Todos os anos, o Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) se mobiliza para promover o Outubro Rosa, campanha mundial sobre a importância da prevenção ao câncer de mama. Neste ano, não poderia ser diferente: no dia 10, o Ambulatório de Especialidades mudou sua rotina e promoveu uma celebração de otimismo, superação, mas também de conscientização sobre o tema.

O HAC voltou a se dedicar exclusivamente à Oncologia no mês passado, quando encerrou as atividades do Pronto-Atendimento para urgências clínicas. Como explica o presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Fábio Baccheretti Vitor, “esse é um momento especial na história do Alberto Cavalcanti, que marca a consolidação da sua vocação assistencial, o atendimento ao paciente com câncer. Nossa expectativa é que consigamos atender cada vez um número maior, agilizando os tratamentos para essa doença que sensibiliza toda a sociedade. Nesse Outubro Rosa, esperamos mobilizar a atenção de todos com este bonito evento, onde funcionários, pacientes e familiares, parceiros e voluntários se reuniram em torno de uma causa tão relevante”.

Créditos: Ascom Fhemig

“São eventos como esse que reforçam a nossa missão, sobretudo agora que tivemos uma redefinição que nos permite voltar nossas energias para a atuação oncológica no município e no Estado”, concorda o diretor do HAC, Gustavo Marques Braga, que completa: “Campanhas como a do Outubro Rosa trazem à tona um problema social que é o combate ao câncer, enfrentando o preconceito e o receio de se discutir sobre essa doença. Câncer é passível de cura e esse trabalho é extremamente importante para conscientizar sobre isso. Além de assistir ao paciente, temos também o papel de educar, de orientar sobre prevenção, de promover a saúde”.

Rapidez para iniciar tratamento é essencial para a cura

O Hospital Alberto Cavalcanti é referência estadual na assistência oncológica pelo SUS, com uma equipe multidisciplinar que acompanha mensalmente cerca de 80 pacientes de câncer de mama na unidade. Entre os serviços disponibilizados estão consultas especializadas (mastologista, cirurgia plástica, oncologista clínico etc.), equipe multiprofissional (psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, serviço social e nutrição), exames diversos (mamografia, ultrassom, tomografia, agulhamento, biópsia), tratamentos (quimioterapia e hormonioterapia), cirurgias, reconstruções mamárias e internações.

O encaminhamento para o HAC é feito por meio da Comissão Municipal de Oncologia (CMO/PBH) que, por sua vez, recebe pacientes da Central de Internação. A paciente é agendada para atendimento no ambulatório de mastologia, onde é feita a investigação e a complementação diagnóstica, bem como o tratamento. “Tudo isso no menor espaço de tempo possível”, ressalta a mastologista Luciana Azevedo.

A médica explica que o tratamento é personalizado e depende de fatores relacionados à paciente e às características do tumor. O tratamento do câncer de mama é amplo e envolve diversas especialidades na área da saúde. “É importante criarmos uma rede de apoio ao paciente oncológico a fim de aumentar as chances de sucesso no tratamento”, lembra Luciana.

A prevenção do câncer de mama

A mastologista comenta que existem diversos mitos sobre o câncer de mama, mas “o que realmente podemos fazer para prevenir essa doença é a avaliação médica anual, a prática de atividade física, o controle da obesidade e fazer uma dieta saudável. Isso pode reduzir em até 25% o risco de ter câncer de mama”. Segundo ela, o principal método de rastreio do câncer de mama é a mamografia. Nenhum outro exame substitui a mamografia, os demais exames são complementares.

Nos homens, o câncer de mama corresponde a 1% dos casos. O tratamento é parecido com o do câncer nas mulheres, mas vai depender de cada caso – lembrando que os casos são tratados individualmente.

“Toda a equipe do Hospital Alberto Cavalcanti trabalha ativamente na atualização dos tratamentos, oferecendo sempre as melhores e mais atuais condutas no tratamento do câncer de mama, que são acessíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)”, conclui Luciana Azevedo.

Exemplos de superação

A costureira Maria das Graças e Silva, 69 anos, enfrentou há 21 anos um câncer de mama e nunca mais saiu do Alberto Cavalcanti. “Encontrei uma equipe que sempre me acolheu com carinho, me curei totalmente e resolvi que iria ajudar no que pudesse. Tornei-me monitora na oficina de sutiãs da equipe de Terapia Ocupacional do hospital. Ajudo as mulheres a se tornarem bonitas mesmo diante de um momento difícil. A vaidade é importante neste caso. E nunca desistir, é claro”. Maria das Graças costura e ensina a fazer sutiãs com enchimento que disfarçam a mastectomia, sua maneira de se solidarizar com as mulheres que por ali passam.

Créditos: Ascom Fhemig

Avani Antônia de Souza Silva começou há três meses seu tratamento e se sentiu envolvida com o evento. “Estou adorando essa iniciativa, conseguiu ‘me jogar pra cima’, me lembrar que não somente eu passo por isso e que tenho pessoas pra me apoiar, além da família e dos amigos. Não me sinto sozinha. Mas o essencial é ter fé e buscar tratamento. Como devota de Nossa Senhora, sei que não vou perder essa”. Avani tem 56 anos e trabalha com turismo.

Parceiros do HAC

Várias organizações não-governamentais (ONG’s) compareceram para proporcionar momentos especiais aos convidados. Algumas estão presentes nas mais diversas ocasiões no hospital, como a “Um sorriso por uma foto”, da administradora e fotógrafa Janaína Moura. Há quatro anos, eles se envolvem em ações do HAC e oferecem apoio para os pacientes, ajudando no que precisam, de cestas básicas a orientação jurídica. No caso das fotos, o objetivo é resgatar a autoestima.

A autoestima também tem seu lugar no trabalho oferecido pela tatuadora Tatiana Michelle, do estúdio Polaris Tattoo Shop. Ela estava em um dos ambulatórios tatuando, ou melhor, fazendo micro pigmentação do mamilo de uma paciente que retirou um dos seios. Essas “tatuagens” são oferecidas gratuitamente pelo seu estúdio.

Também estavam presentes Glauco e Marconi, da ONG “Todos por uma boa causa”, que desenvolve um trabalho de buscar cabelos e confeccionar perucas que são doadas às pacientes que apresentam queda de cabelos, um dos possíveis efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer.

A programação da abertura do Outubro Rosa no HAC ainda contou com a participação do grupo de teatro Gamaliel, com a apresentação musical da aluna Ellen Cristina (Enfermagem Faseh) e com o show do comediante Thiago Carmona. O servidor Leonardo Hilário leu um texto de sua própria autoria no início das atividades.

Servidores das equipes multiprofissionais, como Fisioterapia, Fonoaudiologia e Nutrição, também montaram seus stands para participarem do evento. Destacando que as ações do Outubro Rosa no HAC vêm sendo produzidas pelo Ambulatório de Especialidades, coordenado por Cíntia Esteves Soares.

Por Ascom - Fhemig