunicação em momentos difíceis, registram entre 15% e 20% de recusa, ou seja, bem abaixo dos números de Minas Gerais e demais estados do Brasil.

Idealizado pela Organização Nacional de Transplantes da Espanha, que é um dos países com maior número de doação de órgãos no mundo, registrando uma taxa de recusa familiar em torno de 10% apenas, o Curso de Comunicação em Situações Críticas está sendo disponibilizado, em Minas Gerais, pela primeira vez, já que apenas uma equipe no Brasil foi habilitada a repassar o conteúdo. Ao todo, serão 140 vagas por dia, divididas em seis turmas.

Ainda de acordo com o diretor, a ideia é contratar essa equipe para ministrar o curso mais vezes, o que será avaliado de acordo com a demanda. “É importante capacitar esses profissionais para que eles não se sintam inseguros na hora de conversar com as famílias, e possam chegar com tranquilidade para esclarecer todas as dúvidas”, concluiu Omar.

Os interessados podem se inscrever aqui. As inscrições são gratuitas e incluem almoço e lanche.

Por Aline Castro Alves (ASCOM Fhemig)