Nesta quinta-feira (17/10), é comemorado o Dia Nacional da Vacinação. Data que requer uma ampla reflexão por parte das autoridades de saúde e também de toda população, uma vez que os números mostram que a cobertura vacinal vem caindo nos últimos anos, abrindo assim caminho para o reaparecimento de doenças até então erradicadas, como era o caso do sarampo no Brasil.

Crédito: Raquel Portugal

Muitas doenças frequentes no país e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa do alcance de altas coberturas vacinais. Isso ocorre devido à imunidade coletiva ou “efeito rebanho”, ou seja, quando um número suficiente de pessoas em uma dada comunidade está vacinado contra uma determinada doença. “Com o alcance de altas coberturas vacinais, as doenças não irão se espalhar facilmente de pessoa para pessoa. Isso proporciona uma camada de proteção contra as doenças, mesmo para aqueles que não podem ser vacinados, como os bebês”, esclarece a coordenadora Estadual do Programa de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Josianne Dias Gusmão. Sendo assim, a vacinação vai muito além de uma decisão individual. “A imunidade coletiva ou imunidade de rebanho também previne surtos, uma vez que impede a disseminação de doenças”, enfatiza Josianne.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação evita entre 2 a 3 milhões de mortes por ano. Outras 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas se a cobertura global de vacinação melhorasse. Diante desses números e das doenças imunopreveníveis que mais preocupam pelo risco de epidemia, como febre amarela, sarampo e poliomielite, a SES-MG vem tomando uma série de medidas no âmbito de políticas públicas, com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal no estado e evitar a propagação das doenças. “Uma das ações realizadas foi a elaboração de uma carta direcionada para os pais dos adolescentes, esclarecendo sobre a vacina HPV e a importância da vacinação. O objetivo foi o aumento da adesão dos adolescentes à vacina HPV e à vacinação nas escolas. As cartas foram entregues pelas escolas aos pais ou responsáveis dos adolescentes”, explica a coordenadora Estadual do Programa de Imunizações.

A Secretaria Estadual de Saúde realiza, ainda, videoconferências com as Unidades Regionais de Saúde para orientação sobre a cobertura vacinal; divulgação de alertas com os dados de cobertura vacinal e risco de cada município para monitoramento e acompanhamento; elaboração de documentos técnicos com as estratégias para melhoria das coberturas vacinais e vacinação em escolas, e de um projeto para capacitação de multiplicadores do curso de sala de vacinação para o trabalhador da sala de vacina.

Coberturas vacinais

Dados do estado mostram que a cobertura vacinal para determinadas doenças não alcançaram, em determinados anos, a meta de 95%. “A saúde é responsabilidade de todos e, por isso, o cartão de vacinas deve ficar atualizado. O Calendário Nacional de Vacinação contempla não só as crianças, como também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas”, frisa Josianne Dias Gusmão. A população deve buscar as vacinas disponíveis nas salas de vacinação, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da população. A vacinação não apenas protege aqueles que recebem a vacina, mas também ajuda a comunidade como um todo. Quanto mais pessoas de uma comunidade ficarem protegidas, menor é a chance de qualquer uma delas, vacinada ou não, ficar doente”, completa a coordenadora de Imunizações da SES-MG.

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Por Ana Paula Brum